Archive for ‘Próprios’

07/10/2014

Eu voto #Aécio45 porque meu voto é ideológico.


Depois de um post acalorado no Facebook eu resolvi escrever, botar pra fora, o exato porquê do meu voto no PSDB, tanto no primeiro turno quanto no segundo. #ProntoFalei

Oh Pátria Amada (InterferEnte), JKScatena

Oh Pátria Amada (InterferEnte), JKScatena

Em resumo eu prefiro a Social Democracia como ideologia política ao Socialismo assistencialista do PT.

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06/06/2013

U2 was playing in my Office


Since the new Daft Punk album is still reverberating in my head (I especially love, Get Lucky Lose Yourself to Dance and Beyond) I feel like  “DaftPunk is Playing in my House”. What I could never have expected is that I would see ‘U2 playing in my Office’ … but that’s exactly what happened last Friday.

U2 in NYC (InsideOut)

U2 in NYC (InsideOut)

I’m working with the InsideOut Project team, after I volunteered on the action they did in Times Square in early May. This is a unique opportunity, apart from the fantastic experience of working with someone like JR, the guy who created InsideOut, from a desire that art could help change the world.

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04/06/2013

Só mesmo em NY: conhecer o U2


Na mesma época em que o novo álbum do Daft Punk ainda está reverberando – adoro Get Lucky, Lose Yourself to Dance e Beyond, entre outras – definitivamente “Daft Punk is Playing in my House”, mas não esperava que eu fosse presenciar o U2 tocando no meu escritório… e foi exatamente o que aconteceu na última sexta feira.

U2 in NYC (InsideOut)

U2 in NYC (InsideOut)

Estou trabalhando com a equipe do InsideOut Project desde que voluntariei na ação que eles fizeram na Times Square no início de maio. É uma oportunidade única, além de ser fantástico me relacionar com uma pessoa como o JR, o cara que criou o InsideOut a partir de um desejo de que a arte pudesse ajudar a mudar o mundo.

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01/02/2012

Petrichor


Estou sentando na minha mesa, com a janela ao lado aberta.

Chove, mas o sol ainda pode ser visto ao longe.

Adoro o cheiro da chuva, ou o “Petrichor: the scent of rain on dry earth”, como um amigo meu me ensinou. O sol entra pela janela, junto com com o cheiro da chuva.

Ouço as gotas batendo nas árvores… nas do meu jardim e naquelas do bosque vizinho.

Petrichor

O sol que entra pela janela e toca minha pele com sutileza.

Sentir o sol na pele, junto com o som e o cheiro da chuva é algo que não tem preço.

Tente procurar o arco-íris, afinal de contas chuva e sol não é só casamento de espanhol (ou de viúva, quando acontece em ordem inversa), é também o requisito básico para a formação do arcobaleno, como se diz em italiano, mas não o achei ainda… Talvez seja uma busca sem fim, tentar achar o fim do arco-íris, como se fosse a busca do significado da vida ou a busca da felicidade plena.

Ouço trovões, também ao longe. Adoro este som.

A chuva  já está dando trégua… veio somente para trazer o Petrichor…

No final, não é que o arcobaleno deu as caras…

Arcobaleno

Quem dera achar a felicidade plena fosse tão fácil quanto caçar arcos-íris.

O pôr-do-sol ainda está por vir.

Petrichor: the scent of rain on dry earth

Atibaia (or, Gilded Cage), 1/2/12

31/12/2011

Que vá 2011… Fé para 2012.


Tô de mau humor. Meu ano de 2011 foi bagunçado… mais confuso do que difícil.

Muita ansiedade junta, o que quase impediu a fruição. Afinal de contas, não me faltou nada neste ano: casa, comida, saúde (turbulências neste departamento!), família e amigos. Nem dinheiro faltou. Faltou paz e serenidade para aproveitar tudo isso. Essa montanha de ansiedade é que atrapalhou (e ainda atrapalha). – pausa para o anti-ansiolítico – .

Não há nada bom ou ruim, mas pensar torna-o assim.

William Shakespeare

Metas para 2011

Sonhos para 2011

Por outro lado, não vou negar que a carga de frustrações foi muito grande… No final do ano de 2010 eu tracei metas pessoais para 2011. Só 5, nem era uma lista extensa. Não atingi nenhuma delas… Nem uma. Zero. O pior é que elas eram ligadas a sonhos pessoais e também à vida a 2, com um cara que eu conheci no ano passado e que arrebatou meu coração.

Tudo bem que parte destas metas não eram tão plausíveis assim, mas isso também mostra um pouco a falta de planejamento que me arrebatou nestes últimos 2 anos.

Hoje vejo (acho que eu, no Futuro, também direi muito “Hoje vejo” sobre os erros do passado) que, se tivesse planejado melhor meus passos, poderia estar em uma situação pra lá de confortável hoje em dia. Mas não adianta chorar sobre o leite derramado, adianta? (peraí, que vou buscar meu anti-ansiolítico, pois a ansiedade atrapalha o pensamento…)

Chega o momento de traçar as metas para 2012… talvez mais pé no chão, até porque não quero passar o ano que vem inteiro ansioso por não cumprir as metas que tracei.

Agora há pouco estava vendo os desejos de Feliz Ano Novo de meus amigos no Facebook, o que me inspirou a escrever este texto… O problema é exatamente esse: estou de mau humor! Estou frustrado e ansioso… Em alguns momentos penso que 2011 foi um ano perdido. Só que é mais fácil, principalmente em um momento de melancolia com este que estou passando (há quase 6 meses!), do que reconhecer as vitórias.

Neste ano fiz uma exposição fotográfica aqui em Atibaia: Vitória. Não consegui transformar isso em $$ de verdade (meta 5 do ano)… derrota.

Estudei História da Arte em São Paulo, aprendi muito e abriu meus horizontes artísticos. Conheci pessoas, fiz contatos: Vitória. Mas não explorei o networking adequadamente… continuo “desempregado” (meta 3 do ano): derrota.

Entrei no Multigraphias, um coletivo artístico que, sem dúvida alguma foi uma das melhores coisas que me aconteceram neste ano. Fazer parte deste grupo me mantém, de certa maneira, ativo e constantemente desafiado a criar coisas novas: Vitória. Através do Multi conheci pessoas fantásticas, artistas de primeira: Vitória. Através das obras do Multi comecei a explorar os limites da minha arte, fazendo colagens, intervenções, animações GIF e até vídeos: Vitória. E não parei de fotografar: Vitória. Só que não tem nada a ver com as metas de 2011… o que não chega a ser derrota alguma.

Junto com outros artistas do Multigraphias estou com uma exposição no Metrô de São Paulo: Vitória.

Consegui, através de contatos, fazer parte da 3ª Mostra SP de Fotografia, que acontece em janeiro de 2012: Vitória… mas com resultados (espero que muito positivos) somente para 2012… Ansiedade.

Viajei. Não posso reclamar! Fui pra Nova York e para Chicago, de onde voltei noivo… (trabalhando na meta 4). Visitei minha grande amiga Julie na Windy City. Fui pra Itália, voltei a Roma, conheci Nápoles e Capri com um amigo que reencontrei durante o ano. Mas nada de passaporte italiano, que está mais bagunçado que nunca… (dei 20 passos pra trás na meta 1 do ano, que era essencial para a meta 2): derrota. Voltei a Londres, onde passei 2 semanas deliciosas com” My Man”: Vitória… só que só fui pra lá pra terminar o noivado: Derrota.

Conheci pessoas novas, fiz novos amigos… mas o coração ainda está fechado para balanço. (Acredita que ainda não peguei o meu anti-ansiolítico? Talvez por isso esteja com lágrimas quase caindo e com o coração apertado. Aliás, isso tem sido uma constante: lágrimas e aperto… Dói pacas!). Só pra dar a noção exata do que tá rolando, tomei duas pílulas e dormi a tarde de 31/12 inteira… só ruminando 2011.

Estou num momento tão difícil internamente que até lidar com sentimentos de frustração, arrependimento e mesmo esperança está complicado. Espero que 2012 seja melhor, porque 2011 foi fo@a! #ProntoFalei!

Mas há que haver fé…. E vamos nessa!

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24/11/2011

Occupy São Paulo pitches camp in Banking District | Demotix.com


The "Anonymous" Mask is also around here

The "Anonymous" Mask is also around here

Maybe they are trying to make the most of the movement’s power or just to get closer to the so-called responsible actors of World’s recent recession. One way or the other, the Occupy São Paulo protesters left their original camping site in São Paulo downtown today to set their tents on São Paulo’s (and Brazil’s) most significant banking district, Paulista Avenue.

Something like 20 tents were being set tonight: “almost all of those that were by Anhangabaú Boulevard” said one of the protesters. “And we’ll stay here until the police comes to take us out”, he continued, even though not a single policeman could be seen around. Of course the Anonymous mask – maybe the most omnipresent symbol of worldwide protesters – is also here, on the face of the statue that marks the end of Paulista Avenue and on the face of a protester, the one playing guitar to entertain their friends on this not so warm spring night.

Entertaining the protesters with some music

Entertaining the protesters with some music

The movement isn’t as strong as the ones in New York or London, their cry has not been worldwide noticed, but they are doing what they can to attract media and public attention, setting their tents among São Paulo’s most iconic avenue after having left their original site, close to São Paulo’s mayor office.

We do exist. Ocupa Sampa

We do exist. Ocupa Sampa

via Occupy São Paulo moves to Brazil’s banking district | Demotix.com.

14/11/2011

Lugares públicos x privados: um novo “parque” dentro do Rio Tâmisa?


Uma das coisas que mais gosto em Londres são seus espaços públicos – e mesmo os privados de uso público.
Este texto explica bem os prós e contras deste segundo grupo, até porque eu nunca havia percebido esta pequena diferença entre lugares públicos e privados de uso público. Quando você está visitando o complexo MoreLondon, às margens do Tâmisa e com uma das melhores vistas da Tower Bridge, com seu anfiteatro onde são apresentadas peças gratuitas ao ar livre durante o verão, na verdade você está em um terreno privado, sujeito às normas dos proprietários. E o mesmo vale para diversos outros equipamentos “públicos”: o Broadgate, lá perto da Liverpool St, a Paternoster Sq, perto da Catedral de St. Paul e o Canary Wharf.

London: Canary Wharf clocks

Canary Wharf: privado, aberto à circulação pública

A impressão que se tem é de estar em um lugar público, mas, como eu mesmo vi na minha última estada em Londres, os proprietários podem vetar o acesso, fechar o lugar e pronto! Como a “Occupy London” estava ao lado da Catedral de St. Paul, toda a área da Paternoster Square estava fechada. Achei bem estranho, mas não tinha entendido exatamente o porquê.

Paternoster Sq (temporariamente Tahrir Square)

Paternoster Sq (temporariamente Tahrir Square): fechada pela polícia

O texto também apresenta uma abordagem muito interessante de como os empreendimentos são avaliados, re-avaliados e escrutinados antes  da construção por lá. Avaliam o impacto urbano, visual, histórico e, neste caso até na hidrografia do rio. Isso tudo para um empreendimento (falsamente) de acesso público e sem custos para os cofres da cidade. Um exemplo para nosso planejamento urbano brasileiro, onde tudo é privado e o verdadeiro planejamento urbano é liderado pelos interesses do mercado imobiliário.

London: MoreLondon view

MoreLondon: dá pra dizer que é um lugar privado?

In this it is the latest example of a widespread type of the 21st century, the pseudo-public space, in which the City of London and its satellites are world leaders. The Broadgate development of the 1980s was a pioneer, followed by Canary Wharf, Paternoster Square next to St Paul’s, and the More London development where City Hall, the headquarters of the Mayor of London, stands. In each the shapes and attributes of town squares are imitated – an oblong or round shape, outdoor art, cafe tables, fountains – and sometimes real public assets are created, but ultimate control is in the hands of private landowners.

via The London River Park: place for the people or a private playground? | Art and design | The Observer.

08/11/2011

Como cuidar da sua barba, na revista GQ


Eu, como legítimo barbado, fiquei bastante curioso com esta reportagem da revista americana GQ sobre como cuidar da sua barba.

Na verdade, esperava que fosse algo completo, com dicas de cortes e coisa e tal. Aliás, seria bem oportuno, pois estou num momento de mudança do estilo – estava com a barba cheia até o fina de outubro, quando aparei para deixar um bigode com o intuito de participar do movimento Movember. Mas, por não me informar direito, não segui as regras do Manifesto e acabei cortando a barba à toa! GRRRR! Enfim…

It runs in the Family

Jaime, Gil e Jamil: It runs in the Family | A barba está no DNA

Para a minha surpresa, as dicas são bem superficiais e nada interessantes. A maior ênfase, pra dizer a verdade, é mesmo na parte de “se livrar da barba” (onde eles podem fazer a propaganda de mais produtos!).

Adorei, no entanto, este gráfico dos tipos de barba:

Chose your hero wisely

Chose your hero wisely: Beard Matrix (© Getty Images)

For years, the clean-cut gentleman was ruling the runway. Parted hair, waifish waist, skin smooth as a Botoxed three-year-old. Then a gritty crew rolled in and changed the game. With it, the beard invasion began.

via How to Groom and Shave Your Beard: Grooming: GQ.

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08/11/2011

Uma homenagem a Stieglitz


Estou lendo um excelente livro (O Instante Contínuo, de Geoff Dyer) e, na leitura da tarde de hoje passei pelos comentários sobre as fotos “Equivalentes” do Stieglitz, o que me inspirou a criar este pequeno ensaio.

Stieglitz Blue - Jaime Scatena

Apesar de levemente AZUL, o cheiro era de chuva. Aquele cheiro característico que chega muito antes das gotas. Cheiro de terra molhada. Mas, mesmo com cheiro de chuva, o céu ainda era manchado de azul.

Segundo Dyer: “As fotografias de nuvens feitas por Stieglitz eram,nas palavras do próprio fotógrafo, manifestações ‘de uma coisa que já tomava forma dentro de mim’. (…). ‘Eu queria fotografar nuvens para descobrir o que havia aprendido, durante quarenta anos, sobre fotografia. Expor, através de nuvens, minha filosofia de vida – mostrar que minhas fotografias não eram resultados de conteúdo'”.

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07/11/2011

Tem foto minha no Capture Tower Hamlets, em Londres


Uma das fotos que eu enviei para o concurso londrino “Capture Tower Hamlets” foi selecionada e fará parte da exposição e do acervo histórico deste “bairro” de Londres. Talvez eu até ganhe algum dos prêmios, na cerimônia de abertura da exposição, dia 10/11.

Fiz esta foto há alguns anos, na primeira vez em que visite Canary Wharf, um grande empreendimento residencial e comercial, na zona leste de Londres. Fiquei impressionado com estes vários relógios… E, pra falar a verdade, só agora, ao escrever este post é que reparei que os números neles não são iguais.

Capture Tower Hamlets

Tuesday 8 November to Thursday 5 January
Tower Hamlets Local History Library & Archives,
277 Bancroft Road,
London E1 4DQ.

Opening hours:
Tuesday 10am-5pm
Wednesday 9am-5pm
Thursday 9am-8pm
Fortnightly Saturdays – check website for details.

Canary Wharf: Clocks, Clocks, Clocks

Canary Wharf: Clocks, Clocks, Clocks

via Capture Tower Hamlets.

07/10/2011

Steve Jobs: Imitated, Never Duplicated – NYTimes.com


Vai aqui o link para o texto do David Pogue, do NY Times sobre a morte do Steve Jobs.

Desde meu primeiro iPod eu admito que a Apple projeta equipamentos eletrônicos como ninguém. O design e a usabilidade são incomparáveis. É tudo muito intuitivo, muito bem acabado.

Photo credit: Johnathan Mak
Photo credit: Johnathan Mak

Não vejo a hora de ter um iPhone novamente (meu primeiro, desbloqueado, congelou pra nunca mais retornar) e de comprar um MacBook, pra repor aquele que me roubaram. Sou fã incondicional do design da Apple.

Agora resta descobrir se eles continuarão com esta qualidade de projeto com a morte de seu principal cérebro.

Rest in peace, Mr. Jobs, and thanks for everything.

Your time is limited, so don’t waste it living someone else’s life. Don’t be trapped by dogma — which is living with the results of other people’s thinking. Don’t let the noise of others’ opinions drown out your own inner voice. And most important, have the courage to follow your heart and intuition. They somehow already know what you truly want to become. Everything else is secondary.

Steve P. Jobs, 1955-2011

via Steve Jobs: Imitated, Never Duplicated – NYTimes.com.

03/10/2011

Tábata Costa | Precipício


Há alguns meses fiz uma oficina de Residência Artística com o José Spaniol no Festival de Artes da Serrinha. Lá conheci um bando de artistas – todos tão loucos ou mais que eu, definitivamente nenhum ‘n0rmal’.

A Tábata Costa é uma delas (artistas… normal? não sei!). Ela trabalha muito com performances – um tipo de manifestação amplo, variado e certamente intenso, muito intenso. Gosto disso.

Ela tem uma ação muito legal que fez em Portugal, a Interditado, na qual se priva de um sentido e sai andando na baixa de Lisboa. E é só uma parte de todo um estudo sobre esta privação sensorial.

Um teto todo seu, Tábata Costa by JKScatena

Precipício, Tábata Costa by JKScatena

Lá na Serrinha, certa manhã ela tira uma carta de tarô do bolso, dizendo que tinha umas idéias. Era O Louco. E essa foto acima é uma das que fiz enquanto acompanhei a intensa e efêmera performance da Tábata, que ela está chamando de “Precipício”.

Lindo, né?

Tábata Costa | Um teto todo seu.

