Archive for agosto, 2010

24/08/2010

Inspired – Photos/Fotos


Todas as fotos do post Inspired estão no slideshow e na galeria abaixo.

All the pictures from the post Inspired – the English version are on the slideshow and the photo gallery below.

Tutte le foto del post Inspired – la versione Italiana sono nel slideshow e nella galleria sotto.

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23/08/2010

Inspired – The english version


I had not even finished seeing the exhibition and was already eager to do pictures like those from Francesca Woodman; I even knew the location, the corner of my bedroom with the radiator and the wooden floor. On that night, and on the following days I went through a photographic journey that produced the images seen below.

Multiplo

Multiplo

Francesca’s work provoked me a melancholic reaction and in the first set of photos, I’ve tried to reproduce this feeling. in these pictures my face is not shown – hidden, covered, concealed – one of the key characteristics of her work. I tried to merge with the environment using the movement, producing a blurring effect on the face and body. To enhance this merging effect I’ve set the camera for high sensibility, causing the grainy appearance.

Pudico

Pudico

This series is basically on black and white, as a direct influence from Francesca’s work. As I was taking the pictures during the night time, I used a light source that caused an interesting effect that also enhanced the contours. This was an error, if an direct comparison with Francesca’s original work is to be made, a friend of mine suggested.  I have to thank Emanuele Camisassa for inviting me to the exhibition, for helping me think about the work I’ve done and also for persuading me to write this text that tells the evolution of my own pictures.

The morning after I produced a photo that directly relates to one from the exhibition, but with my personal presentation – lightly coloured, instead of the original black and white.

JKScatena as F.Woodman

JKScatena as F.Woodman

My “voglia” (the Italian for will) was not satisfied yet so I’ve also produced the series below (already considering Emanuele’s comments) but now with the presence of the face and also exploring the double – triple, quadruple – exposure as a way to merge the body and the environment.

Bizarro

Bizarro

Since the first series, I was wearing only a shirt, and sometimes not even that – I was undressing voluntarily, opening myself to the experience without shame. I also used a mask – as Francesca sometimes did – creating a faceless, and a slightly bizarre, character. Almost all of these pictures are black and white but with coloured ones, these last with an altered colour tone.

On the last series I used my 50 mm lens, which I love for creating an interesting lighting effect. Here I explored, not only the double exposure, but also my Milanese house’s doors as scenic elements. The empty chair, refers to an unoccupied place, that is not completely shown. These pictures are mostly coloured.

Inspirato

Inspirato

At the end the “voglia” I was satisfied. My first artistic productive journey – with a theme as far as possible derived from my previous work – as concluded. My artist’s ego was satisfied with the beautiful and interesting result of my labour. I finish the experience somehow changed and in a certain way evolved.

Attraverso

Attraverso

PS.: The slideshow and gallery with all the pictures taken is here.

23/08/2010

Inspired – La versione italiana


Non ero nemmeno uscito dall‘esposizione che già avevo voglia di fare delle foto somiglianti a quelle di F. Woodman; avevo già in mente lo scenario, un angolo della mia stanza, con un grande termosifone e il pavimento di legno. Nello stesso giorno e nei giorni seguenti ho percorso, alla mia maniera, un’esperienza fotografica che ha prodotto le immagini che potete vedere sotto.

Multiplo

Multiplo

Il lavoro di Francesca mi ha suscitato malinconia e nel primo gruppo di foto ho provato a catturare questa emozione. In queste foto manca il viso – nascosto, coperto – una delle caratteristiche predominanti delle sue foto. Ho provato a fondermi con l’ambiente attraverso il movimento, con l’effetto ”sfocato” sia nel viso, che nel corpo. Per accentuare questo effetto di fusione ho regolato la macchina fotografica con alta sensibilità, provocando la grana nelle immagini.

Pudico

Pudico

Questa serie ha delle foto in  bianco e nero, una influenza diretta del lavoro di Francesca. Siccome avevo fatto le foto di sera, ho usato una luce che provocava un interessante effetto ma che risaltava i contorni – un errore, paragonato alle foto che mi avevano inspirato, come mi ha detto un amico. Devo ringraziare Emanuele Camisassa per avermi invitato ad andare all’esposizione, per avermi aiutato a riflettere sul lavoro che avevo realizzato e anche per avermi motivato a scrivere questo testo che testimonia il percorso fotografico.

