Apresentado pela primeira vez em 28 de maio, um evento para desenvolvedores em São Francisco, Califórnia, a nova plataforma colaborativa da Google, o Wave, já está causando uma excelente repercussão nos meios técnicos. Vou apresentar aqui textos, links e comentários capturados na Internet para tentar organizar o assunto.
Vale a pena ressaltar que estou assistindo a esta (so called) revolução do lado de fora, pois não tenho nenhuma conta de acesso ao Wave (ainda!).
Para começar: O que é o Wave?
A página oficial da Google – wave.google.com – traz pouco mais do que informações específicas para desenvolvedores, além, é claro, do vídeo essencial sobre a plataforma (Google Wave Developer Preview at Google I/O 2009 – http://bit.ly/Ba6xR)
O Plantão de Notícias do ‘O Globo’, de 29/05 (http://bit.ly/15uBcs) explica que a ‘wave’ (onda) “inclui lado a lado partes de conversas e documentos”, sendo que a idéia por trás do conceito de Onda é unificar tudo isso (conversas, e-mail, Instant Messaging, Mapas, textos, fotos, vídeos e tudo mais que seja web based) em um “’continuun’ suave, da forma mais simples possível”. E realmente parece bem simples! Criar novas ondas a partir do nada ou ‘descolando’ de outra existente; “jogar” fotos e vídeos na onda, usando drag & drop; inserir sua onda num blog, na área de comentários e por aí a fora. Tudo isso dentro de seu browser!
Um ponto interessante do Developer Preview vídeo foi a atribuição dos desenvolvedores como os ‘primeiros cidadãos’ da Wave, em uma linha de pioneirismo mesmo. Aliás, o próprio Google só trouxe a público depois que sua equipe – liderada pelos irmãos Lars e Jens Rasmussen, engenheiros de software que criaram o Wave – já tinha ‘povoado’ o universo wave com diversas ondas. E acho que será da mesma maneira no lançamento, com grupos seletos sendo admitidos para que povoem o ambiente antes do lançamento maciço (lembram do começo do GMail, que você tinha que ser convidado?).
Faltou dizer que é uma aplicação de código aberto, ou seja, muitas coisas novas virão por aí, saindo da cabeça de milhares de desenvolvedores já com acesso ao ambiente.
Email me, Text me, Tweet and now Wave-me
Ao acompanhar os desdobramentos através do Twitter (estou usando #wave e #googlewave), cheguei no conceito de ‘Wave-me’. Como é que você pede para alguém te adicionar em uma onda? No começo usávamos “Email-me”. Depois “Text-me”. Com a visão de broadcast do Twitter, perdeu-se o ‘me’ – era só Tweet. E agora já vi o pessoal que recebeu as contas do ambiente sandbox pedindo via Twitter para serem adicionados e cunhei primeiro a expressão ‘Wave-me’ (a volta do ‘me’) e, mais recentemente, #wave name@wavesandbox.com .
Digitação 5% mais rápida = 5% mais produtividade
Um dos objetivos do Wave é agilizar a conversa e criação. Para tanto, as trocas de mensagens passam a ser em tempo real, com todos vendo cada letra que é digitada, sem a necessidade de um ‘Enter’ ou ‘Send’ (o que trouxe certo sentimento de nostalgia para alguns usuários do IRQ e de outras ferramentas mais antigas).
Além disso, eles desenvolveram um corretor ortográfico on the fly, baseados nos servidores Google e com correção contextual (Icland is na icland vira, automaticamente Iceland is an island), que leva em conta o contexto da palavra para corrigir e sugerir correções. Batizado de Spelly, é apresentado no vídeo Natural Language Processing (http://bit.ly/2cfFoV) como sendo uma terceira pessoa participando da conversa e corrigindo os textos digitados. Fiquei intrigado com este conceito de ‘Terceira pessoa assistindo a conversa’, mas… Segundo o Google, digita-se em 5% menos tempo, gerando 5% de tempo adicional para produzir.
Isso é uma maré
Escrevendo para o Mashable.com, Ben Parr (http://bit.ly/YBDIS) diz em seu artigo “Testing Google Wave: This Thing is Tidal”, de 29/05 que a primeira impressão foi muito positiva, apesar de seu estágio inicial de desenvolvimento. Segundo Ben, a usabilidade é mais robusta do que o esperado, pois já é possível customizar a aparência e a interface das ondas – isso sem considerar novos temas e ferramentas ‘drag and drop’ que serão desenvolvidos. E ressalta que funciona bem melhor no Google Chrome, como se era de esperar. Continua dizendo que o foco é realmente em pessoas/contatos, comparando com e-mails que focam mais no conteúdo da mensagem, enquanto ferramenta como Facebook e Twitter tem um balanço melhor do reconhecimento da pessoa por trás da mensagem; o Wave está caminhando nesta direção. Encerra reiterando que não é tão complicado como pode parecer à primeira vista. Só um pouco mais complicado que seu programa atual de e-mails.
Primeiras impressões
Thomas Claburn em um artigo para a InformationWeek (http://bit.ly/znq2n) de hoje começa destacando seu potencial por ser de código aberto e colaborativo, o que pode ajudar a se expandir além de um simples aplicativo/plataforma.
“Só queria parabenizar pelo excelente trabalho do time que criou o Wave”, disse Drew Burlingame, um ex-engenheiro de software da Microsoft no fórum de desenvolvedores. “É uma grande base sobre a qual se pode construir soluções para uma vasta gama de problemas. Já tinha uma série de aplicações em mente apenas esperando por uma estrutura como essa.”
Muito do potencial do Wave está nas mãos dos desenvolvedores e o Co-lider do time de desenvolvimento Lars Rasmussen diz estar tranqüilo quanto a isso, comentando que utilizações inovadoras do Google Maps como algo que ele não poderia ter feito sozinho.
O texto comenta ainda que o Wave, pelo menos por enquanto, não matará o e-mail até porque a identificação de usuários ainda depende de um endereço eletrônico. Todos estão usando, por enquanto, contas do tipo name@wavesandbox.com.
Thomas ressalta que quando mais pessoas estiverem usando o Wave ele ficará muito feliz de comunicar-se pela ferramenta, pois a experiência é muito mais rica e gerenciável do que o velho e-mail. Por serem dinâmicas, e não estáticas, as ondas serão úteis não só para conversas informais, mas também para comunicações estruturas como apresentações e e-learning.
E termina dizendo que o Wave está tomando velocidade e quando estiver pronto colaboração e comunicação online serão transformadas.
Para saber mais:
Página Oficial: wave.google.com
Tudo sobre o I/O Developer Conference: http://code.google.com/events/io/
Vídeos
Google Wave Developer Preview at Google I/O 2009: http://bit.ly/Ba6xR
Natural Language Processing: http://bit.ly/2cfFoV
Artigos
Debating the power of Google’s Wave: http://bit.ly/2iJ5S
Google Wave: First Impressions: http://bit.ly/znq2n
Testing Google Wave: This Thing is Tidal: http://bit.ly/YBDIS
Goolge Wave vs. SharePoint: http://bit.ly/H8Mzr
Google Wave: A Complete Guide: http://bit.ly/4FrbiR