03/10/2011

Entre Rios: A história de São Paulo vista através de seus (ex)rios


Acabei de assistir a este video, uma dica da minha tia Vera Scatena e, na verdade, nada do que vi me surpreende.

Matamos os rios de São Paulo com uma ocupação urbana burra e erroneamente planejada. O resultado disso está aí: trânsito, enchentes, a não ocupação das ruas por pedestres, o desrespeito pelo espaço público; o desrespeito pela natureza da cidade de São Paulo.

São Paulo: Anhangabaú panorama

Anhangabaú: aqui jaz um Rio

Mas se existiu esta minha falta de surpresa com a situação, uma frase me marcou muito por fazer referência direta a algo que vivo hoje, a arte nas cidades:

“A cidade é a principal obra de arte da humanidade, uma obra de arte aberta e não concluída”
Prof. Alexandre Delijaicov – FAU/USP

Vale a pena ver o filme, por mais que seja apenas uma constatação dos constantes erros de planejamento de nossos líderes públicos.

Ainda sonho com uma São Paulo onde o prazer de viver exista. Às vezes acho que isto é só um sonho…

Entre Rios conta de modo rápido a história de São Paulo e como essa está totalmente ligada com seus rios. Muitas vezes no dia-a-dia frenético de quem vive São Paulo eles passam desapercebidos e só se mostram quando chove e a cidade pára. Mas não sinta vergonha se você não sabe onde encontram esses rios! Não é sua culpa! Alguns foram escondidos de nossa vista e outros vemos só de passagem, mas quando o transito pára nas marginais podemos apreciar seu fedor. É triste mas a cidade está viva e ainda pode mudar!

via ENTRE RIOS on Vimeo.

02/10/2011

Luto na fotografia: Robert Whitaker, fotógrafo dos Beatles


Não tenho o hábito de ler obituários. Nem vou discutir a respeito.

Mas vou render homenagens a um profissional que, com seu trabalho, ajudou a criar a mítica Aura que existe em torno da minha banda favorita, os Beatles.

"Yesterday and Today" or 'butcher cover'

"Yesterday and Today" or 'butcher cover'

Achei legal que o texto apresenta esta tal “capa dos açougueiros”, uma que não chegou a ser realmente utilizada, pois acharam que era de mau gosto. Eu gostei!

Descanse em paz, Robert Whitaker (1939 – 2011)

His most talked-about work was one that most people never got to see when it was released: a photograph of the Beatles on an album cover that was quickly pulled from public view. Known in Beatles lore as the “butcher cover,” it showed the Beatles, wearing white butchers’ coats, festooned with chunks of raw meat and dismembered dolls. John Lennon, George Harrison and Ringo Starr are smiling; Paul McCartney’s mouth is agape. (…) It was their only record to lose money for Capitol. Still, it rose to No. 1 on the music charts by July 30 and stayed there for five weeks.

via Robert Whitaker, the Beatles’ Photographer, Dies at 71 – NYTimes.com.

01/10/2011

Sweep Panorama: fotos panoramicas em um click


Mais uma boa review do David Pogue, do New York Times, agora falando da nova teconologia que a Sony tem colocado em suas máquinas, que permite tirar fotos panorâmicas em um click, movendo a camera em arco e a foto fica pronta, perfeita, diretamente na câmera, sem a necessidade de pós-edição.

Eu já uso a minha Canon S95 pra fazer panorâmicas – um dos meus usos preferidos, junto com o selective colour – mas tenho que editá-las no Photoshop, pra juntar as partes. O efeito fica ótimo, mas imagino que ter tudo pronto, diretamente na câmera, seja realmente mais prático!

Chicago: Millenium Park panorama

Chicago: Millenium Park panorama

A panorama provides a much better representation of being there than the tiny slice provided by a regular photo. You can actually scan the scene, looking around you. And when it’s printed, a pano makes a perfect piece of art on the wall. Especially over a couch.

via The Glory of Sweep Panorama – NYTimes.com.

01/10/2011

E a evolução das cameras compactas continua


O David Pogue é, para mim, o melhor colunista de informática, gadgets e câmeras fotográficas do mundo! Adoro o humor em seus textos e a maneira objetica como ele avalia tudo o que acontece no mercado de informática.

As revisões que ele faz de gadgets e câmeras fotográficas são, definitivamente, um “must read” (de leitura obrigatória) antes de se adquirir qualquer equipamento!

A sua “Carta de Amor para uma câmera” me fez comprar a Canon S95 que tenho usado e que tira excelentes fotos, mesmo sendo compacta o suficiente para caber no meu bolso. Às vezes posso dispensar minha Pentax K-5 (uma SLR, grandona, com várias lentes e coisa e tal) e sair tranquilo sabendo que a Canon vai dar conta do recado.

Duas fotografias em um tempo: eu, minha Canon e minha Pentax

Duas fotografias em um tempo: eu, minha Canon e minha Pentax

Neste texto abaixo ele comenta o desenvolvimento das câmeras portáteis, com belos exemplos de equipamentos da Pentax e da Nikon.

And why doesn’t everyone buy S.L.R. cameras? Gorgeous photos, sensational low-light shots, interchangeable lenses, no shutter lag!

via 2 Compact Cameras Move Closer to Perfection – David Pogue – NYTimes.com.

30/09/2011

The 360 Project: Fotografia ou filme?


Mais uma dica excelente do Creative Review Blog, agora sobre uma intersecção interessante entre filme e fotografia,  em um trabalho do fotógrafo e filmmaker canadense Ryan E. Hughes, que usa 48 máquinas fotográficas simultaneamente!

Canadian filmmaker and photographer Ryan Enn Hughes’s 360 Project uses 48 cameras arranged in a circle and triggered simultaneously to explore the crossover between still and moving image

via Creative Review – The 360 Project.

30/09/2011

John Blakemore e suas fotos de flores


Achei este fotógrafo inglês, John Blakemore, através de um post do blog da Creative Review sobre um livro de fotografias e descobri que ele está expondo em Londres até dia 14/10, na Hoopers Gallery.

Suas fotos são de flores, mas gostei mesmo da abordagem que ele faz a respeito das montagens a serem fotografadas – as natureza mortas – e como a decisão por usar este processo criativo influenciou em seu conhecimento da própria fotografia.

The activity of picture making also made it necessary to extend my use of the photographic process as I imagined different photographs, different print tonalities, and had to discover the means to realise them.

Someone asked me recently how i knew when a piece of work was finished. I know it when the making of a photograph is no longer necessary, the moment of recognition, the acknowledgement of subject occurs, but to look is sufficient.

via Hoopers Gallery – John Blakemore.

10/09/2011

Que tal buscar o quarto de hotel perfeito para você?


A edição eletrônica do jornal americano New York Times tem uma das melhores sessões de viagem que conheço. Sempre que vou a algum lugar busco as dicas deles. Adoro especialmente a coluna “36 horas em…” – já publiquei algumas dicas deles aqui.

Na edição desta semana, tem uma reportagem interessante sobre ferramentas de busca de hotéis – e de quartos.

Fala da nova ferramenta do Google – ainda em fase experimental e de outras que mostram até fotos dos quartos (não as fotos que os próprios hotéis fazem, onde tudo é maravilhoso) e das respectivas vistas.

A cama do Fouquet’s Barrière, em Paris, um dos hotéis mais luxuosos que conheci.

Uma boa dica!!

Now, a number of Web sites are attempting to answer these questions with tools including photo-based searches and maps that show where a town’s hot spots are.

via Personalizing Your Hotel Search – NYTimes.com.

01/08/2011

Sagitário | MAPEANDO por Maína Mello


Esse vai pra meus (muitos) amigos sagitarianos, mas a dica de blog vai pra todos.

Second to the right and straight on till morning.

Second to the right and straight on till morning.

Pra vocês da flecha, vejam que o mês é duro, mas promete. E Setembro tem boas energias em vista também.

A astróloga, Maína Mello, é uma gracinha amiga minha que tá se mostrando uma excelente leitora dos astros. Tô gostando muito das previsões dela e a de agosto tá bombando entre meus amigos do Facebook.

Paz pra nós.

Jaime

Tenha em mente que Agosto é um mês para você pensar grande e sair um pouco da sua própria rotina, abrindo-se a novas e excitantes possibilidades. Para você, a Lua Nova em Leão diz respeito ao desenvolvimento intelectual, portanto esse é o momento de se envolver com grandes ideias que podem dar um novo significado à sua vida.

Em qualquer empreitada, as suas chances de sucesso são imensas, desde que você preste atenção ao momento certo. Volto a dizer que Mercúrio estará retrógrado boa parte do mês, entre os dias 3 e 25, o que torna esse um período desfavorável a qualquer iniciativa — as coisas podem não vingar posteriormente.

via Sagitário | MAPEANDO por Maína Mello.

12/07/2011

Conto Postal #1, Sem Título


Conto Postal #1 A

Enfim havia chegado lá. Que bom!

Enfim havia chegado lá. Que bom!

Nem o passado nem o futuro importavam mais agora que havia chegado lá. Estava aliviado.

A viagem havia sido longa, longuíssima, cansativa, extenuante. Infinita.

Mas, enfim, havia chegado lá!

Conto Postal #1 B-C

Cheguei onde me hospedaria e lá me instalei. | Utopia, 1º de Abril, 1930

Cheguei onde me hospedaria e me instalei. Foi rápido, mais simples que a longa viagem.

Saí andando pela cidade para conhecer tudo aquilo que havua naquele lugar fantástico, maravilhoso, cheio de experiênicas e prazeres, de coisas bacanas, tudo novo, surpreendente e fascinante que inundava todo o meu ser. Me completava, mas faltava algo. Precisava mandar-lhe uma carta!

Utopia, 1º de Abri, 1930.
Minha querida,
Não sabes a falta que me faz. ainda que tenha experimentado coisas antes impensáveis, visto coisas antes invisíveis, passeando por passos não caminhados, ainda assim me falta você.
Para Aquela que tanto Am♥ Casa 2, Vila dos Ausentes
Caprocó/LA 01010-101
Conto Postal #1 D

Mas o tempo não dá trégua

Mas o tempo não dá trégua, passa como um foguete, na velocidade tempo da luz.

Já era hora de voltar. Que pena.

Aprontei as malas, juntei todos os souvenires, empilhei as memórias e arquivei sentimentos. de bilhete na mão parti sabendo que dificilmente voltaria.

Em Fim…

Conto Postal #1, Sem Título, São Paulo/2011

31/12/2010

Retrospectando 2010


Fim de ano é época de retrospectivas, de (re)descobrir como é que foi o ano que se encerra, de rever os melhores e piores momentos. De relembrar.

Jantar Comissão Europeia de Turismo, 2009

Prêmio CET 2009

Pra mim o ano começou com grandes expectativas, depois de um 2009 de mudanças e viagens. No ano anterior havia deixado a engenharia para me tornar um jornalista (premiado) de turismo e pra tentar virar fotógrafo em tempo integral.

2010 foi um ano de criação:

  • Este site/blog nasceu em janeiro deste ano e já teve mais de 5600 visitas até agora. Já está se consolidando, mesmo com menos de um ano, recebendo visitas regulares todos os dias, mesmo naqueles sem novos posts.
  • O ©JKScatena publicou em 2010 os primeiros textos em inglês e italiano, com boa receptividade e elogios.
  • O meu fotoblog – ©JKS Photography – nasceu na mesma época e também já recebeu mais de 5.500 visitas, tendo alcançado mais de 100 visitas em um único dia mais de uma vez.
  • Inspirato

    Inspirato

    Meu ensaio fotográfico Inspired, criado na minha temporada em Milão foi uma das experiências fotográficas mais interessantes de minha vida e estou muito satisfeito com o trabalho e com as reações de outros fotógrafos e mesmo de um galerista com quem conversei.

  • Surgiram as séries ColourPlay e Panoraming, graças à minha nova câmera fotográfica. Hoje em dia saio procurando cenas interessantes para estas séries.
  • E a Serie10, de fotos que registram este ano já está no ar e com fotos sendo vendidas a cada semana.
  • Nasceu, em 13/05/10, meu primeiro sobrinho, o querido Antonio da Cunha Scatena, filhos do Gil e da Pilar.

Serie10 << ©JKS Photography

Serie10 << ©JKS Photography

Foi um ano de aprendizado:

  • Ho imparato l’italiano, la lingua classica di Dante! Che lingua bella e piacevole di parlare. (Aprendi italiano, a língua clássica de Dante! Que lingua bonita e gostosa de falar.)
  • Estudei fotografia em Londres, em três cursos muito legais na Central Saint Martin’s
  • Estudei até desenho, também na CSM, Londres.
  • E isso só contando o “ensino formal”, já que a experiência de vida de se morar no exterior ensina lições que não se percebe que se possa aprender.

Morei em tantas casas, dormi em tantos lugares diferentes… conheci lugares e pessoas, ganhei e perdi, ri, chorei,  dancei muito, curti, viajei. Amei. Amo. Em 2010 aproveitei muito a minha vida, já que ela é uma só.

O mais importante é que não perdi a esperança de crescer e me desenvolver, de evoluir. É com esta bagagem e com este espírito que me despeço de 2010 desejando  um 2011  que será muito melhor que todos os anos que já passaram.

Um abraço grande a todos e até o ano que vem!

Jaime Scatena

PS1: este é o último post de 2010. Estou viajando em um lugar sem internet, telefone celular ou luz elétrica. Será que aguento? Volto à ativa nos meados de janeiro.

16/12/2010

2010 em posts do Facebook


Tem um monte de aplicações pipocando neste final de ano no Facebook. Não sou muito fã delas, mas gostei desta aqui, que agrupa seus status do ano em uma folha só.

Foi bem legal revê-los para selecionar quais queria (re)publicar, quais realmente representavam meus momentos durante 2010, como registrar tantas coisas pelas quais passei.

Esta lista tá bastante representativa!!

JKS2010-FB

2010 através do Facebook, por JKScatena

28/11/2010

Marks and Stencils: Street Art Gallery


Uma loja temporária – pop up store – acabou de ser inaugurada no Soho londrino, com obras de diversos artistas ingleses, entre eles o já mundialmente famoso Banksy.

London: Marks & Stencils Shop, Banksy style

O velho stilo Banksy

São dois andares – térreo e subsolo – e mesmo que não tenha interesse (ou grana) pra comprar as obras, cujos preços chegam a mais de £400, vale a pena visitar, até porque no subsolo tem uma venda de cartões postais especiais.

London: Marks & Stencils Shop, Postcards

Postcards personalizados

London: Marks & Stencils Shop, Modern Alice

Alice Moderna

É um postal “inacabado”, “I have chalks” (Eu tenho giz, tradução literal), que você pode personalizar no próprio local e ainda concorrer a uma peça de arte se seu trabalho for escolhido como o melhor. Leve um selo, pois os postais já selados serão enviados, uma recordação especial e personalizada desta loja. Eu fiz os meus! Pra se ter uma idéia, 7 versões deste desenho foram finalizadas pelo artista Dran e estão sendo vendidas, em séries de 100 cópias, por £500, imposto excluído, já emoldurado.

London: Marks & Stencils Shop, Layered Kid

Street art: Kid & Dog em 4 partes

A loja é uma parceria com a loja POW (Pictures On Walls, 46-48 Commercial St, E1 6LT), um showroom de street art fundada em 2001.

Cabe aqui uma reflexão, já que Bansky começou seu trabalho como um “anti-capitalista” assumido, e agora vende suas peças em lojas – nesta aqui do Soho tem uma peça, de 60 x 60 cm, em série de 5 cópias, por £450 cada.

Novas peças serão adicionadas todos os dias, até o final de dezembro, quando a loja fecha.

London: Marks & Stencils Shop, Made in Brazil

Crítica social, Made in Brazil

Serviço:

– Marks and Stencils pop up street art shop

– Até 22/dezembro, aberto das 11AM – 7PM (seg-sáb) e meio-dia – 5PM (dom)

– Endereço: 1 Berwick Street, W1F 0DR

– Estações mais próximas: Piccadilly Circus, Leicester Sq ou Oxford Circus

– Informações no site da POW (www.picturesonwalls.com).

London: Marks & Stencils Shop, Queuing

Marks & Stencils, no Soho

22/11/2010

Hyde Park Winter Wonderland


Uma deliciosa feira de natal, com um parque de diversões no meio do Hyde Park londrino.

London: Hyde Park Winter Wonderland

Roda Gigante

O Winter Woderland voltou neste ano prometendo ser ainda mais interessante que a edição de 2009. O melhor de tudo é que a entrada é gratuíta!

London: Hyde Park Winter Wonderland

Elevador

Logo na entrada você encontrará o mercado de natal – Angel’s Christmas Market, com mais de 100 chalés de madeira vendendo artesanato, enfeites de natal, vidros, jóias, cachecóis e gorros (está fazendo bastante frio aqui e a previsão é de vermos os primeiros flocos de neve nas próximas semanas).

Também tem várias barracas de comida, a maioria com delícias alemãs, mas também de outros países, como Hungria (comi um Goulash delicioso!).

Atrações tradicionais dos velhos parques de diversões também estão presentes, como tobogãs, casa de espelhos, montanha russa, carrossel, uma bela roda gigante e um elevador daqueles que despencam que oferece uma lindíssima vista de Londres. Para estas atrações é necessário comprar os tickets nas bilheterias, a maioria deles custando entre £2 e £8.

Você ainda pode encontrar aqui um circo, um rinque de patinação e um bar “super cool”, montado num enorme cubo inflável, com sushi, ostras e champagne. Para patinar ou assistir ao show do circo, compre os ingressos diretamente nestas atrações.