Nella mattina seguente ho fatto una foto simile ad una delle foto dell’esposizione, ho però dato la mia interpretazione – leggermente colorata, diversa del bianco e nero originale.

JKScatena as F.Woodman

JKScatena as F.Woodman

La voglia non era ancora soddisfatta e ho anche realizzato le serie di sotto, già con le prime considerazioni di Emanuele, ora però con la presenza del viso e l’utilizzo della doppia – tripla, quadrupla – esposizione come strumento per  fondermi con l’ambiente.

Bizarro

Bizarro

Dalla prima serie ho deciso indossare solamente una camicia, in certi casi  – spogliandomi di tutto, volontariamente, aprendomi all’esperienza senza pudore. Ho indossato anche una maschera – come Francesca – creando un personaggio senza viso, un po’ bizzarro. Questa seconda serie è stata realizzata con foto in bianco e nero e anche colorate, queste ultime con il tono alterato.

Per la ultima serie ho usato una lente di 50 mm che mi piace tanto perché crea una luminosità particolare. Qui ho esplorato, non solo la doppia esposizione, ma anche le porte della mia casa milanese come elementi scenografici. La sedia, vuota, evoca uno spazio non occupato, che però non si mostra completamente. In questa serie le foto sono di solito colorate.

Inspirato

Inspirato

Alla fine la voglia era soddisfatta. La mia prima avventura artistica – con un tema molto molto diverso da quelli dei miei lavori precedenti – era finita. Anche il mio ego di artista era stato appagato, perché sono riuscito ad ottenere un risultato bello ed interessante.Esco da questa esperienza leggermente modificato e, per certi versi, evoluto.

21/08/2010

Inspired


Não havia nem saído da exposição e a vontade de produzir fotos semelhantes às de F. Woodman já havia tomado conta de mim; já sabia até o cenário, o canto do meu quarto, com o grande radiador e o piso de madeira. No mesmo dia e durante os três seguintes percorri à minha maneira, uma trajetória fotográfica que culminou nas fotos abaixo.

Multiplo

Multiplo

O trabalho de Francesca me provocou certa melancolia e no primeiro grupo de fotos busquei registrar este sentimento. Estas fotos também contam com a ausência da face – coberta, escondida -, uma das características marcantes de suas fotos. Tentei me fundir com o ambiente através do movimento, causando o efeito de borrão tanto na face quanto no corpo. Para acentuar o efeito de fusão com o ambiente, regulei a câmera para alta sensibilidade, causando o efeito de granulação da imagem.

Pudico

Pudico

Esta série é basicamente branco e preta, como influência muito direta do trabalho de Francesca. Por estar fazendo as fotos durante a noite, usei uma fonte de luz que proporciona um efeito interessante, mas, por outro lado, ressalta os contornos – um erro, comparando com as fotos que me inspiraram, como me ressaltou um amigo; aliás, agradeço ao Emanuele Camisassa pelo convite para ver a exposição, por me ajudar a refletir  sobre o trabalho que produzi e também por me motivar a escrever este texto que registra a trajetória das fotos.

Na manhã seguinte produzi uma foto que faz referência direta a uma das fotos da exposição, mas com a minha interpretação na maneira como ela é apresentada – levemente colorida, diferente do preto e branco do original.

JKScatena as F.Woodman

JKScatena as F.Woodman

A voglia (vontade, em italiano) ainda não tinha sido satisfeita e produzi a série abaixo, já com as primeiras considerações de Emanuele, mas agora com a presença da face e explorando a dupla – tripla, quadrupla – exposição como maneira de fundir-me com o ambiente.

Bizarro

Bizarro

Desde a primeira série decidi usar apenas uma camisa, quando muito – me despindo voluntariamente, me abrindo à experiência sem pudor. Usei ainda aqui uma máscara – como Francesca – criando um personagem sem face, um tanto bizarro. Esta segunda série conta tanto com fotos em preto e branco quanto coloridas, mas estas últimas com uma tonalidade alterada.