Serviço:

– Winter Wonderland, no Hyde Park

– De 20 de novembro a 4 de janeiro, das 10hoo às 22h00 (fechado no dia 25/12)

– Estação mais próxima: Hyde Park Corner, da linha Piccadilly

– Entrada: gratuíta. Atrações: de £2 a £8; patinação no gelo: £10 para adultos e £8, antes das 18h30 até 17/12.

– Mais informações em: www.hydeparkwinterwonderland.com

London: Hyde Park Winter Wonderland

Vista do elevador

29/10/2010

Piccola Taormina, Bella e Calda Sicilia


Visitando a ilha italiana da Sicília para estudar italiano na praia (originalmente publicado em 2009, com comentários atualizados)

Traduzindo o titulo: Pequena Taormina, Bela e Quente Sicília!

Escrevi em italiano pois estou estudando estudei a bella e clássica lingua de Dante Alighieri.

Taormina: Mazzaro

Taormina: Praia de Mazzaro

A pequena cidade de Taormina (menos de 10 mil habitantes) é um dos principais destinos turísticos da Ilha de Sicília, no extremo sul da Italia, muito visitada pela sua importância histórica, mas, principalmente, pelas belas praias – além de uma escola de italiano frequentada por estudantes de diversas nacionalidades, uma verdadeira Babilônia (que é o nome da escola), onde se ouve inlgês, alemão (chamado tedesco em italiano), holandês, francês, japonês, russo e até um pouco de português, alem, é claro, do italiano que todos aprendem.

 

Taormina: Piazza IX Aprile

Taormina: Piazza IX Aprile

Vim para estudar italiano em uma cidade de praia – fugindo um pouco do circuito Roma – Firenze – Milão – por duas semanas e consegui aprender bastante, me divertir muito, aproveitar o sol e as praias e tambem conhecer um pouco da grande ilha da Sicília, além de fazer novos bons amigos.

Baseado em Taormina, é possivel conhecer o vulcão Etna (veja nas fotos abaixo) – ainda em atividade, o mais alto da Europa com mais de 3,4 mil m de altura – em uma visita de um dia (que fiz com o pessoal da escola).

Sicilia: Etna 01

Uma das pequenas crateras do Vulcão Etna

Sicilia: Etna 02

Vista da área queimada em uma das recentes erupções

Em outro dia, em um carro alugado com outros estudantes (um sueco filho de húngaros que nasceu na Transilvânia, um espanhol que mora em Paris, uma alemã que mora em Bruxelas e uma francesa que vive na África), conheci 3 cidades sicilianas: Modica, Noto e Siracusa.

Modica: San Giorgio

Modica: San Giorgio

Modica é uma cidade barroca, com a maior parte de seus prédios e, todas as igrejas, neste estilo, também conhecida pelo seu diferente chocolate, que é delicioso por ser mais seco e bem pouco gorduroso.

Modica: San Pietro

Modica: Chiesa di San Pietro

Noto, outra joia barroca, conta com as duas melhores sorveterias do mundo segundo o guia Lonely Planet – recomendo principalmente o Cafe Sicilia, fundado em 1892, bem na rua principal da cidade, bem perto da igreja do Duomo (toda cidade da Sicília, ou até da Itália, tem uma igreja chamada Duomo e uma rua chamada Umberto I).

Noto: Duomo

Noto: Duomo

Terminamos o passeio pela histórica Siracusa, com milhares de anos de história – era uma das principais cidades gregas antes de ser conquistada pelos romanos e é a cidade natal de Arquimedes.

Sicilia: Siracusa, Piazza del Duomo

Sicilia: Siracusa, Piazza del Duomo

Aqui é possivel conhecer a igreja do Duomo, construída sobre um templo grego, cujas características colunas podem ser vistas em sua “rústica” parte interna. Não tivemos tempo para visitar o sítio arqueológico de Siracusa, com um anfiteatro entre outras atrações.

Morar na pequena Taormina é uma experiência única. Por ser bastante pequena e compacta, a maior parte da cidade tem restrição ao tráfego de veículos, o que facilita bastante a vida dos moradores e turistas. Para os que não estão hospedados diretamente na via principal – Corso Umberto I, esta sim fechada ao tráfego -, e que devem circular nas outras pequenas ruas, dividindo-as com carros, motos e scooters/vespas, que existem aos montes, a dica é descobrir quais becos (vicos e vicolos) e escadas servem como caminho para seu hotel ou residência. Desta maneira, usando as escadas, o caminho fica muitíssimo mais agradavel e interessante e, muitas vezes, mais curtos.

Taormina: Teatro Greco-Romano

Taormina: Teatro Greco-Romano

Com seu teatro greco-romano de mais de dois mil anos (foto acima), e ainda em uso (nestes naqueles dias recebeu apresentações da banda dos anos 80 Simple Minds e da opera Aida), igrejas históricas, ruas e vielas lotadas de turistas de verão, a cidade também está na rota de navios de cruzeiro aqui do Mediterrâneo. O Corso Umberto I é cheio de lojas de roupas, souvenires, gelaterias, restaurantes e cafés e fica bastante agitado durante a noite. Os cruzeiros que fazem parada na Sicilia usam Taormina como “porto”, para visitas de um dia à cidade e ao Etna – durante minha estada na cidade vi um da MSC, com seus passageiros devidamente identificados com o logotipo da empresa passeando por Taormina.

 

Taormina: Isola Bella

Taormina: Isola Bella

Isso sem falar das belas praias ao redor da cidade, como Mazzero (com rochas de onde é possivel pular na água – adoro isso!), Isola Bella (que fica em uma reserva natural e tem belas águas cristalinas), Spisone e Giardini Naxos, todas muito agradáveis neste dias de verão – sem uma gota de chuva em duas semanas! – quando a temperatura fica sempre acima dos 30°C.

Outra experiência que não tinha feito e que adorei foi a de intercâmbio para aprender outra língua. Na verdade fiz um para Nova York aos 22 anos, mas agora, aos 31, percebi que este tipo de experiência continua válida e interessante. Dei sorte de estar com um grupo de estudantes da mesma faixa etária e com interesses parecidos, então formamos uma turma bastante divertida e unida, certamente com novas amizades que, espero, perdurem. Vale um ponto de atenção, principalmente ao pessoal das agências que prestam este tipo de serviço: o público do viajante/estudante deve ser avaliado de acordo. Ao chegar aqui em Firenze, onde fico fiquei por mais duas semanas estudanto italiano, mas agora também com um curso extra de História da Arte, me deparei com classes repletas de adolescentes, fazendo com que eu me sentisse um tanto quanto deslocado. Sorte que aqui encontrei alguns brasileiros, formando assim um grupo com identidade na nacionalidade.

Aliás, falando da agência onde comprei o pacote (prefiro não citar o nome, pois seus serviços estão deixando um pouco a desejar…), na contratação de um curso, o diferencial é a qualidade do serviço e das informações prestadas – agentes, por favor, deem a devida atençao aos seus clientes/estudantes, pois estar em um país onde não se fala a língua (como é meu caso) é bastante estressante e ter que se preocupar com as informações recebidas – ou não recebidas, no meu caso – é um estresse adicional que só atrapalha.

Taormina: Centauresa

Simbolo de Taormina, uma "Centauresa" bipede

A escola Babilônia de Taormina, por estar fora do circuito das grandes cidades italianas, atrai um público principalmente europeu, diferenciado das demais escolas. E a escola, que recebeu o premio LTM Italian School Language Star Award 2008, tem uma filosofia de ensino que priviligia a comunicaçao e que se provou bastante positiva para mim – cheguei sem falar uma palavra e saí, duas semanas depois, já me comunicando (de forma básica, claro) na língua italiana.

Resumo deste post: a Bela (e quente!) Sicília vale a visita e estudar uma língua no Exterior pode ser uma ótima experiência para qualquer idade!

Ciao! (que em italiano significa tanto Oi quanto Tchau)

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 18/08/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/08/18/piccola-taormina-bella-e-calda-sicilia/

Veja mais fotos da Sicília, no photo.jkscatena.com, clicando no mosaico abaixo:

Sicily: Collage

Sicília @ photo.jkscatena.com

28/10/2010

Oslo gastando poucas coroas


Visitando a capital Norueguesa sem gastar muito (originalmente publicado em 2009, com comentários atualizados)

Dá pra aproveitar bastante da cidade, sem gastar muito, simplesmente passeando pelo agitado centro de Oslo. Agitado e compacto, aliás!

Os noruegueses aguardam ansiosamente o verão, época em que eles podem aproveitar os poucos meses de sol e calor. Sim, calor, pois neste ano as temperaturas chegaram aos “assustadores” (não para nos brasileiros) 30°C.

Subir a charmosa ‘Karl Johans Gate’ (gate, por mais que pareça com o inglês gate/portão – em norueguês é uma das variações para rua), saindo da estação central de Oslo em direção ao Palacio Real proporciona um agradável passeio por praças e prédios históricos, como o Parlamento, a Universidade e até a Catedral, que não é muito longe, além de lindas praças repletas de esculturas. Se você tiver sorte pode encontrar uma banda tocando, como a das Forças Armadas que vi se apresentando em um coreto. Começou com um ‘big band’ do Benny Goodman, passou pelo ‘Round about midnight’ do Miles Davis e chegou em um surpreendente ‘Chega de Saudade’ dos nossos Tom Jobim e João Gilberto! Bateu a maior saudade da minha terra!!

Oslo: Karl Johans Gate

Karl Johans Gate, principal rua de Oslo, com o Castelo Real lá no fundo

Falando em esculturas – a cidade está cheia delas e também de diversas fontes – um passeio imperdível é o incrível parque ‘Vigelandsparken’, que tem um paisagismo que não deixa nada a dever em relação a outros jardins do mundo, mas com o diferencial de estar repleto, coalhado, lotado de esculturas de Gustav Vigeland. O parque é uma maravilha para curtir em um bom dia de sol (meu amigo brasileiro, Bruno, de Atibaia/SP, e que agora mora por aqui, disse que no inverno, coberto de neve, também é muito bonito…).

Oslo: Vigelandsparken, Overview

Oslo: Vigelandsparken

As esculturas de Vigeland, praticamente todas de formas humanas – algumas sozinhas, outras em duplas, trios e conjuntos – representam as diversas fases da vida – do feto, passando por bebês, crianças, jovens, adultos e idosos – e também diversas relações humanas e sentimentos.

Oslo: Vigelandsparken, Sculpture

Vigelandsparken: Esculturas Humanas

Oslo: Vigelandsparken, MonolithO auge é um imenso monolito, com pessoas abraçadas, entrelaçadas, empilhadas, cercado de algumas dezenas de estátuas de pedra. Sem contar as demais, ao longo da ponte, perto do rio e uma última ao fundo, um grande círculo humano. Realmente fantástico, único e totalmente gratuito.

E este é realmente um ponto importante, já que a coroa norueguesa é uma moeda muito forte e o custo de vida é bem alto. Atualmente a cotação para o real é de cerca de R$ 1 = NKr 3,40. Mas um sorvete de casquinha, destes de máquina, custa Kn 30, ou quase R$ 10 8,70.Oslo: Vigelandsparken#4

Alem do Vigelandsparken, outras atrações gratuitas incluem:

  • Galeria Nacional: museu de arte norueguesa, principalmente, que apresenta as principais obras de Edvard Münch, pintor conhecido pelo seu quadro “O Grito”, mas que também tem obras dos contemporâneos noruegueses de Münch e de outros pintores como Picasso, Van Gogh, Manet e Monet.
Oslo: National Opera, Overview

Ópera Nacional

  • Ópera Nacional: Seu belíssimo e moderno prédio, inaugurado em 2008 é, na verdade, um “monumento social”, como descrito pelo escritório de arquitetura que o projetou, acessível no maior sentido desta palavra, já que o prédio, construído em uma área portuária em processo de revitalização (ainda não entendo porque no Brasil não temos mais destas revitalizações portuárias, tão comuns em tantas cidades do mundo!) e inteiro revestido de mármore carrara, pode ser completamente visitado por fora – o seu telhado é um grande piso em rampa e escadas, permitindo que você ande por cima de todo o prédio, como se fosse uma enorme praça com diversos níveis.
    Oslo: National Opera, Architecture

    A bela arquitetura da Ópera Nacional

    E ha até uma praia, já que dá pra ir andando até chegar na água. Vale também a pena conhecer o lobby, com sua enorme parede/escultura de madeira. O acesso se dá por passarelas que partem da estação Central de Oslo; mas ao invés de usar a passarela mais moderna, coberta, vá pela outra, mais antiga e descoberta (a sua direita, se estiver de frente para a Ópera), pois desta o ângulo para fotos do prédio da Ópera é bem mais interessante.

Oslo: Stortinget Parliament

Parlamento Nacional

  • Aker Bridge: um empreendimento imobiliário que, como muitos outros no mundo, revitalizou uma área portuária – neste caso as docas de um estaleiro – tornando-a um centro de entretenimento e residencial, com shoppingns, bares e restaurantes. Não deixe de conhecer a parte “de trás”, com lindas fontes e esculturas, além do ‘Beer Palace’ onde se pode provar uma legítima cerveja norueguesa (me disseram que, por lei, a fabricação tem que ser quase artesanal e a cerveja demora seis meses para ficar pronta). Outro item imperdível é provar o Soft Ice, o sorvete de casquinha legítimo da Noruega, uma delícia que vale as NKr 10 que se paga.
  • City Hall/Prefeitura (Oslo rådhus): O imponente prédio de tijolos vermelhos, próximo a Akker Bridge criou polêmica quando foi construído, mas já faz parte do skyline da cidade. Seu hall principal é praticamente uma praça coberta, com uma linda decoração de pinturas e murais e até uma fonte. Preste atenção ao toque do relógio da torre, principalmente nas horas cheias. Aliás, há um concerto semanal do carrilhão – busque a programação no local, que também conta com uma visita guiada, gratuita, ao prédio.
Oslo: City Hall

Prefeitura de Oslo

  • Fortaleza Akershus: o antigo castelo medieval da cidade também pode ser bastante explorado sem custo algum. Só se paga para conhecer o interior das edificações principais, mas o resto – muralhas e jardins, que proporcionam vistas bonitas da cidade, ficam abertos ate as 21h no verão.

Um parêntese para falar do sol norueguês. No verão os dias são superlongos e as noites curtíssimas. Chega-se ao ponto de, no extremo norte do país, o sol não se por – o famoso sol da meia-noite. Vi uma montagem fotográfica em um cartão postal e é algo surpreendente. Em Oslo, nestes dias em que estive na cidade, o sol se punha perto das 22h e já voltava às três da manhã. É de deixar qualquer brasileiro confuso! Ver o dia nascer às três da madrugada, quando o sol se foi há apenas quatro horas… tem explicação, claro, mas parece mesmo inexplicável!

Oslo: Central Station tiger

Eu, brincando em uma das inumeras esculturas da cidade

Vale a pena pesquisar se a compra do Oslo Pass é interessante para o viajante. Como ele inclui todo o transporte – tram/bonde, metrô e ônibus – e outras atrações com entrada paga – Museu Munch, o do Prêmio Nobel da Paz (único dos prêmios cuja entrega não é de responsabilidade sueca), o dos Barcos Vikings, o das expedições Árticas/Antárticas, as piscinas do Vigelandsparken, entre outras, pode realmente ser um bom negócio. Ah! E também permite passear de barco pelos fiordes ao redor da cidade…

Visite Oslo – um destino fora da rota da maioria dos turistas, mas muitíssimo bonito e interessante -, principalmente no verão! Agora, no inverno, com a cidade debaixo de neve… esta eu deixo para depois!

Oslo: JKScatena

Eu com meus amigos Tone e Bruno

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 08/08/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/08/08/oslo-gastando-poucas-coroas/

Veja mais fotos de Oslo, no photo.jkscatena.com, clicando no mosaico abaixo:

Oslo: Collage

Oslo @ photo.jkscatena.com

27/10/2010

Dois museus em Amsterdam


Uma visita rápida a museus de Amsterdam (originalmente publicado em 2009, com comentários atualizados)

Minha estada em Amsterdã – decidi voltar a esta cidade que adorei por causa do show do U2 –  foi muito rápida, mas tive tempo de conhecer dois museus que não tinha visitado: a casa de Rembrandt (meu pintor favorito) e o novíssimo Hermitage, filial holandesa do famoso museu russo. Alem de breves passeios pelos encantadores canais desta incrível cidade.

Atualmente Em agosto de 2009 o Museu da Casa de Rembrandt (Rembrandthuis) está estava exibindo o trabalho de Jan Lievens, um amigo de Rembrandt de sua fase inicial em Leiden, cidade onde ambos nasceram e iniciaram suas carreiras. Se separaram quando Lievens mudou-se para Londres e Rembrandt para Amsterdã, mas continuaram amigos por toda a vida.

Amsterdam: Rembrandthuis

Fachada do Rembrandthuis - o predio da direita Žé a casa original

O que mais me interessava é a propria casa de Rembrandt, decorada exatamente como na época em que ele viveu la (1639-58), antes de “falir” financeiramente. Os móveis são originais, de seu inventário de falência, e cada ambiente foi recriado permitindo que se conheça um pouco mais do ambiente em que ele viveu e trabalhou.

O custo da entrada inclui o áudio-guia que explica todos os ambientes e tambem o contexto das obras expostas, além do trabalho de Jan Lievens. Os principais trabalhos de Rembrandt aqui expostos são os desenhos com a técnica de agua-forte (etching), com poucas pinturas, estas no Rijiksmuseum – atualmente parcialmente fechado para reforma (que durará até 2019).

Amsterdam: Rijiksmuseum Facade

Amsterdam: Rijiksmuseum Facade

O Rijiksmuseum está apenas com a exibição de suas principais obras-primas (Masterpieces), entre elas o imenso (4 m x 3 m, uma parede inteira!) “Ronda Noturna” (Night Watch) de Rembrandt, que por si só já valeu a minha visita do ano passado. Clique aqui para ver uma imagem deste belo quadro.

O novissimo Hermitage, fruto de uma parceria cultural da Rússia com a Holanda, foi a maneira encontrada pelo museu russo de conseguir exibir itens de seu acervo que não são geralmente expostos por falta de espaço na já gigantesca sede de São Petesburgo. O edifício holandês, as margens de um canal, é claro, conta com um lindo jardim interno que pode ser visitado sem necessidade de ingresso, bem como um deck/pier no canal.

Amsterdam: Hermitage Museum

Jardins do Hermitage

A exposição atual de inauguração do museu é era sobre a cultura russa na época dos czares – “Na Corte Russa“, contada por meio de roupas e objetos. E um enorme fashion show! Uma das alas recria uma recepção “real”, com os trajes de gala dos personagens do mais alto escalao da sociedade, além do lindíssimo trono real – com cabeças de águia no lugar dos braços e patas de leão nos pés, inteiro dourado.

A outra ala recria um salão de baile, que ganha vida a cada meia hora, com os manequins “girando” sobre plataformas, música e filmes projetados nas paredes.

Outras exposições complementares mostram objetos da vida cotidiana no palácio: a caça, brinquedos, jogos, teatro, fumo, banquetes, vida íntima, joias e condecorações. Este museu, definitivamente, vale o ingresso.

 

Amsterdam: Tram @ Reguliersbreestraat

Tram @ Reguliersbreestraat

E circular pela cidade em seus agradáveis trams (bondes) – na minha opiniao a melhor maneira de se locomover – ficou mais fácil agora que os anúncios das paradas ganharam também uma versão em inglês após o difícil anúncio em holandês.

Amsterdam: Canal

Passeando pelos canais da cidade

Ainda não tive a oportunidade de passear de bicicleta pela cidade – esta sim a maneira mais típica e tradicional – mas vai ficar para a próxima visita. Aliás, é mais um motivo para voltar a Amsterdã!

Amsterdam: Bike Panning

Andar de bicicleta fica pra próxima!

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 02/08/2009:

Veja mais fotos de Amsterdam, no photo.jkscatena.com, clicando no mosaico abaixo:
Amsterdam Collage

Amsterdam @ photo.jkscatena.com

26/10/2010

U2 em Amsterdam: eu fui!


Fui no show do U2 em Amsterdam! (originalmente publicado em 2009)

Hoje em dia fica mais facil, porque dá pra fazer tudo pela internet.

Eu bem que queria voltar para Amsterdã, já que na minha última viagem para lá, há cerca de um ano, acabei só passando duas noites na cidade, que mal tive tempo de conhecer.

Mas antes precisava conhecer Paris (dizem que ir a Europa e não ir a Paris, é como não ir a Europa), Roma, ou mesmo Viena, Budapeste (tá, tem uma lista enorme e vocês já devem ter entendido) antes de voltar, por mais que eu tenha gostado.

Só que, uma semana antes de viajar, caiu a ficha: a turnê europeia do U2 (show U2 360º) tinha acabado de começar, em Barcelona. “Será que consigo assistir a algum dos shows?”

Entrei no u2.com – show dates – Amsterdã 20 e 21 de julho, exatamente na semana quando eu não tinha programação nenhuma! Comprei pelo site – lugar marcado, arquibancada lateral, já que a pista estava esgotada -, paguei no cartão de crédito, reservei noites no mesmo hotel em que fiquei no ano passado (Hotel Plantage, que não é muito caro, mesmo sendo na área mais central de Amsterdã, perto do zoo – info@hotelplantage.nl), comprei as passagens e comecei a atiçar minhas expectativas.

Quem gosta do U2 deve reconhecer que este último CD – No Line on the Horizon – é um dos melhores e tem músicas muito fortes e marcantes, como Breathe, Moment of Surrender e Magnificent. Procurei na internet o set list do show de Barcelona, programei no meu iPod e comecei a me preparar.

Ao chegar em Amsterdã, na tarde de segunda-feira, 20, fui ao posto de informações turisticas, na estação central, para comprar o passe do transporte público e pedi orientações de como chegar na Arena. “Você também vai??”, foi a pergunta-resposta da atendente… pelo jeito muita gente viajou para cá para esta balada! Tive tempo para dar uma voltinha pelos canais da cidade, antes de voltar ao hotel para ir para a Ajax Arena, no sul de Amsterdã.

O acesso à arena é fácil, direto pelo metrô – estava muito cheio, mesmo!, com pessoas esperando por mais de um trem para poder embarcar – e a entrada, superorganizada, também foi simples. Poltronas de couro, estádio todo coberto, tudo muito civilizado. Pra falar a verdade, até demais – perde um pouco em animação, comparando com shows no Brasil, mas ok, eu estava nas cadeiras e não na pista, onde certamente a animação era maior. Mas estamos anos aquém em organização e infraestrutura de transportes e disso eu não senti saudade nenhuma!!

Um ponto que achei interessante, é que a confiança no cidadão, que se manifesta em diversas maneiras, é tanta que não passei por nenhum tipo de revista. Apenas uma olhada do segurança, sem equipamento nenhum, nem aquele detector de metais de aeroportos, e pronto.

O show é excelente, mais focado nas músicas do último CD, mas com os principais sucessos também presentes: Pride (in the name of love), Where the streets have no name, Sunday Bloody Sunday, Vertigo, Beautiful Day, City of Bliding Lights e One – essa última com uma pegada politizada, como sempre tem sido. Além de uma manifestação em suporte à situação do Irã, quando o palco todo ficou verde.

U2 @ Amsterdam: Breathe

Começa o show: Breathe

U2 @ Amsterdam: Stage

O palco, uma estrutura gigantesca, com um belo telã‹o

U2 @ Amsterdam: The Edge

The Edge vai pra galera!

U2 @ Amsterdam: Screen

O telão abre e desce, em um efeito fantástico

U2 @ Amsterdam: City of Bliding Lights

City of Blinding Lights

U2 @ Amsterdam: Faces

O telão, fechado novamente, desce e parece ainda maior

Tenho que admitir que esta brincadeira toda não saiu muito barata, mas é DEMAIS, e valeu cada centavo (de euros).

U2 @ Amsterdam: JKScatena

U2 de Arquibancada

U2 @ Amsterdam: Green for Iran

Going green for Iran

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 22/07/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/07/22/u2-em-amsterda-eu-fui/

 

Veja mais fotos deste show, no photo.jkscatena.com, clicando no mosaico abaixo:

U2: Amsterdam 2009 - Collage

U2: Amsterdam 2009 - Collage

26/10/2010

Anish Kapoor vira Londres de cabeça pra baixo


 

Anish Kapoor @ Kensington Gardens: Sky Mirror, Red

Anish Kapoor @ Kensington Gardens: Sky Mirror, Red

Anish Kapoor, o artista indiano (nascido em Bombay, em 1954), mas que vive em Londres desde os anos 70 está de volta à cidade com suas impressionantes obras geométricas e altamente reflexivas.

 

Anish Kapoor @ Kensington Gardens: Sky Mirror

Anish Kapoor @ Kensington Gardens: Sky Mirror

Depois de uma temporada na Royal Academy of Arts em 2009, a maior exibição solo de suas obras aqui em Londres, uma nova leva de obras será exposta até 13 de março de 2011 no Kensington Gardens, um dos oito parques reais (Royal Parks) da cidade.

Anish Kapoor @ Kensington Gardens: C-Curve

Anish Kapoor @ Kensington Gardens: C-Curve

A exposição “Turning the World Upside Down” (Virando o mundo de cabeça para baixo), organizada pelo Royal Parks e a Serpentine Gallery apresenta 4 obras – Sky Mirror (2006), C-Curve (2007), Sky Mirror, Red (2007) e Non-Object (Spire), também de 2007 – espalhadas pelo parque, “refletindo as diferentes cores, elementos e humores da mudança das estações”, como descrito no folheto da exposição. “Apesar da monumentalidade, as obras parecem existir pelo reflexo do seu entorno: o céu, árvores, água, os cisnes que passam ou as pessoas. Os reflexos nas superfícies espelhadas das obras fazem os visitantes se questionarem sobre a relação com as obras e com o ambiente que as circunda”.

A exposição é gratuita e o parque fica aberto todos os dias das 6h00 até o final da tarde. As estações de metrô mais próximas são Lancaster Gate, Queensway e South Kensington. Mais informações no site (em inglês): kapoorinkensington.org.uk.

Para ver mais fotos de obras do Anish Kapoor, no photo.jkscatena.com, incluindo algumas da exposição na Royal Academy of Arts do ano passado clique no mosaico abaixo.

London: Anish Kapoor @ Kensington Garden, Collage

Anish Kapoor no photo.jkscatena.com

22/10/2010

Mais algumas dicas de Londres


Outras dicas de Londres (originalmente publicado em 2009, com comentários atualizados)

  • Jubilee Walkway:
    London: Silver Jubilee Walkway

    Marco da Jubilee Walkway perto do Big Ben

    Um passeio autônomo pelos principais pontos turísticos da cidade. As placas explicativas deste circuito, que ficam presas ao piso das calçadas, foram instaladas para comemorar o Jubileu de Prata da Rainha Elizabeth II em 1977 e circunda o centro de Londres incluindo os principais prédios históricos e lugares com lindas vistas da cidade, como a Tower Bridge, Torre de Londres, o teatro Globe (reconstrução do teatro em que Shakespeare apresentava suas peças), Tate Modern, London Eye, o Parlamento e o Big Ben e a Abadia de Westminster entre outros. Tem aproximadamente 22 km de percurso. Mais detalhes em no site London Walks, que apresenta outras “trilhas” que podem ser percorridas na cidade, além da Jubilee Walkway.

London: Tower of London - External

Vista externa da Torre de Londres

  • Torre de Londres: A visita à parte interna da Torre é paga, mas para conhecer suas redondezas não se paga nada e pode ser bastante interessante. Saindo da Tower Bridge, entre o Tâmisa e a Torre pode-se ver algumas das atrações, como o Portão dos Traidores, antes diretamente ligado ao rio, por onde eram levados os presos para a prisão.
    London: Tower of London - Entrance

    Entrada da Torre de Londres

    No centro de visitantes, onde se adquire o ingresso para entrar na Torre também é apresentado um pequeno vídeo com as principais atrações da torre e um pouco de sua história, também gratuito. A área da “Tower Hill”, que é uma grande praça com vista para o rio e a Torre, você pode curtir enquanto come seu tradicional “Fish and Chips”, peixe com batata frita, a típica comida britânica (ok, alguns dizem que com a influência da imigração indiana agora é arroz com curry). Uma dica é não comprar nas duas lanchonetes mais próximas ao Visitor Center, mas uma um pouco mais acima – Tower Hill Dinner -, perto da galeria Tower Hill Vaults, que sai um pouco mais barato.

    London: Tower Hill Tube

    Relogio de Sol, com a linha do tempo de Londres, sobre a entrada da estação Tower Hill

    No topo da Tower Hill, no caminho para a estação do metrô, ainda se pode conhecer o jardim da Trinity Square, com um Memorial da I Guerra Mundial e também, bem em cima da entrada da estação, uma outra praça com um relógio de sol que tem em sua borda uma linha do tempo da história da cidade, alem de uma vista excelente da Torre de Londres e da Tower Hill.

London: Tower Hill View

Esplanada da Tower Hill

  • Mercado de Portobello: Funciona aos sábados e pode ser acessado pela estação do metrô de Notting Hill Gate.
    London: Portobello Market - Overview

    Dia movimentado no Portobello St. Market

    O melhor horário é das 10h da manha até as 16h da tarde, quando as barracas começam a ser desmontadas. Sugiro deixar para tomar o café da manhã em alguma das barraca do mercado. É um ótimo lugar para comprar suvenires, antiguidades e curiosidades, isso há mais de 100 anos! Também se encontram roupas, LPs, CDs, miniaturas, chapéus e por aí vai, nos vários quarteirões deste incrível mercado de rua. Se não quiser comprar nada e só passear, também é diversão garantida.

London: Portobello Market - Balls Stand

Vai uma bola de futebol aí?

London: Portobello Market - Soldiers

Guerra! De brincadeira...

London: Portobello Market - Block Stamps

Carimbos

London: Portobello Market - Charles & Diana

Lembrancas de um casamento muito importante

London: Portobello Market - T-Shirts

Banca de camisetas bem fashion

  • Serpentine GalleryLondon: Serpentine Gallery - ArchitectsEsta galeria, na “Exhibition Road” dentro do Hyde Park é até interessante, mas legal mesmo é o pavilhão temporário que é construído todo ano ao lado da galeria. Sempre é escolhido um arquiteto – ou escritório de arquitetura – diferente, que não tenha projetado nada na cidade. Neste ano (2009), uma incrível cobertura metálica, como um espelho, fica quase que flutuando sobre os delgados postes que a sustentam. Brincar com o seu reflexo nesta cobertura é divertidíssimo e rende ótimas fotos. Entrada gratuita. O pavilhão de 2010 foi projetado pelo renomado arquiteto francês Jean Noveau, que colocou uma enorme construção vermelha no meio do verde do parque. Segundo ele, o vermelho é uma cor que lembra a Inglaterra e que faz o verde parecer mais verde. Infelizmente não fiz fotos deste pavilhão…

London: Serpentine Gallery - Reflections 1

London: Serpentine Gallery - Reflections 2

London: Serpentine Gallery - Reflections JKS

Me divertindo com meu reflexo

London: Serpentine Gallery - Reflections 3

Se divertindo no Pavilhão Temporário da Galeria

  • Para uma balada diferente, recomendo a SHUNT (shunt.co.uk) algo entre bar, balada e centro de arte e performance. A melhor noite é a de sábado e só pela visita ao lugar já vale o valor da entrada. No “subterrâneo”, embaixo dos arcos da London Bridge, você realmente se sente embaixo da terra! A entrada é praticamente dentro da estação do Tube “London Bridge”, na Joiner St. – cuidado para não perdê-la!, e tem a principal, no número 10-20 da Stainer St. Não deixe de levar uma identificação com foto (nosso RG/carteira de motorista é suficiente), que deve ser apresentada na entrada. ATUALIZANDO: desde Junho de 2010 a Shunt mudou de lugar, perdendo grande parte do charme que eram os arcos da London Bridge. Por outro lado, o site atual deles diz que a idéia do lugar continua a mesma, agora no novo endereço (42-44 Bermondsey Street – SE1 3UD), que eu ainda não conheço.
  • Restaurantes bons e baratos:
    • Bodean’s BBQ – London: Bodean's BBQa melhor costela de porco (ribs) deste lado do Atlântico, segundo a revista Time Out. Fica no Soho, no numero 10 da Poland St. (e mais quatro endereços – www.bodeansbbq.com). Uma refeição de costela, com batatas e bebida (refrigerante refil ou cerveja) por £ 10.

      London - Bodean's Ribs

      Simplesmente ADORO estas costelas!

    • La Porchetta Pollo: pizza e pasta, bastante barato e em grande quantidade. Também no Soho, no número 20 da Old Compton St. Fomos em 6 e pedimos 4 pratos, entre macarrão e pizza, e todos se fartaram.

      London: Pasta

      Pasta (generosa) do Porchetta

    • Mui & Bay Chinese Restaurant: tambem no Soho, bem perto da estacao de Leicester Sq. do metro. Comida muitissimo saborosa e barata. Menos de £5.00 por uma refeicao sem bebida. 69 Charing Cross Rd.
    • Abeno Too – www.abeno.co.uk – 17-18 Great Newport St. Tambem perto da Leicester Square. Serve uma comida japonesa que eu não conhecia, o tal Okonomi-Yaki. Voce escolhe os ingredientes e a mocinha prepara sua comida diretamente na chapa que fica no centro da mesa. É uma mistura de panqueca com omelete muito interessante e saborosa. Da para pedir a porção padrão individual. Sugiro que cada um peça um diferente e todos compartilhem para provar os diferentes sabores.
London: Waterloo Bridge view, with London Eye

London Eye, Parlamento e Big Ben. Lindo!!

  • Vista da Cidade da Waterloo Bridge: acho que é a vista mais completa. De um lado se vê a Catedral de St. Paul, com a City e seus prédios modernos ao fundo. Do outro lado, a London Eye, Parlamento e Big Ben. Melhor ainda a noite e excelente, imperdível, se der sorte de ter uma lua como a que eu peguei. De graça é melhor ainda!
London: Waterloo Bridge View - City and St Paul's Cathedral

Vista noturna de Londres, da Waterloo Bridge - Catedral de St. Paul e City

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 02/08/2009: http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/08/02/mais-dicas-ainda-sobre-londres/

07/10/2010

Passeios legais em Londres


Mais dicas de Londres (originalmente publicado em 2009, com comentários atualizados)

  • National Gallery: é um paraíso para quem admira pintura. Rembrandt (para suas pinturas, minhas favoritas, vá direto à sala 24), Van Gogh, Ticiano, Vermeer, enfim, todos os mestres e com entrada gratuita. Então você pode entrar, ver uma parte, talvez seus prediletos e sair. Voltar outro dia, das mais uma olhada e sair. Entrar novamente, pois teve uma dúvida ou ficou curioso sobre alguma coisa… e sair. Sem pagar nada. Importante: doações são encorajadas, até para manter a visitação do acervo de graça. E além do acervo, aqui algumas das exposições temporárias também não têm custo e vale a pena dar uma espiada no cinema que há na ala Sainsbury (prédio anexo), pois são apresentados filmes sobre os pintores – como um sobre o Caravaggio que assisti nesta semana. Além fato dela estar na Trafalgar Square… ficar observando o movimento, sentado nas escadas ou junto à Nelson’s Column já é um passeio!
London: National Gallery at Trafalgar Sq

National Gallery, que fica na Trafalgar Square, vista da base da Nelson's Column

  • Greenwich Park: um lindíssimo passeio! Se você tiver tempo e disposição, pegue a Jubilee Line até o Canary Wharf – um empreendimento moderno, com arranha céus, praças e fontes, na área das docas do sudeste da cidade – e vá caminhando, ao longo do Tâmisa, para os Island Gardens.
    London: Pedestrian Tunnel below the Thames River

    Eu, no túnel sob o rio

    Atravesse o rio andando (?!?) por um túnel para pedestres construído em 1902 para chegar a Greenwich, um lugar que é um descanso da loucura e agitação de Londres! No Old Royal Naval College, projetado pelo Sir Cristopher Wren, o mesmo da Catedral de Saint Paul, visite o Painted Hall (com suas “colunas falsas”, teto e paredes completamente decorados com pinturas) e a Capela, antes de rumar para o topo da colina onde está o famoso Royal Observatory – o marco zero de latitude da terra, o meridiano 0º. Dica importante: a última entrada no observatório é as 16h30 e a estação da Jubilee Line de “North Greenwich” atende à O2 Arena (antigo Millenium Dome), e é longe deste parque.