Na última série de fotos usei uma lente de 50mm que gosto muito por criar uma luminosidade muito própria. Aqui explorei, além da dupla exposição, as portas de minha casa milanesa como elemento cenográfico. A cadeira, vazia, remete a um espaço não ocupado, mas que não se mostra por inteiro. Predominam aqui as fotos coloridas.

Inspirato

Inspirato

Ao final a voglia estava satisfeita. Minha primeira jornada produtiva de cunho artístico – com um tema completamente de meus trabalhos anteriores – estava concluída. Meu ego de artista também está satisfeito, com o belo e interessante resultado de minha produção. Saio desta experiência ligeiramente alterado e, de certo modo, evoluído.

O slideshow e a galeria com todas as fotos deste ensaio está aqui.

21/08/2010

Francesca Woodman, Milão 2010


Após visitar a mostra com obras da fotógrafa americana Francesca Woodman (Denver/CO 1958 – Nova York/NY 1981) fui tomado por uma onda de inspiração como nunca mais havia tido e produzi a série fotográfica que ilustra este texto, que é uma tradução livre do folheto da exposição. Minhas impressões e motivações para criar as minhas fotos estão no post a seguir: Inspired.

JKScatena as F.Woodman

JKScatena as F.Woodman

Francesca começou a fotografar ainda adolescente e percorre uma trajetória intensa, mas curta, que termina com seu suicídio aos 23 anos.

Quase toda a sua produção é baseada no relacionamento entre seu próprio corpo, objeto e sujeito de seus cliques e de seu olhar. De si própria não propõe uma visão idealizada, heróica ou carregada de qualquer significado particular; ao contrário, sua imagem é sempre inserida no cenário como se deste fosse parte. Geralmente seu corpo é coberto pela pintura da parede, joga com a própria sombra, aparece e some através portas e janelas, se esconde atrás dos móveis e objetos; a luz mais a faz perder consistência do quer exalta-la. “Me interessa a maneira como as pessoas se relacionam com o espaço. A melhor maneira de faze-lo é registrar suas interações com as fronteiras destes espaços. Comecei fazendo isso com ‘fotografias fantasmas’, pessoas desaparecendo em uma superfície plana…”.

Multiplo

Multiplo

Submisso

Submisso

Um traço recorrente e de grande expressividade é a ausência da face, cortada no enquadramento, escondida por máscaras, pelo próprio cabelo, por uma torção do corpo. “Uso a mim mesma como modelo por uma questão de conveniência. Estou sempre disponível”.

Nascida em 1958, filha de um pintor e de uma ceramista, Francesca se inscreve em 1972 em uma escola particular para garotas, a Abbot Academy, uma das poucas com cursos de arte – nesta época começa a fotografar, usando seu quarto como estúdio e cenário. Sob a influência de uma das professoras, a fotógrafa Wendt Snyder McNeill, cursa a Rhode Island School of Design (RISD, Providence/EUA) a partir de 1976 – ambienta agora suas fotografias no local onde reside, um grande apartamento semi vazio em um antigo prédio industrial.

Entre 1977 e 78 estuda em Roma/Itália na sede européia do RISD com a amiga Sloan Rankin, onde realiza sua primeira exposição individual. No outono de 1978 retorna a Providence, onde conclui os estudos na RISD, obtendo o título de BFA em Fotografia e se transfere para Nova York. Em janeiro de 1981 é publicada a edição impressa de “Some disoriented interior geometries” (Synapse Press, Philadelphia), um dos seis cadernos fotográficos elaborados durante sua permanência em Roma. No dia 19 do mesmo mês abandona voluntariamente a vida.

Inquadrato

Inquadrato

Francesca Woodman. Milão – Palazzo della Ragione; 16 de julho a 24 de outubro de 2010.

19/08/2010

Genebra: um passeio na cidade junto ao lago


Para mim, uma das atrações mais interessantes de Genebra é exatamente o Lago Genebra, ou Lac Leman, como também é conhecido. Sim, porque a bela cidade se espalha em torno do lago, abraçando-o em seu lado sul, onde se encontra a cidade velha de Genebra.