    London: Greenwich, Royal Naval College

    Parada para aproveitar o sol, no Old Royal Naval College

    Para o Greenwich Park, use o DLR, que tem a estação Island Gardens bem perto do túnel sob o rio – uma alternativa se não quiser/puder vir caminhando de Canary Wharf. Na volta, depois de visitar o observatório, aproveitar a incrível vista panorâmica da cidade, tirar fotos no marco do Meridiano 0 e fazer compras na lojinha de souvenires, desça a colina e passe pelo centrinho comercial de Greenwich antes de embarcar na estação Cutty Sark (o whisky? sim e não, um antigo navio que fica ancorado aqui, aberto a visitação, mas ainda fechado para reforma – veja a situação atual aqui) do DLR, em direção a Central London.

London: Canary Wharf

London: Canary Wharf

London: Painted Hall, Old Royal Naval College

Painted Hall do Old Royal Naval College

  • Barbican: um empreendimento imobiliário inspirado nos conceitos do arquiteto Le Corbusier, é outro lugar que merece ser visitado.
    London: Barbican fountain

    London: Barbican

    Um conjunto de torres residenciais, comerciais, centro de artes, escola (para meninas), lagos e praças, junto às antigas muralhas da City of London. Passear por suas passarelas (high walks), aproveitar o sol (quando tem!) nas praças e junto aos lagos é um passeio super agradável. O Museu de Londres, que conta a história da cidade, desde a pré-história, passando pela ocupação romana e a Londres medieval – além de uma exposição sobre o Grande Incêndio que destruiu a city em 1666, também gratuito, está bem perto deste complexo. O Barbican tem uma estação de metro própria, mas está muito perto da St. Paul, que também atende à catedral de mesmo nome.

    London: Barbican Estate

    Barbican

  • Tate Modern: para aproveitar melhor o passeio neste enorme museu de arte moderna, gratuito, exceto pelas exposições especiais, vale se programar para acompanhar uma das visitas guiadas (gratuitas também). Atualmente tem uma ao meio-dia e outras duas às 14h e 15h, cada um em uma ala específica da galeria.
    London: Tate Modern's terrace

    Terraço panoramico da Tate Modern e o painel com marcos arquitetô™nicos

    Aliás, para aproveitar mais mesmo, pegue o tube até St. Paul e venha descendo a rua até chegar na Millenium Bridge, que atravessando, dá direto na Tate Modern. No quinto andar, passe pela loja e o café e acesse o terraço panorâmico, que, além da vista, tem um painel que explica os destaques arquitetônicos visíveis daqui. Chega a ser uma brincadeira interessante tentar identificar cada prédio, fazendo a conexão com seu destaque no painel. Não perca a loja de arte do térreo! Além de pôsteres, cartões postais e livros de arte, pode-se encontrar uma enorme variedade de presentes e souvenires, todos ligados ao tipo de arte exposto por aqui.

  • Pub: essa é uma dica rápida. Ficamos (eu, meu irmão e uns amigos) querendo achar um “traditional british pub”, para tomar um pint (a medida de volume específica para a cerveja inglesa, de 473 ml) longe de turistas. Do nada, ao lado da Houses of Parliament, onde tem o Big Ben – aliás o Ben é só o sino, não o relógio nem a torre – achamos a St. Stephen Tavern – 10 Bridge Street (que só descobrimos o motivo do nome, mais tarde, em casa, olhando um mapa que compramos durante a tarde). Só a vista do relógio, pela janela, e o ambiente cheio de ingleses em seu happy hour já vale a visita. Tome aqui um pint rápido para recarregar as energias!
London: St Stephen's Tavern & Big Ben

St. Stephen Tavern

  • Stanfords (explore – discover – inspire): quer um guia de viagens, um mapa, ou qualquer outra coisa relacionada? Aqui você encontra. Esta loja, bem perto do Covent Garden Market (12 – 14 Long Acrewww.stanfords.co.uk) é repleta de guias de viagens, mapas e tudo mais a ver com o tema – globos, balões com o mapa mundi, mapas de parede, cortinas de banheiro estampadas com mapas, acessórios (canivetes, lanternas, roupas) e tudo o que você possa imaginar.
    Stanfords - The World's largest map and travel bookshop

    Stanfords: a loja de viagem mais legal da cidade

    São três andares repletos! Tem uma parede enorme só de guias de Londres, dos mais diversos, além do enorme mapa no chão, que faz a alegria das crianças (tá, eu também fiquei curtindo e procurando lugares). Adorei quando ouvi uma criança dizendo ao pai “Não temos nada como isso aqui lá em Iowa” – e em nenhum outro lugar que eu já tenha visitado.

Vou deixar para completar outros passeios especiais mais tarde, porque agora quero sair para aproveitar um pouco mais desta linda, apaixonante e fantástica cidade. Quando estive aqui pela primeira vez no ano passado eu já tinha me apaixonado. Voltar, explorar novos lugares e re-visitar outros “is quite lovely indeed”.

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 17/07/2009: http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/07/17/passeios-legais-em-londres/

03/10/2010

Londres: como ser econômico em pounds?


Adote o “Quem converte não se diverte”, tenha em mente seu orçamento e aproveite tudo de bom que Londres oferece DE GRAÇA. Mas, pra facilitar as coisas, consulte a cotação de Libras/Pounds (£) x Reais (R$) no site do BC.

Sim, o diferencial é a cidade em si, com seus inúmeros parques e museus, todos de graça! Você pode entrar e sair, quantas vezes quiser, durante todos os dias do ano em que estiverem abertos, da maior parte dos museus britânicos – National Gallery, Victoria and Albert, British Museum, Natural History, Imperial War, Science Museum, Tate Britain, Tate Modern

Tate Modern Terrace View

Terraço panoramico da Tate Modern e o painel com marcos arquitetô™nicos

Sempre há uma exposição especial, esta sim com entrada paga (8 a 10 libras), mas os acervos permanentes estão todos abertos. É incrível! Eles solicitam uma doação voluntária, então decida o quanto quer gastar e procure as caixas de pagamento – muitas com um toque lúdico – e vale depositar desde 1 pennie a algumas libras, ou dólares, ou euros, o quanto quiser, ou até nada, se decidir.

Compre um cartão de transporte – Oyster Card – e já carregue com o total que você prevê gastar em transporte na cidade – £25 para 3 dias é uma boa referência. Porque tem a curtição de viajar de ‘Tube’ (como o metrô é conhecido na cidade) em Londres, que é, mesmo sendo caro em reais, o jeito mais barato de se locomover – o Oyster é aceito em toda a rede do tube, ônibus, Docklands Light Rail (DLR) e trens urbanos, debitando automaticamente suas viagens, resolvendo toda aquela cobrança complicada de zonas. E tem uma tarifa máxima diária que, quando atingida, passa a liberar sua viagem sem custo. É possível comprar seu Oyster, online, pelo site VisitBritain e recebê-lo em casa antes de viajar, ou mesmo comprar diretamente nas estações do Tube.

E se sua estada for maior que 4 dias, vale mais a pena usar o Oyster com a carga por dias. Para sete dias, por exemplo, sai por pouco mais de £25, e você usa o sistema inteirinho, só tocando o Oyster na entrada e saída das estações, ou quando embarcar no ônibus e trens. Há um centro de atendimento do Transport for London no aeroporto de Heathrow e diversos outros nas estações do tube por toda a cidade. Pagamento em dinheiro ou cartão de crédito.

Arrange um bom guia – é essencial para você conseguir dar uma direcionada no passeio. E um mapa! Aliás esta é a sugestão básica para qualquer viagem: ao chegar em uma nova cidade, arranje um mapa local. E, é claro, um mapa do extenso sistema de metrô da cidade – este você pega direto nas estações (e o site da TfL é ótimo pra planejar viagens!). Se acostume a fazer conexões para chegar a seu destino e preste bastante atenção aos avisos espalhados nas estações: o sistema está em ampliaçao e melhoria constante, com diversas obras que podem suspender a operação de algumas linhas por uns dias, principalmente nos finais de semana, ou mesmo atrapalhar e/ou impedir conexões em determinadas estações.

London: Stanfords Bookstore, Map

Trafalgar Square, no mapa da Stanfords

Aproveite os parques reais e praças da cidade, o South Bank, Picadilly, Trafalgar, Hyde Park, St. James Park, próximo ao Palácio de Buckingham – a troca da Guarda é passeio obrigatório, mas é um tanto longa e a melhor parte está perto do final: a banda toca, entre outras, algumas músicas pop mais conhecidas. Eu ouvi o tema de 007, quando assisti à troca em 2008, na minha primeira visita à cidade.

Para aproveitar as vistas mais legais do Rio Tâmisa, o ideal é passear pelo South Bank, onde está a London Eye (£17 pounds – adultos ou £27, usando o ticket “fast track”, sem filas, ambos com desconto se comprados via internet – www.londoneye.com), o The Globe e a Tate Modern, fora a melhor vista panorâmica do Big Ben e Houses of Parliament. Para melhores fotos, vá pela manhã.

Tem mais dicas vindo por aí, aguardem os próximos posts!

London, Eye

London, Eye

Jaime Scatena
Fotógrafo e engenheiro
Especial para o Blog PANROTAS Em Viagem

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 17/07/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/07/17/ja-em-londres-mas-como-ser-economico-em-pounds/

Revisado (texto e novas fotos) em Out/2010.

22/09/2010

Bath: os romanos na Inglaterra


No mesmo dia em que estive em Salisbury para conhecer Stonehenge fui para Bath para visitar esta pequena, mas muito bela cidade inglesa. Na verdade não foi a melhor das idéias, já que Bath merece mais tempo para ser devidamente apreciada: não tive muito tempo para conhecer a cidade, tive que acelerar a visita aos banhos romanos e nem tive chance de aproveitar os spas que existem aqui.

Bath: Avon River & Pulteney Bridge

Bath: Rio Avon & Ponte Pulteney

Pelo menos pude dar uma volta pela cidade, conhecer o “Royal Crescent” e o “The Circus“, que são ruas/praças de enorme apelo arquitetônico, projetadas no estilo Neo-Clássico pelos arquitetos, pai e filho, John Wood no séc. XVIII.

Bath: Royal Crescent

Bath: Royal Crescent

Mas a principal atração, e até a razão da fundação da cidade é a existência de uma fonte termal aqui, que atraiu os celtas e depois os romanos, que construíram enormes banhos que acabaram originando a cidade de Aquae Sulis, a predecessora de Bath.

Romans Baths: Pool

A grande piscina dos Banhos Romanos

Bath Abbey

Bath: Abadia

A visita aos Banhos Romanos, localizados bem à frente da abadia da cidade, é um verdadeiro mergulho no passado. A qualidade da exposição toda, o audio guia e o ambiente fazem com que você se sinta como que transportado ao tempo dos romanos.

A entrada custa cerca de £12 (varia de acordo com os meses do ano, mais caro em jul/ago) e inclui o audio guia, em oito línguas (mas não em português). São recomendadas 2h para visitar todo o complexo com calma, tempo que eu realmente não tive. Ainda assim curti muito e recomendo a visita.

Romans Baths: Model

Maquete dos Banhos Romanos

Um amigo meu brasileiro que mora aqui em Londres já me convidou pra voltar a Bath, mas, segundo ele, o ideal é chegar muito cedo e passar todo o dia, inclusive aproveitando os novos e modernos spas que se aproveitam desta fonte termal que fez a fama do local. Bath é um dos Patrimônios Mundiais da Humanidade da UNESCO, tanto pelos banhos quanto pelas atrações arquitetônicas da cidade.

Roman Baths: Façade

A antiga fachada dos Banhos Romanos

24/08/2010

Inspired – Photos/Fotos


Todas as fotos do post Inspired estão no slideshow e na galeria abaixo.

All the pictures from the post Inspired – the English version are on the slideshow and the photo gallery below.

Tutte le foto del post Inspired – la versione Italiana sono nel slideshow e nella galleria sotto.

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23/08/2010

Inspired – The english version


I had not even finished seeing the exhibition and was already eager to do pictures like those from Francesca Woodman; I even knew the location, the corner of my bedroom with the radiator and the wooden floor. On that night, and on the following days I went through a photographic journey that produced the images seen below.

Multiplo

Multiplo

Francesca’s work provoked me a melancholic reaction and in the first set of photos, I’ve tried to reproduce this feeling. in these pictures my face is not shown – hidden, covered, concealed – one of the key characteristics of her work. I tried to merge with the environment using the movement, producing a blurring effect on the face and body. To enhance this merging effect I’ve set the camera for high sensibility, causing the grainy appearance.

Pudico

Pudico

This series is basically on black and white, as a direct influence from Francesca’s work. As I was taking the pictures during the night time, I used a light source that caused an interesting effect that also enhanced the contours. This was an error, if an direct comparison with Francesca’s original work is to be made, a friend of mine suggested.  I have to thank Emanuele Camisassa for inviting me to the exhibition, for helping me think about the work I’ve done and also for persuading me to write this text that tells the evolution of my own pictures.

The morning after I produced a photo that directly relates to one from the exhibition, but with my personal presentation – lightly coloured, instead of the original black and white.

JKScatena as F.Woodman

JKScatena as F.Woodman

My “voglia” (the Italian for will) was not satisfied yet so I’ve also produced the series below (already considering Emanuele’s comments) but now with the presence of the face and also exploring the double – triple, quadruple – exposure as a way to merge the body and the environment.

Bizarro

Bizarro

Since the first series, I was wearing only a shirt, and sometimes not even that – I was undressing voluntarily, opening myself to the experience without shame. I also used a mask – as Francesca sometimes did – creating a faceless, and a slightly bizarre, character. Almost all of these pictures are black and white but with coloured ones, these last with an altered colour tone.

On the last series I used my 50 mm lens, which I love for creating an interesting lighting effect. Here I explored, not only the double exposure, but also my Milanese house’s doors as scenic elements. The empty chair, refers to an unoccupied place, that is not completely shown. These pictures are mostly coloured.

Inspirato

Inspirato

At the end the “voglia” I was satisfied. My first artistic productive journey – with a theme as far as possible derived from my previous work – as concluded. My artist’s ego was satisfied with the beautiful and interesting result of my labour. I finish the experience somehow changed and in a certain way evolved.

Attraverso

Attraverso

PS.: The slideshow and gallery with all the pictures taken is here.

23/08/2010

Inspired – La versione italiana


Non ero nemmeno uscito dall‘esposizione che già avevo voglia di fare delle foto somiglianti a quelle di F. Woodman; avevo già in mente lo scenario, un angolo della mia stanza, con un grande termosifone e il pavimento di legno. Nello stesso giorno e nei giorni seguenti ho percorso, alla mia maniera, un’esperienza fotografica che ha prodotto le immagini che potete vedere sotto.

Multiplo

Multiplo

Il lavoro di Francesca mi ha suscitato malinconia e nel primo gruppo di foto ho provato a catturare questa emozione. In queste foto manca il viso – nascosto, coperto – una delle caratteristiche predominanti delle sue foto. Ho provato a fondermi con l’ambiente attraverso il movimento, con l’effetto ”sfocato” sia nel viso, che nel corpo. Per accentuare questo effetto di fusione ho regolato la macchina fotografica con alta sensibilità, provocando la grana nelle immagini.

Pudico

Pudico

Questa serie ha delle foto in  bianco e nero, una influenza diretta del lavoro di Francesca. Siccome avevo fatto le foto di sera, ho usato una luce che provocava un interessante effetto ma che risaltava i contorni – un errore, paragonato alle foto che mi avevano inspirato, come mi ha detto un amico. Devo ringraziare Emanuele Camisassa per avermi invitato ad andare all’esposizione, per avermi aiutato a riflettere sul lavoro che avevo realizzato e anche per avermi motivato a scrivere questo testo che testimonia il percorso fotografico.

Nella mattina seguente ho fatto una foto simile ad una delle foto dell’esposizione, ho però dato la mia interpretazione – leggermente colorata, diversa del bianco e nero originale.

JKScatena as F.Woodman

JKScatena as F.Woodman

La voglia non era ancora soddisfatta e ho anche realizzato le serie di sotto, già con le prime considerazioni di Emanuele, ora però con la presenza del viso e l’utilizzo della doppia – tripla, quadrupla – esposizione come strumento per  fondermi con l’ambiente.

Bizarro

Bizarro

Dalla prima serie ho deciso indossare solamente una camicia, in certi casi  – spogliandomi di tutto, volontariamente, aprendomi all’esperienza senza pudore. Ho indossato anche una maschera – come Francesca – creando un personaggio senza viso, un po’ bizzarro. Questa seconda serie è stata realizzata con foto in bianco e nero e anche colorate, queste ultime con il tono alterato.

Per la ultima serie ho usato una lente di 50 mm che mi piace tanto perché crea una luminosità particolare. Qui ho esplorato, non solo la doppia esposizione, ma anche le porte della mia casa milanese come elementi scenografici. La sedia, vuota, evoca uno spazio non occupato, che però non si mostra completamente. In questa serie le foto sono di solito colorate.

Inspirato

Inspirato

Alla fine la voglia era soddisfatta. La mia prima avventura artistica – con un tema molto molto diverso da quelli dei miei lavori precedenti – era finita. Anche il mio ego di artista era stato appagato, perché sono riuscito ad ottenere un risultato bello ed interessante.Esco da questa esperienza leggermente modificato e, per certi versi, evoluto.

21/08/2010

Inspired


Não havia nem saído da exposição e a vontade de produzir fotos semelhantes às de F. Woodman já havia tomado conta de mim; já sabia até o cenário, o canto do meu quarto, com o grande radiador e o piso de madeira. No mesmo dia e durante os três seguintes percorri à minha maneira, uma trajetória fotográfica que culminou nas fotos abaixo.

Multiplo

Multiplo

O trabalho de Francesca me provocou certa melancolia e no primeiro grupo de fotos busquei registrar este sentimento. Estas fotos também contam com a ausência da face – coberta, escondida -, uma das características marcantes de suas fotos. Tentei me fundir com o ambiente através do movimento, causando o efeito de borrão tanto na face quanto no corpo. Para acentuar o efeito de fusão com o ambiente, regulei a câmera para alta sensibilidade, causando o efeito de granulação da imagem.

Pudico

Pudico

Esta série é basicamente branco e preta, como influência muito direta do trabalho de Francesca. Por estar fazendo as fotos durante a noite, usei uma fonte de luz que proporciona um efeito interessante, mas, por outro lado, ressalta os contornos – um erro, comparando com as fotos que me inspiraram, como me ressaltou um amigo; aliás, agradeço ao Emanuele Camisassa pelo convite para ver a exposição, por me ajudar a refletir  sobre o trabalho que produzi e também por me motivar a escrever este texto que registra a trajetória das fotos.

Na manhã seguinte produzi uma foto que faz referência direta a uma das fotos da exposição, mas com a minha interpretação na maneira como ela é apresentada – levemente colorida, diferente do preto e branco do original.

JKScatena as F.Woodman

JKScatena as F.Woodman

A voglia (vontade, em italiano) ainda não tinha sido satisfeita e produzi a série abaixo, já com as primeiras considerações de Emanuele, mas agora com a presença da face e explorando a dupla – tripla, quadrupla – exposição como maneira de fundir-me com o ambiente.

Bizarro

Bizarro

Desde a primeira série decidi usar apenas uma camisa, quando muito – me despindo voluntariamente, me abrindo à experiência sem pudor. Usei ainda aqui uma máscara – como Francesca – criando um personagem sem face, um tanto bizarro. Esta segunda série conta tanto com fotos em preto e branco quanto coloridas, mas estas últimas com uma tonalidade alterada.

Na última série de fotos usei uma lente de 50mm que gosto muito por criar uma luminosidade muito própria. Aqui explorei, além da dupla exposição, as portas de minha casa milanesa como elemento cenográfico. A cadeira, vazia, remete a um espaço não ocupado, mas que não se mostra por inteiro. Predominam aqui as fotos coloridas.

Inspirato

Inspirato

Ao final a voglia estava satisfeita. Minha primeira jornada produtiva de cunho artístico – com um tema completamente de meus trabalhos anteriores – estava concluída. Meu ego de artista também está satisfeito, com o belo e interessante resultado de minha produção. Saio desta experiência ligeiramente alterado e, de certo modo, evoluído.

O slideshow e a galeria com todas as fotos deste ensaio está aqui.

21/08/2010

Francesca Woodman, Milão 2010


Após visitar a mostra com obras da fotógrafa americana Francesca Woodman (Denver/CO 1958 – Nova York/NY 1981) fui tomado por uma onda de inspiração como nunca mais havia tido e produzi a série fotográfica que ilustra este texto, que é uma tradução livre do folheto da exposição. Minhas impressões e motivações para criar as minhas fotos estão no post a seguir: Inspired.

JKScatena as F.Woodman

JKScatena as F.Woodman

Francesca começou a fotografar ainda adolescente e percorre uma trajetória intensa, mas curta, que termina com seu suicídio aos 23 anos.

Quase toda a sua produção é baseada no relacionamento entre seu próprio corpo, objeto e sujeito de seus cliques e de seu olhar. De si própria não propõe uma visão idealizada, heróica ou carregada de qualquer significado particular; ao contrário, sua imagem é sempre inserida no cenário como se deste fosse parte. Geralmente seu corpo é coberto pela pintura da parede, joga com a própria sombra, aparece e some através portas e janelas, se esconde atrás dos móveis e objetos; a luz mais a faz perder consistência do quer exalta-la. “Me interessa a maneira como as pessoas se relacionam com o espaço. A melhor maneira de faze-lo é registrar suas interações com as fronteiras destes espaços. Comecei fazendo isso com ‘fotografias fantasmas’, pessoas desaparecendo em uma superfície plana…”.

Multiplo

Multiplo

Submisso

Submisso

Um traço recorrente e de grande expressividade é a ausência da face, cortada no enquadramento, escondida por máscaras, pelo próprio cabelo, por uma torção do corpo. “Uso a mim mesma como modelo por uma questão de conveniência. Estou sempre disponível”.

Nascida em 1958, filha de um pintor e de uma ceramista, Francesca se inscreve em 1972 em uma escola particular para garotas, a Abbot Academy, uma das poucas com cursos de arte – nesta época começa a fotografar, usando seu quarto como estúdio e cenário. Sob a influência de uma das professoras, a fotógrafa Wendt Snyder McNeill, cursa a Rhode Island School of Design (RISD, Providence/EUA) a partir de 1976 – ambienta agora suas fotografias no local onde reside, um grande apartamento semi vazio em um antigo prédio industrial.

Entre 1977 e 78 estuda em Roma/Itália na sede européia do RISD com a amiga Sloan Rankin, onde realiza sua primeira exposição individual. No outono de 1978 retorna a Providence, onde conclui os estudos na RISD, obtendo o título de BFA em Fotografia e se transfere para Nova York. Em janeiro de 1981 é publicada a edição impressa de “Some disoriented interior geometries” (Synapse Press, Philadelphia), um dos seis cadernos fotográficos elaborados durante sua permanência em Roma. No dia 19 do mesmo mês abandona voluntariamente a vida.

Inquadrato

Inquadrato

Francesca Woodman. Milão – Palazzo della Ragione; 16 de julho a 24 de outubro de 2010.

19/08/2010

Genebra: um passeio na cidade junto ao lago


Para mim, uma das atrações mais interessantes de Genebra é exatamente o Lago Genebra, ou Lac Leman, como também é conhecido. Sim, porque a bela cidade se espalha em torno do lago, abraçando-o em seu lado sul, onde se encontra a cidade velha de Genebra.

Genebra - Jet d'Eau - Inclinado

Jet d'Eau, visto dos Pâquis

Genebra - Jet d'Eau Pier

Jet d'Eau: por aqui se chega na base do jato

O belo Jet d’Eau, um enorme jato d’água que atinge a altura de 140 metros domina a paisagem e pode ser visto de qualquer ponto às margens do lago e de qualquer ponto alto da cidade. Mas não é só para ser apreciado de longe, já que se pode chegar bem perto de sua base e, na verdade, até banhar-se na sua bruma. Para poder aprecia-lo de perto é só dirigir-se à Quai G. Ador, onde tem um pier que liga a margem à base do jato. Mesmo se não quiser se molhar, vale muito a pena dirigir-se a este local para observar o jato mais de perto.

Genebra - Jet d'Eau - Arco Iris

Jet d'Eau, visto dos Pâquis

Aparte dos meses de inverno (novembro a fevereiro, na temporada 2010-2011), é ligado às 10h00 e vale a pena observar este momento, quando o primeiro jato é lançado. A cada segundo 500 litros de água são atirados ao alto, saindo a uma velocidade de 240 km/h! Foi inaugurado em 1891 e renovado em 1951.

Circular na cidade é bastante simples, principalmente se você estiver hospedado em algum hotel da cidade ou mesmo se possuir um passe de trem suíço. Em ambos os casos, você tem acesso a todos os meios de transporte – ônibus, trens, trams/bondes e até barcos – dentro da Zona 10, que cobre praticamente toda o centro expandido da cidade, incluindo o Aeroporto.

Genebra - Barco

Uma das linhas de transporte pùblico da cidade

Aqui os meios de transporte não tem catraca e você deve apenas portar um passe válido – no caso, o passe de trem ou o cartão Geneva Transport Card, que você pode pedir quando fizer o check in no hotel. Não deixe de usar os deliciosos barcos das linhas M1 a M4 que cruzam o lago. São passeios curtos mas muitíssimo agradáveis!

Genebra - Saint Pierre

Catedral de Saint Pierre

Uma parte da cidade que não pode deixar de ser visitada é a cidade velha, dominada ao alto pela Catedral de São Pedro. As estreitas ruas da Genebra medieval podem ser visitadas tranquilamente a pé – deixe-se perder por elas, explorando sem preocupar-se, já que não é muito grande e depois é só descer em qualquer direção para chegar ao lago ou às linhas de tram, que circundam esta zona.

Genebra - Cidade Velha

Uma das praças da cidade velha

Aliás, a Catedral é uma visita imperdível, seja para conhecer o local onde Calvino começou a Reforma Protestante da igreja, que tanto influenciou a história da cidade. Por estar livre do domínio da igreja católica, a cidade de Genebra atraiu muitos artistas, poetas e pensadores que ajudaram a formar esta que é a segunda cidade mais populosa do país. Na catedral dá pra ver a cadeira usada por Calvino e também a bela Capela dos Macabeus, transformada por ele durante muito tempo em uma sala de aula, e hoje restaurada.

Genebra - Vista Catedral

A bela vista da torre da Catedral de St. Pierre

Subir nas torres da catedral custa apenas ChF 4,00 e proporciona uma bela vista panorâmica da cidade. A Torre Norte é mais interessante, já que tem terraços abertos excelente para fotos – se tiver pouco tempo pode até abrir mão de visitar a Torre Sul… só que desta se pode fotografar a Torre Norte com o lago ao fundo.

Genebra - Capela Macabeus

O belo teto da Capela dos Macabeus

Junto à loja da catedral, onde se adquire o bilhete para subir às torres e que fica ao lado do altar – hoje o edifício não é um templo religioso, mas um local que sedia eventos importantes da cidade e do país – tem um breve vídeo (inglês e francês) que conta a história da catedral e que vale a pena ser visto.

Genebra - Cafe Saint Pierre

O charmoso Café Saint Pierre

Bem ao lado da catedral fica o Café Creperie Saint Pierre, no mesmo local há mais de 500 anos. É uma excelente opção para um almoço leve e extremamente agradável, principalmente nas mesas externas, ao lado da praça e com uma vista belíssima da catedral. Uma refeição com crepe, cerveja e café sai por cerca de ChF 23,00. Aprecie também o toque dos sinos da torre, a cada 15 minutos. Aliás, este é um hábito que estou adquirindo aqui na Itália, com suas cidades repletas de igrejas. Os sinos aqui não soam apenas as badaladas das horas, mas melodias completas, principalmente nas horas cheias e perto das missas. Nestes momentos o ar fica tomado pelo som dos sinos. Cativante!

Saindo da cidade velha ao final do dia, desça até o lago e pegue o barco M1, da parada Molard e dirija-se ao Pâquis, na Quai du Mont-Blanc para apreciar o pôr do sol.

Os Bains des Paquis são uma verdadeira praia no limpido e fresco Lac Leman. Com toda a estrutura necessária para banhar-se – desde praias de seixos até piscinas, vestiários, banheiros e bares – dá pra passar um tempão por aqui curtindo o lago, especialmente num lindo dia de sol como o que eu peguei.

Genebra - Bain des Paquis

Bain des Pâquis: a praia do Lago

A entrada custa ChF 2,00, então vir aqui só para  apreciar o pôr do sol, com uma vista diferenciada do Jet d’Eau, é um bom passeio. Até o início de setembro aqui tem também uma série de espetáculos no nascer do sol – os Aubes Musicales – que valem muito a pena.

Genebra - Les Brasseurs

Restaurante Les Brasseus, bem perto da estação de Cornavin

Outra dica legal de restaurante é o Le Brasseurs (Place Cornavin 20 – www.les-brasseurs.ch), bem na frente da estação de trem. Aqui a cozinha fica aberta até as 23h45 (0h45 sextas e sábados) e se pode apreciar um tipo de comida que eu não conhecia – e que tão pouco arrisco pronunciar o nome – os Flammenkueches: uma fina massa, que parece de pizza, do tamanho de um prato, com coberturas diversas. Comi uma com ovo e queijo que era leve e saborosa. Custam entre ChF 15,00 e 25,00, mas com promoções especiais no almoço durante a semana. Outro prato que vale a pena, mas só para os apreciadores de carne, é o Tartar – carne moída, crua e temperada, com torradas e fritas a ChF 26,50. O local oferece ainda cervejas de diversos tipos e tamanhos, até uma coluna de 10l, perfeita para grupos.

E, é claro, o Café Pessoa, que tem a DELICIOSA Picanha à Brasileira aos sábados.

Fora tudo isso, Genebra é ainda um destino de compras e, em Agosto, as Fêtes de Geneve agitam a cidade. Um belo destino a descobrir!

16/08/2010

Genebra: Fêtes de Genève


Fêtes de Geneve

Fêtes de Geneve: os belos fogos de artifício

Um dos principais motivos da minha viagem foi o espetáculo, na noite de sábado, que encerra o “Fêtes de Genève”, um festival anual que agita a cidade no mês oficial de férias europeu. Como os habitantes locais viajam e os árabes vem aos montes (dizem as más línguas que vem para fazer a visita anual ao seu dinheirinho, guardado nos bancos suíços), o Turismo de Genebra montou esta festa anual e já muito tradicional.

Genebra - Fetes

Brinquedo da feira, ao redor do Lac Leman

São, na verdade, dois grandes blocos de eventos: as pré festas, em julho e as festas propriamente ditas, em agosto. Durante estes dias as margens do lago se tornam um grande parque de diversões, com os brinquedos tradicionais e inúmeras barracas de comidas e doces. Apresentações em palcos agitam as tardes e noites – durante as festas de agosto, em 4 áreas distintas. É realmente uma delícia.

A edição deste ano iniciou com as pré festas em 15 de julho e encerrou na noite de 8 de agosto. O maior evento é, sem dúvida, o show pirotécnico e musical na noite do último sábado das festas.

Genebra - Fetes

Voando sobre o Lac Leman

É a noite mais agitada do ano na cidade, que fica repleta de turistas de todas as partes do mundo e que lotam as margens do Lac Leman para ver o espetáculo. Dei uma sorte enorme e assisti tudo de uma varanda, uma vista privilegiada pois pude também ouvir a trilha sonora (conheci um casal de jovens brasileiros no trem, de volta para Milão, que estavam em outra parte do lago e não podiam ouvir nada, somente ver o espetáculo). A apresentação deste ano foi em torno do tema Circo. Como não falo francês, pude apenas descobrir que os diversos números eram ligados às atrações circenses, então teve a parte dos elefantes, da foca, os palhaços, as contorcionistas chinesas, o mágico e assim por diante. Cada uma delas com fogos diferentes, que estouravam sobre o Lac Leman, num efeito visual e sonoro fantástico. Acho que foi um dos espetáculos pirotécnicos mais bonitos que vi na minha vida – e digo isso já tendo visto o reveillon de Copacabana diversas vezes.

Fêtes de Geneve

Fêtes de Geneve: mais dos belos fogos de artifício

Se você estiver programando viajar para a Suíça no ano que vem, faça de tudo para estar na cidade no segundo sábado de agosto, pois esta festa é realmente imperdível.

Mais fotos dos fogos meu website fotográfico, em http://photo.jkscatena.com/tag/fetes-de-geneve/

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14/08/2010

Genebra: compras e mais compras


Nunca fui muito de ficar viajando para fazer compras, mas algumas vezes também sou mordido pelo bichinho do consumismo e acabo gastando minhas economias. Aqui em Genebra nem tentei muito resistir, já que procurava coisas específicas e tradicionais de se comprar por aqui: canivetes (sou um colecionador) e um relógio (já estava na hora de comprar um extra, pra variar um pouco).

Genebra-Victorinox-Poster

Victorinox: a evolução da pedra lascada

Tá bom que acabei comprando mais um monte de coisas, mas aí eu já estava contaminado pela onda compradora e aproveitei também as liquidações, tradicionais nesta época do ano. Vale a pena comentar que os preços, apesar de Genevra ser conhecida como uma das cidades mais caras do mundo, estavam muitíssimo parecidos com aqueles que encontrei em Milão ou mesmo em Londres – sempre considerando o câmbio, já que aqui se usa o Franco Suíço (ChF), e não o Euro (mas que também pode ser retirado nos caixas eletrônicos e é aceito na maioria das lojas, neste caso com um câmbio mais desfavorável).