Genebra - Jet d'Eau - Inclinado

Jet d'Eau, visto dos Pâquis

Genebra - Jet d'Eau Pier

Jet d'Eau: por aqui se chega na base do jato

O belo Jet d’Eau, um enorme jato d’água que atinge a altura de 140 metros domina a paisagem e pode ser visto de qualquer ponto às margens do lago e de qualquer ponto alto da cidade. Mas não é só para ser apreciado de longe, já que se pode chegar bem perto de sua base e, na verdade, até banhar-se na sua bruma. Para poder aprecia-lo de perto é só dirigir-se à Quai G. Ador, onde tem um pier que liga a margem à base do jato. Mesmo se não quiser se molhar, vale muito a pena dirigir-se a este local para observar o jato mais de perto.

Genebra - Jet d'Eau - Arco Iris

Jet d'Eau, visto dos Pâquis

Aparte dos meses de inverno (novembro a fevereiro, na temporada 2010-2011), é ligado às 10h00 e vale a pena observar este momento, quando o primeiro jato é lançado. A cada segundo 500 litros de água são atirados ao alto, saindo a uma velocidade de 240 km/h! Foi inaugurado em 1891 e renovado em 1951.

Circular na cidade é bastante simples, principalmente se você estiver hospedado em algum hotel da cidade ou mesmo se possuir um passe de trem suíço. Em ambos os casos, você tem acesso a todos os meios de transporte – ônibus, trens, trams/bondes e até barcos – dentro da Zona 10, que cobre praticamente toda o centro expandido da cidade, incluindo o Aeroporto.

Genebra - Barco

Uma das linhas de transporte pùblico da cidade

Aqui os meios de transporte não tem catraca e você deve apenas portar um passe válido – no caso, o passe de trem ou o cartão Geneva Transport Card, que você pode pedir quando fizer o check in no hotel. Não deixe de usar os deliciosos barcos das linhas M1 a M4 que cruzam o lago. São passeios curtos mas muitíssimo agradáveis!

Genebra - Saint Pierre

Catedral de Saint Pierre

Uma parte da cidade que não pode deixar de ser visitada é a cidade velha, dominada ao alto pela Catedral de São Pedro. As estreitas ruas da Genebra medieval podem ser visitadas tranquilamente a pé – deixe-se perder por elas, explorando sem preocupar-se, já que não é muito grande e depois é só descer em qualquer direção para chegar ao lago ou às linhas de tram, que circundam esta zona.

Genebra - Cidade Velha

Uma das praças da cidade velha

Aliás, a Catedral é uma visita imperdível, seja para conhecer o local onde Calvino começou a Reforma Protestante da igreja, que tanto influenciou a história da cidade. Por estar livre do domínio da igreja católica, a cidade de Genebra atraiu muitos artistas, poetas e pensadores que ajudaram a formar esta que é a segunda cidade mais populosa do país. Na catedral dá pra ver a cadeira usada por Calvino e também a bela Capela dos Macabeus, transformada por ele durante muito tempo em uma sala de aula, e hoje restaurada.

Genebra - Vista Catedral

A bela vista da torre da Catedral de St. Pierre

Subir nas torres da catedral custa apenas ChF 4,00 e proporciona uma bela vista panorâmica da cidade. A Torre Norte é mais interessante, já que tem terraços abertos excelente para fotos – se tiver pouco tempo pode até abrir mão de visitar a Torre Sul… só que desta se pode fotografar a Torre Norte com o lago ao fundo.

Genebra - Capela Macabeus

O belo teto da Capela dos Macabeus

Junto à loja da catedral, onde se adquire o bilhete para subir às torres e que fica ao lado do altar – hoje o edifício não é um templo religioso, mas um local que sedia eventos importantes da cidade e do país – tem um breve vídeo (inglês e francês) que conta a história da catedral e que vale a pena ser visto.

Genebra - Cafe Saint Pierre

O charmoso Café Saint Pierre

Bem ao lado da catedral fica o Café Creperie Saint Pierre, no mesmo local há mais de 500 anos. É uma excelente opção para um almoço leve e extremamente agradável, principalmente nas mesas externas, ao lado da praça e com uma vista belíssima da catedral. Uma refeição com crepe, cerveja e café sai por cerca de ChF 23,00. Aprecie também o toque dos sinos da torre, a cada 15 minutos. Aliás, este é um hábito que estou adquirindo aqui na Itália, com suas cidades repletas de igrejas. Os sinos aqui não soam apenas as badaladas das horas, mas melodias completas, principalmente nas horas cheias e perto das missas. Nestes momentos o ar fica tomado pelo som dos sinos. Cativante!