Minhas dicas aqui são:

Genebra - Compras - Rue Croix d'Or

Rue Croix d'Or, a de lojas de luxo

Manor (6 rue Cornavin, aberta a partir das 9h00): uma imensa (5 andares) loja de departamentos, repleta de opções para os mais diversos tipos e gostos. Uma dica bem legal é comprar comida pronta aqui, logo no piso térreo (onde também estão os chocolates), que não é muito cara, e comer nas praças da cidade. Um monte de gente faz isso. Além dos chocolates, tem também uma área legal, ainda no térreo, de souvenires suíços (canecas, imãs, camisetas, bichos de pelúcia etc.). No sub-solo estão as coisas para casa; subindo se encontra moda masculina, feminina, perfumes, esporte, papelaria, eletrônicos e, no topo um restaurante panorâmico. Nos andares de roupas, não deixe de procurar uma ‘área adicional’, com as coleções mais “modernas” de marcas famosas, cheia de araras e estantes com peças de coleções antigas a preços mais baixos.

Genebra - Compras - Victorinox

Victorinox Flagship Store

Victorinox Flagship Store (2 rue du Marché): esta era realmente meu alvo principal, já que coleciono aqueles pequenos canivetes desta marca tradicional suíça. Seus produtos podem ser encontrados em praticamente todas as lojas da cidade, mas comprar aqui tem um charme adicional. Os canivetes da coleção 2010 são muito charmosos – comprei 3 dos mais baratinhos, mas tinha um, daqueles bem pequenos, que custava a bagatela de ChF 25.000,00 – isso mesmo, vinte e cinco mil francos – aceito presentes de aniversário, agora em novembro, ok? Além disso: malas e mochilas, roupas, perfumes e relógios.

Genebra - Compras - Rue Mont-Blanc

A agradável Rue du Mont-Blanc

Swatch (endereços diversos na cidade, mas recomendo a loja da Rue du Mont-Blanc): esta é para aqueles que querem um bom relógio a preços razoáveis. As coleções são, em geral, as mesmas encontradas nas lojas da marca no Brasil, mas os preços são definitivamente menores. Comparando o preço do relógio que comprei aqui em Genebra no ano passado, a economia chegava a cerca de 30% em relação ao preço brasileiro.

As principais lojas de luxo se concentram nas ruas perto da cidade velha – Rue du Rhône, Rue de Rive e Rue Crux D’Or, mas eu não tenho a carteira deste calibre, então só passei rapidinho, a caminho da loja da Victorinox, que fica nesta área.

E pra terminar, tem a Substation X-World (14 rue du Neuchâtel), mas esta, só para maiores, é uma fetish store de 240 m2. Só estou dando a dica porque descobri que gosto deste tipo de produtos na minha temporada londrina.

12/08/2010

Valeu a pena acordar tão cedo? Sim, valeu muito a pena!


Acordar as 5h00 da manhã de uma segunda feira e pegar um ônibus em direção ao centro da cidade só pra ver um show musical… parece coisa de louco, e até é um pouco, mas a experiência foi tão bonita e rendeu fotos tão belas, que posso dizer que sim, valeu a pena.

Genebra - Paquis - Casal

Aubes Musicales

Genebra - Paquis - Dançarina e PlateiaConheci o “Bains des Pâquis” (30, quai du Mont-Blanc) na tarde de domingo e já tinha decidido passar minha última manhã em Genebra por ali, para poder nadar no Lac Leman. Só que, quando deixava o local encontrei este panfleto do “Aubes Musicales”, um programa que traz apresentações musicais no amanhecer, durante o nascer do sol – das 600 as 7h00. São concertos e apresentações musicais gratuitas, todas as manhãs até o dia 5 de setembro. Se você estiver na cidade nestes dias recomendo fortemente.

Quando estive lá se apresentava um grupo de musica e um casal de bailarinos indianos. Genebra - Paquis - DançarinoA música, que é um mantra, os dançarinos, muito expressivos, o sol nascendo, por detrás de uma montanha e se refletindo no lago… tudo isso fez deste início de manhã uma experiência realmente inesquecível.

A programação é bastante variada, desde musica africana (12/Ago), chilena folclórica revisitada (15/Ago), nepalesa (16/Ago), jazz e funk (17 e 23/Ago) a orquestras e clássica (19-22, 24-27 e 30/Ago a 4/Set), passando até por corais (18/Ago). Até artistas brasileiros já se apresentaram por lá.

Genebra - Paquis - Poster

Aubes Musicales - link externo

Pelo menos, depois da apresentação eu pude tomar um belo café no próprio local e ainda tirar um cochilo aproveitando o calor gostoso do sol que se levantava. Sim, antes de ir embora fazer as últimas compras ainda nadei nas cristalinas e frescas águas do Lac Leman.

Fotos adicionais desta bela apresentação estão disponíveis no meu website fotográfico em: photo.jkscatena.com/tag/paquis.

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11/08/2010

Valeu a pena? Sim, já que a alma não é pequena


Estou aqui na Europa há quase cinco meses e sempre digo que não sinto muita falta do Brasil. Sim, sinto falta dos amigos, da minha família, do meu sobrinho – o pequeno Antonio Scatena que só conheço via Skype… Mas não, do país, da bagunça burocrática e política (tá, a Itália não está muito longe), da fraca infra-estrutura urbana, do trânsito caótico de Sampa… disso não sinto falta. Mas descobri aos poucos que sinto falta da comida brasileira!! Ahh, como faz falta! Mas sábado passado, em Genebra, matei a saudade com estilo!

Genebra - Café Pessoa - Fachada

A fachada do Café Literário Pessoa

Tinha planejado fazer umas comprinhas nesta bela cidade suíça que visitei durante o final de semana. Sabia que domingo as lojas estariam fechadas e desta vez (visitei brevemente a cidade no ano passado) não ia deixar de comprar uns canivetes para a minha coleção. Saí do hotel, peguei um ônibus para o centro e, do nada, avistei um café e a vontade (quase vício) de consumir cafeína bateu forte. O Café Literário Pessoa (5, Rue Jean-Dassier – cafepessoa@mac.com – +41 22 340 2285), como descobri ao entrar, é um refúgio português na cidade bancária suíça e, para a minha grata surpresa, serve Picanha à Brasileira todos os sábados! Completíssima, com arroz, feijão preto, farofa, molho vinagrete, banana frita, batatas fritas e até uma fatia de abacaxi grelhado (ChF 25,00).

Genebra - Café Pessoa - Picanha

Arroz, feijão, picanha, batata frita, banana e molho vinagrete...

Não fiz esforço nenhum para resistir à tentação, me sentei, pedi uma cerveja e, quando as belas e suculentas fatias de picanha me foram servidas, ainda pedi uma pimentinha pra completar. Comi até dizer chega, lambendo os beiços e dedos, maravilhado com aquela iguaria, preparada com capricho e realmente “à brasileira”, apesar de ser em um restaurante português (suspeito que o cozinheiro seja meu conterrâneo!).

Genebra - Café Pessoa - Valeu a Pena?

Valeu a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena

Esqueci de comentar que o café é uma graça, decorado com versos do poeta português escritos pelas paredes, que também estão repletas de mensagens, em português, de clientes. “Ó mar salgado, quanto do teu sal. São lágrimas de Portugal! (…) Valeu a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.

Genebra - Café Pessoa

Fernando Pessoa (Lisboa, 13/06/1888 – 30/11/1935)

Saí mais que satisfeito, pronto para curtir a bela tarde de sol a comprar mercadorias legitimamente suíças – estas dicas, e outras, vem nos posts a seguir.

Fica a dica para quem quiser matar a saudade da comida brasileira em terras de canivetes, relógios e chocolates.

04/08/2010

Londres: fechando com chave de ouro a jornada ferroviária


Esta é minha terceira viagem a Londres, mas a primeira que chego (convenientemente, diga-se de passagem) de trem, diretamente na estação St. Pancras, renovada para ser a parada na capital inglesa do Eurostar.

Grupo RailEurope na estação londrina de St.Pancras

Grupo RailEurope na estação londrina de St.Pancras

E chegar nesta estação vitoriana, com sua bela cobertura metálica azul foi um fechamento com classe desta nossa jornada ferroviária pela Europa.

St. Pancras, a estação de Londres do Eurostar

St. Pancras, a estação de Londres do Eurostar

Achava que a viagem no Eurostar, de Bruxelas a Londres, por baixo do Canal da Mancha seria algo espetacular, mas não é nada mais do que um grande túnel, até um pouco sem graça, para falar a verdade. A maior diferença está no serviço de bordo, já que neste trecho é servida uma refeição, como aquelas que estamos acostumados nos nossos voos de maior distância. Nada de especial, mas diferente daquilo que estávamos nos acostumando nos diversos trechos que percorremos. Pra ser correto na manhã deste dia recebemos também uma breve refeição no trecho Paris – Bruxelas, com o Thalys.

Também para ser justo, fiquei um pouco desapontado com o percurso do Thalys, já que ao invés de usarmos o trem normal deste trecho – o único com Internet a bordo, diga-se de passagem – a composição foi substituída por um TGV, equivalente em conforto e velocidade, mas sem a cobertura de wi-fi móvel que seria o diferencial desta viagem.

Aliás, continuando com a série de justiça, Bruxelas foi realmente uma parada especial. Maria Corinaldesi, da RailEurope, fazia sempre questão de frisar que esta aparente loucura – acordar em Paris, almoçar em Bruxelas e dormir em Londres – tinha o propósito de mostrar que é possível conectar três grandes cidades européias em um único dia de trem. E foi muito mais que isso!

A bela praça principal de Bruxelas

A bela praça principal de Bruxelas

A capital belga surpreendeu positivamente a todos do grupo com seu charme – a praça principal da cidade é uma beleza -, com o humor do seu povo – a começar pelo nosso guia, mas completando o time com os dois profissionais do turismo belga que nos acompanharam (ambos casados com brasileiras e falando um português genuíno) -, e com o fantástico restaurante do chefe Bruneau – onde adicionamos mais duas estrelas Michelin ao nosso álbum de viagem.

Chefe (estrelado) Bruneau, que foi mestre do nosso brasileiro Alex Atala

Chefe (estrelado) Bruneau, que foi mestre do nosso brasileiro Alex Atala

Manneken Pis é um monumento ideal da cidade que se gaba de ter as melhores cervejas da Europa

Manneken Pis é um monumento ideal da cidade que se gaba de ter as melhores cervejas da Europa

E as breves viagens de trem – menos de duas horas em cada trecho, Paris – Bruxelas e Bruxelas – Londres, não foram nada cansativas e provaram que é realmente muito simples conectar três grandes cidades européias de trem em um único dia. Tenho certeza que fazer a mesma proposta de conexão voando seria muitíssimo mais cansativo.

Para encerrar nossa viagem passamos a noite hospedados em Gloucester Park, uma alternativa muito interessante para hóspedes “long stay” em Londres, já que só aceitam permanências acima de 90 dias. É como ter seu próprio apartamento na cidade, completamente mobiliado e equipado e em localizações verdadeiramente diferenciadas, mas com serviço de hotel, como arrumadeira, lavanderia, academia, recepção/portaria etc..

Uma casa, completamente mobiliada em Londres

Uma casa, completamente mobiliada em Londres

E o apartamento ainda tem uma belíssima vista!

E o apartamento ainda tem uma belíssima vista!

O que ficamos é perto do Hyde Park, mas o Cheval Residences tem empreendimentos semelhantes em outras áreas valorizadas da cidade.

Londres - Tamisa

“Good day, sunshine!”, dos Beatles, na London Eye

“Good day, sunshine!”, dos Beatles, na London Eye

O dia seguinte começou com um passeio na London Eye; demos muita sorte com o céu lindamente azul, foi seguido de um almoço na Regent Street Food Quarter, na Heddon Street – no primeiro restaurante a quilo de Londres, o charmoso e trendy Tibit e terminou com um shopping tour na Regent Street, a primeira rua projetada para ser um centro de compras na cidade, e na Carnaby Street, o centro de compras mais cool de Londres.

Regent Street Food Quarter, uma “praça de alimentação” chiquérrima, uma ótima dica!

Regent Street Food Quarter, uma “praça de alimentação” chiquérrima, uma ótima dica!

Alguns dos companheiros de viagem retornaram ao Brasil, na business class da TAM, no final do dia, mas outros, como eu, aproveitaram para estender a estadia na Europa. Agora estou na Italia, em uma parada pessoal na busca de documentos de meus ancestrais. Depois parto para a Espanha onde vou receber meu prêmio da Comissão Européia de Turismo pelos meus blog posts neste Blog PANROTAS em Viagem – como vocês leitores já devem estar sabendo.

Aliás, encerro mais esta série com um agradecimento a equipe do PANROTAS pela oportunidade de escrever neste nobre espaço e a todos vocês leitores que me acompanharam nestas minhas jornadas durante este ano.

Um grande abraço e até as próximas viagens.

Um grande abraço e até as próximas viagens.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem em 30/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/30/londres-fechando-com-chave-de-ouro-a-jornada-ferroviaria/

Atualizado em 19/04/12.

03/08/2010

Paris: infelizmente não foi amor à primeira vista


Acho que foi como tentar se apaixonar por uma mulher aos prantos, de mau humor e com a maquiagem borrada. Cheguei à Cidade Luz cheio de expectativas, afinal a primeira vez em Paris deveria ser memorável, certo? Além de toda a propaganda da cidade, que é a cidade perfeita, que é linda, que é agitada. Sim, é muito bonita. Sim, é bastante agitada. Mas estava chovendo e frio… desculpe Paris, mas fiquei frustrado.

Mesmo com o tempo ruim, as vistas são lindas!

Mesmo com o tempo ruim, as vistas são lindas!

Por outro lado o hotel Fouquet’s Barrière onde nos hospedamos superou qualquer expectativa que eu pudesse ter. Aqui, realmente o luxo está nos detalhes. E no serviço. E na localização, é claro – ainda que a Champs Elysées estivesse toda molhada e fria (chorando e com a maquiagem borrada…), sentar no centenário restaurante Fouquet’s para o café da manhã, rodeado de deputados franceses e assistindo ao desfile de pedestres em uma das calçadas mais emblemáticas da cidade (quiçá do mundo) é realmente mágico.

Cama super confortável e frutas, como pedi com antecedência

Cama super confortável e frutas, como pedi com antecedência

Aliás, a história do hotel começa com a compra do restaurante Fouquet pela cadeia Barrière, que posteriormente foi adquirindo outros prédios ao redor – 5 ao todo – que foram reformados/restaurados e interligados, chegando na estrutura atual, com 107 quartos de altíssimo luxo, dois restaurantes (o Fouquet e o Diane) e um bar, Spa com piscina e academia e a imensa suite presidencial onde Nicolas Sarkozy aguardou a confirmação de sua vitória nas eleições presidenciais.

O atendimento diferenciado começou ainda antes da viagem, já que o hotel encaminha ao hóspede um questionário de preferências no qual uma das primeiras perguntas já dá o tom: “Você gostaria que o mordomo (sim, tem um mordomo à sua disposição durante a estada) desfizesse sua mala?”. E segue com outras do tipo: quarto fumante ou não – se sim, charuto ou cigarro? -, tipo de cama e travesseiros, flores da decoração (rosas ou orquídeas? de que cor?) e até o tipo de música e de chocolate preferidos. Ao chegar no quarto o hóspede tem tudo para se sentir em casa.

Impressora à disposição no quarto

Impressora à disposição no quarto

Detalhes como wi-fi em todo o hotel, sem cobrança adicional, uma impressora à disposição no quarto, televisão na banheira – com controle remoto à prova d’água -, cofre com tomada interna, frigobar “free” e um perfume Hermès de “presente” dentre as amenities no banheiro não passam despercebidos pelos hóspedes mais exigentes. E ainda é fácil dizer que é um luxo sem o tipo de imponência que chega a incomodar. É o verdadeiro luxo, da melhor qualidade.

Televisão na banheira, com controle à prova d’água

Televisão na banheira, com controle à prova d’água

Por estas e outras a estadia em Paris – aqui, como em Berlim, passamos duas noites desta jornada ferroviária – será realmente memorável, mas eu ainda tenho que retornar à cidade para tentar me apaixonar por esta nobre dama francesa, podendo vê-la no seu maior esplendor.

Champs Elisées, uma das mais charmosas avenidas do mundo

Champs Elisées, uma das mais charmosas avenidas do mundo

Escrevo este post do trem Thalys que faz a conexão Paris – Bruxelas, Bélgica, onde passaremos o dia para depois embarcar para Londres, nossa última parada.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem, em 27/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/27/paris-infelizmente-nao-foi-amor-a-primeira-vista/

Para ver mais fotos de Paris, visite meu website fotográfico, em Paris << ©JKScatena Photography, ou clique no mosaico abaixo:

Paris: Mosaic

Paris << ©JKScatena Photography

 

02/08/2010

Chegando na França: Lyon e as vinicolas de Beaujolais


Chegamos em Genebra, vindos de Montreux no final da tarde de domingo, mas imediatamente pegamos um taxi para a França, onde passamos a noite. Sim, Divonne está a quinze minutos de Genebra e a única noite que passamos neste agradável castelo de origens medievais foi uma verdadeira festa gastronômica.

Na manhã seguinte voltamos a Genebra um pouco mais cedo do que o inicialmente programado para termos algum tempo para conhecer a cidade. E lá fomos nós, com apenas uma hora e meia para conhecer a cidade e fazer algumas compras, como relógios e canivetes legitimamente suíços.

Genebra, vista com bandeira suíça

Genebra, vista do relógio floral

Duas vistas da parte mais moderna de Genebra, junto ao Lac Léman (Lago Genebra)

No meu caso consegui comprar meu Swatch, mas fiquei morrendo de vontade de conhecer melhor esta linda cidade! Pude dar uma volta, bastante corrida pelas ruas da antiga cidade medieval, às margens do Lac Lemán, mas foi o suficiente apenas para dar mais vontade de voltar.

De Genebra chegamos “oficialmente” à parte francesa da viagem na capital gastronômica do país e da região de Rhône-Alpse, a bela Lyon, onde ficamos hospedados no hotel Cours do Lodge, um conjunto de quatro prédios medievais restaurados e transformados em um estabelecimento verdadeiramente diferenciado.

Rue du Bœuf, na Vieux Ville de Lyon

Rue du Bœuf, na Vieux Ville de Lyon, a rua do Cours do Lodge

“Somos um dos pouquíssimos hotéis na Vieux Ville de Lyon, a área original da cidade, com um jardim interno. E temos muito orgulho disso!” diz o Gerente Geral do hotel, Franck Sciessere.

Franck Sciessere, do Cours do Lodge

Franck Sciessere, do Cours do Lodge

Céline Gomes, a francesa filha de portugueses do órgão de turismo da região de Rhones-Alpes ressalta que  o escritório de turismo pode prestar serviços de apoio para grupos, bastando entrar em contato com ela pelo e-mail celine.gomes@rhonealpes-tourisme.com. “Outra coisa que é importante falar é que o Lyon City Card – que inclui a entrada em diversos museus da cidade e o uso de todo o transporte urbano de Lyon durante sua validade, que pode ser de 24, 48 ou 72 horas – oferece comissão de vendas para os agentes e operadores”, completa Céline. Ela diz que o volume de brasileiros visitando a região não é muito grande, mas também porque eles ainda não haviam realizado grandes ações promocionais, intensificadas em 2008, aproveitando a oportunidade do Ano da França no Brasil. “Em 2008 fizemos ações em São Paulo e em Curitiba, até porque Rhone-Alpes e o estado do Paraná são regiões irmãs. E em abril de 2010 faremos um workshop juntamente com a Atout France (ex-Maison de France). Já confirmamos as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro outras duas ou três ainda dependem de confirmação”.

Fizemos um passeio guiado pelo bairro antigo de Lyon, iniciando pela Basilica de Fourvière, no alto do morro de mesmo nome, de onde pudemos ter uma vista panorâmica de toda a cidade.

Uma das praças de Lyon, vista da Basilica de Fourvière

Uma das praças de Lyon, vista da Basilica de Fourvière

“No dia da consagração da estátua dourada da Virgem Maria, 8 de dezembro, todas as casas da cidade colocaram velas nas janelas, o que deu início ao agora permanente Festival das Luzes, 4 dias nos quais diversos eventos “luminosos” enfeitam a cidade trazendo mais de 4 milhões de turistas. Este ano será de 05 a 08/12”, diz o guia Jérome Trevy que nos acompanhou.

A Virgem Dourada de Fourvière

A Virgem Dourada de Fourvière

E só mesmo com um guia credenciado para descobrirmos as passagens secretas do bairro velho, as traboules. Criadas para facilitar o trânsito dos trabalhadores da seda da Lyon medieval, existem mais de 500 destas passagens por dentro dos quarteirões, passando por dentro das casas.

Traboule de Lyon

Entrada de uma das traboules mais longas de Lyon

“Algumas delas continuam abertas para o público em geral, principalmente pelo seu valor cultural e histórico, depois de acordos entre os moradores, que tem que deixa-las destrancadas das nove da manhã as sete da noite, e a prefeitura, que passou a arcar com a limpeza e a iluminação delas”, explica Jérome que também nos contou que a área era muito degradada e desagradável até que se tornou área de proteção nacional em 1964. Em 1998 o esforço de restauração foi reconhecido pela Unesco que tornou a parte antiga de Lyon e mais uma área da “península” entre os rios Rhone e Scena patrimônio da humanidade.

Ainda no monte Fouvier, a primeira área real de ocupação cidade estão os dois anfiteatros romanos, resquícios de uma época em que Lyon era a capital romana da Gália. Entre junho e agosto de todos os anos é realizado aqui o festival “Noites de Fouvier” com apresentações musicais, de teatro e cinema.

Nosso grupo

Nosso grupo: Maria, Silvio, Jérome, Veronica, Bruna, Marco, Anita e eu, no Teatro Romano do Fouvier

Nosso jantar foi no restaurante do hotel Villa Fiorentina, uma estrela no Guia Michelin. O hotel está localizado no monte Fouvier, com uma lindíssima vista da cidade, em um prédio histórico que foi restaurado. Parte da cadeia “Relais & Chateaux” o Villa Fiorentina conta quartos de alto luxo, muito usados por turistas de negócios, mas principalmente por casais.

Vista noturna de Lyon, a partir do Villa Florentina

Vista noturna de Lyon, a partir do Villa Florentina

A manhã do dia seguinte foi reservada ao passeio pela região vinícola de Beaujolais, onde são produzidos três tipos de vinhos – Beaujolais, Beaujolais Village e Cru, nesta ordem de qualidade – que estão dentre os mais exportados pela França e são vinhos “D.O.C.” – Denominação de Origem Controlada, ou seja só os realmente produzidos na região de Beaujolais podem receber este nome.

Michèle Callandras

Michèle Callandras nos serve um pouco de Beaujolais para degustação

A visita começou na propriedade de Michèle e Jean Callandras, um típico casal idoso francês que conta com a ajuda de diversos trabalhadores temporários na época da colheita das uvas – início de setembro – mas que toma conta de toda a propriedade praticamente sozinhos.

Jean Callandras

Jean Callandras e um dos cachos da uva Gamay, usada no Beaujolais

Aliás, na época da vindima a região recebe também muitos jovens turistas que se hospedam nas casas dos proprietários só para poderem participar desta grande comemoração que praticamente dá início a temporada francesa de vinhos. Diz-se que o Beaujolais é o primeiro vinho da temporada e que deve ser consumido ainda novo.

Passamos ainda no pequeno vilarejo de Oignt, com suas casas todas construídas com pedras douradas, o que dá um aspecto realmente único à todas as vilas desta região.

Uma das casas de Oignt

Uma das casas de Oignt

Oignt tem uma torre de vigia e uma igreja da época medieval e está virando moradia de diversos artistas que montam seus ateliês por aqui.

O almoço, no também estrelado restaurante do hotel (também Relais & Chateaux) do Chateau de Bagnols, do chef Matthieu Fontaine. O Chateau de Bagnols é um castelo medieval convertido em hotel, com instalações maravilhosas e que tem recebido mais e mais brasileiros a cada ano.

Vista externa do Chateau de Bagnols

Vista externa do Chateau de Bagnols

Um dos salões do Chateau de Bagnols.

Um dos salões do Chateau de Bagnols. Imaginem fazer uma festa de casamento aqui…

Já estamos embarcados o TGV com destino a Paris onde passaremos as próximas duas noites. Demos um pouco de sorte, já que os trabalhadores das ferrovias francesas resolveram fazer uma greve – na verdade uma operação tartaruga – exatamente hoje e o trem originalmente previsto para nossa viagem foi cancelado. Tivemos que pegar  o anterior, mas sem reservas, o que poderia nos trazer – mas não trouxe – alguns problemas. Perguntamos a alguns franceses o porquê desta greve e a resposta foi basicamente a mesma: “na verdade eu nem sei porquê, mas podemos sempre esperar entre duas e três grandes paralisações todos os anos, então não é surpresa alguma!”.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem em 23/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/23/chegando-na-franca-lyon-e-as-vinicolas-de-beaujolais/

30/07/2010

Na Suíça, a 2.000 metros de altura


Depois de vários dias de chuva e frio estávamos realmente merecendo um belo dia de sol e hoje o dia amanheceu perfeito (sim, com frio, mas céu azul e sol). Ao acordar em Montreux nem podia acreditar ao ver pela janela o dia nascendo com o céu completamente limpo, a cidade ainda nas sombras das altas montanhas e os primeiros raios de sol já batendo nos picos nevados do lado oposto do Lac Léman (Lago Genebra).

Amanhecer em Montreux

Amanhecer em Montreux

Saímos cedo de nosso hotel para pegar um outro trem panorâmico da GoldenPass, só que este era um pequeno trem turístico que nos levaria em um parque no alto da montanha “Les Rochers-de-Naye”, a dois mil metros de altura.

Estação de trem de Montreux

Estação de trem de Montreux

GoldenPass Rochers-de-Naye

GoldenPass Rochers-de-Naye

O trem lembra muito aquele do Cristo Redentor carioca: pequenos vagões, sem nenhum luxo, montanha acima com ajuda do terceiro trilho – a cremalheira -, numa estrada com bastante curvas que atravessa florestas e túneis até chegar a um ponto com uma vista maravilhosa dos arredores. A diferença aqui é que a subida é muito maior e que, a partir de certo ponto, chegamos a uma altura onde a neve já não derrete sem bastante sol – as folhas começam a ficar brancas da neve do dia anterior, e as casas, e as árvores até que, já mais perto do topo, está tudo maravilhosamente branco e brilhante, refletindo o sol forte daquele céu impecavelmente azul.

Ok, admito que fiquei um tanto maravilhado, mas para quem estava vendo neve pra valer pela primeira vista é realmente a reação esperada, não é?

A chegada em Rochers-de-Naye (1)

A chegada em Rochers-de-Naye (2)

A chegada em Rochers-de-Naye

Na estação do topo tem um hotel com dois restaurantes e um parque chamado “Paraíso das Marmotas”. Este pequeno roedor, que só existe no hemisfério norte parece ter encontrado aqui em Rochers-de-Naye seu habitat perfeito, seu verdadeiro paraíso, já que aqui foi construído um parque somente para a criação e pesquisa e seus hábitos. Só que com o frio de hoje elas já estavam em suas tocas, preparando para a hibernação do inverno. E além do hotel é possível também se hospedar em Yourtes, uma reprodução fiel de cabanas mongóis para aqueles que quiserem passar pela experiência de dormir a 2.000 metros de altura. Existem trilhas que podem ser percorridas a pé, com diversos níveis de dificuldade, mas é recomendável sempre experiência prévia, pois aqui a neve e o frio são coisas sérias e ainda assim vimos muitos grupos chegando e saindo da montanha, cheios de equipamentos.

Os Yourtes de Rochers-de-Naye (1)

Os Yourtes de Rochers-de-Naye (2)

Os Yourtes de Rochers-de-Naye

Nas quatro semanas que antecedem o natal Rocher-de-Naye se transforma na casa de Papai Noel e milhares de crianças sobem aqui para visitar o velhinho barbudo. Para aquelas que se hospedam nos Yourtes um pacote especial permite que o Papai Noel em pessoa entregue presentes para as crianças numa visita surpresa (e realmente mágica) durante a noite. Os pais nem precisam se preocupar, pois podem dizer antecipadamente ao Papai Noel o que eles querem que seja falado para as crianças – um pedido especial do Papai Noel em pessoa, para que o menino seja bonzinho no ano seguinte certamente terá mais efeito.

Os panoramas daqui são realmente maravilhosos e nem o frio cortante e a neve que já devia ter seus 10 centímetros me afugentaram de ficar passeando e tirando milhares de fotos. É um passeio realmente imperdível.

Tem que enfrentar o frio para tirar fotos!

Tem que enfrentar o frio para tirar fotos!

Restaurante panorâmico, com vista para Montreux

Restaurante panorâmico, com vista para Montreux

Voltando da montanha almoçamos em Montreux antes de partirmos para a estação rumo a Genebra.

Estação Central de Genebra

Estação Central de Genebra

Mas não dormiremos nesta bela cidade às margens do lago, as em Divonne, já em território francês, mas a apenas quinze minutos de Genebra. Estamos hospedados no belo Château de Divonne, um dos charmosos hotéis da rede  Grandes Etapes Françises, que possui ao todo dez unidades neste conceito por toda a França.

Chateau Divonne, que fica na França, mas a 15 min. de Genebra

Chateau Divonne, que fica na França, mas a 15 min. de Genebra

Amanhã já partimos para Lyon no veloz trem TGV, onde iniciamos verdadeiramente a parte francesa de nossa jornada ferroviária.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem, em 19/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/19/na-suica-a-2000-metros-de-altura/

28/07/2010

Trens panorâmicos da Suíça, uma experiência emocionante


Tenho que admitir que não esperava me emocionar nesta viagem… na verdade não tão cedo. Sim, estou com uma grande expectativa para conhecer Paris, afinal de contas já estive na Europa dois anos seguidos e não conheço a “Cidade Luz” (e ainda tenho fresco na memória o comentário: “Se não for para Paris não pode dizer que foi para a Europa”), mas um dos trechos do GoldenPass que fizemos hoje na Suíça foi de arrancar lágrimas.

 

Niklaus Mani da GoldenPass

Niklaus Mani da GoldenPass

 

O GoldenPass é, na verdade, uma associação de “marketing e vendas” de três ferrovias diferentes, separadas por uma questão técnica: a distância entre trilhos, conhecida como bitola ferroviária. A rota Lucerna (Luzern) – Montreux é bastante conhecida e nem é tão longa, mas por diferença na bitola tem que ser feita por três trens diferentes, com baldeações nas estações de Interlaken e Zweisimmen, o que pode ser um pequeno transtorno para viajantes cheios de bagagens pesadas. Aqui fica a primeira e mais importante dica para viajantes de trem: só carreguem um volume (e mais uma bolsa de colo ou mochila) e mesmo assim, não muito pesada, já que na enorme maioria dos trens você carrega sua própria bagagem. “Testaremos um protótipo de equipamento no ano que vem e esperamos que em 2013 já tenhamos um trem que possa alterar sua distância entre rodas para poder circular em trilhos com diferentes bitolas. Assim, o mesmo equipamento poderá seguir o trajeto inteiro, numa viagem única de três horas”, diz Niklaus Mani, da área de Marketing da GoldenPass Line. “E o Swiss Pass, comercializado pela RailEurope é realmente o melhor jeito de aproveitar toda a malha ferroviária suíça, já que cobre todos os trechos e também o transporte público das cidades. Na GoldenPass só seria necessário pagar uma taxa extra para os assentos VIP do trecho Zweisimmen – Montreux”, completa. E estes assentos VIP são realmente especiais, já que ficam exatamente na frente do trem, sem nada mais entre o para brisas e o trilho. Segundo Niklaus, nenhum outro trem do mundo tem assentos como estes.

 

Nos assentos VIP não há nada à sua frente

Nos assentos VIP não há nada à sua frente

 

Saímos da Basiléia (Basel) pela manhã e logo chegamos a Lucerna para iniciar esta viagem panorâmica.

 

Estação Central da Basiléia – Basel BSB – na noite em que chegamos

Estação Central da Basiléia – Basel BSB – na noite em que chegamos

 

“Como a segunda classe dos trens já é muito boa, poucos pagam o adicional da primeira classe, mas estes vagões oferecem diferenciais interessantes”, comenta María Corinaldesi, da RailEurope. E ela está certa! Tem um vagão com vidros até o teto, oferendo muito mais espaço para visualização das belíssimas paisagens dos alpes suíços.

 

Uma breve parada em Lucerna – menos de meia hora para dar uma olhada na cidade

Uma breve parada em Lucerna – menos de meia hora para dar uma olhada na cidade

 

 

Vagão panorâmico com vidros até o teto: só na 1ª Classe

Vagão panorâmico com vidros até o teto: só na 1ª Classe

 

Em Interlaken fizemos a primeira troca de trens – malas para baixo e para cima – e começamos a subir os alpes. E logo na subida uma bela surpresa para alguns de nós, já que começou a cair uma neve fina.

 

A neve já começa a cobrir as estações

A neve já começa a cobrir as estações

 

A segunda troca em Zweisimmen é de precisão de relógio suíço, já são somente sete minutos entre a chegada do trem que em de Interlaken e a saída do que vai para Montreux – mas dá tempo e funciona tranquilamente! E este último trecho é o mais bonito e emocionante.

 

Troca de trens em 7 minutos: só na Suíça…

Troca de trens em 7 minutos: só na Suíça…

 

Chegando próximo a cidade de Gstaad – “uma das estações de esqui mais caras da Suíça”, segundo María – a vista dos Alpes, com montanhas e árvores já cobertas de neve em panoramas cinematográficos que se revelam aos poucos nas curvas da estrada é realmente de tirar o fôlego e de arrancar algumas lágrimas – pelo menos minhas. Fiquei realmente emocionado com a beleza de tudo isso e de poder ter a sorte de apreciar uma maravilha como essa.

 

A emoção é grande com a incrível vista dos panoramas alpinos

A emoção é grande com a incrível vista dos panoramas alpinos

 

O trem começa então sua descida a Montreux, o balneário da Riviera suíça muito famoso pelo seu festival de Jazz. Esta é nossa parada de hoje e conseguimos apreciar um pouco do clima da cidade ao visitar o bar “Harry’s”, filial do original nova iorquino, onde ouvimos uma ótima e eclética cantora que misturou em seu repertório uma versão jazz de “Billie Jean”, sua interpretação de “My Way” e até “Virtual Insanity” do Jamiroquai.

 

Harry’s Bar de Montreux – “Billie Jean” em levada jazz

Harry’s Bar de Montreux – “Billie Jean” em levada jazz

 

Agora vou descansar (escrevo este post às 00h30 no fuso suíço), pois amanhã vamos subir – de trem, claro – uma montanha de 2.000 m de altura, almoçar em Montreux, pegar um trem para Genebra e dormir na França.

Originalmente publicado em 17/10/2009, no Blog PANROTAS em Viagem:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/17/trens-panoramicos-da-suica-uma-experiencia-emocionante/