Saindo da cidade velha ao final do dia, desça até o lago e pegue o barco M1, da parada Molard e dirija-se ao Pâquis, na Quai du Mont-Blanc para apreciar o pôr do sol.

Os Bains des Paquis são uma verdadeira praia no limpido e fresco Lac Leman. Com toda a estrutura necessária para banhar-se – desde praias de seixos até piscinas, vestiários, banheiros e bares – dá pra passar um tempão por aqui curtindo o lago, especialmente num lindo dia de sol como o que eu peguei.

Genebra - Bain des Paquis

Bain des Pâquis: a praia do Lago

A entrada custa ChF 2,00, então vir aqui só para  apreciar o pôr do sol, com uma vista diferenciada do Jet d’Eau, é um bom passeio. Até o início de setembro aqui tem também uma série de espetáculos no nascer do sol – os Aubes Musicales – que valem muito a pena.

Genebra - Les Brasseurs

Restaurante Les Brasseus, bem perto da estação de Cornavin

Outra dica legal de restaurante é o Le Brasseurs (Place Cornavin 20 – www.les-brasseurs.ch), bem na frente da estação de trem. Aqui a cozinha fica aberta até as 23h45 (0h45 sextas e sábados) e se pode apreciar um tipo de comida que eu não conhecia – e que tão pouco arrisco pronunciar o nome – os Flammenkueches: uma fina massa, que parece de pizza, do tamanho de um prato, com coberturas diversas. Comi uma com ovo e queijo que era leve e saborosa. Custam entre ChF 15,00 e 25,00, mas com promoções especiais no almoço durante a semana. Outro prato que vale a pena, mas só para os apreciadores de carne, é o Tartar – carne moída, crua e temperada, com torradas e fritas a ChF 26,50. O local oferece ainda cervejas de diversos tipos e tamanhos, até uma coluna de 10l, perfeita para grupos.

E, é claro, o Café Pessoa, que tem a DELICIOSA Picanha à Brasileira aos sábados.

Fora tudo isso, Genebra é ainda um destino de compras e, em Agosto, as Fêtes de Geneve agitam a cidade. Um belo destino a descobrir!

16/08/2010

Genebra: Fêtes de Genève


Fêtes de Geneve

Fêtes de Geneve: os belos fogos de artifício

Um dos principais motivos da minha viagem foi o espetáculo, na noite de sábado, que encerra o “Fêtes de Genève”, um festival anual que agita a cidade no mês oficial de férias europeu. Como os habitantes locais viajam e os árabes vem aos montes (dizem as más línguas que vem para fazer a visita anual ao seu dinheirinho, guardado nos bancos suíços), o Turismo de Genebra montou esta festa anual e já muito tradicional.

Genebra - Fetes

Brinquedo da feira, ao redor do Lac Leman

São, na verdade, dois grandes blocos de eventos: as pré festas, em julho e as festas propriamente ditas, em agosto. Durante estes dias as margens do lago se tornam um grande parque de diversões, com os brinquedos tradicionais e inúmeras barracas de comidas e doces. Apresentações em palcos agitam as tardes e noites – durante as festas de agosto, em 4 áreas distintas. É realmente uma delícia.

A edição deste ano iniciou com as pré festas em 15 de julho e encerrou na noite de 8 de agosto. O maior evento é, sem dúvida, o show pirotécnico e musical na noite do último sábado das festas.

Genebra - Fetes

Voando sobre o Lac Leman

É a noite mais agitada do ano na cidade, que fica repleta de turistas de todas as partes do mundo e que lotam as margens do Lac Leman para ver o espetáculo. Dei uma sorte enorme e assisti tudo de uma varanda, uma vista privilegiada pois pude também ouvir a trilha sonora (conheci um casal de jovens brasileiros no trem, de volta para Milão, que estavam em outra parte do lago e não podiam ouvir nada, somente ver o espetáculo). A apresentação deste ano foi em torno do tema Circo. Como não falo francês, pude apenas descobrir que os diversos números eram ligados às atrações circenses, então teve a parte dos elefantes, da foca, os palhaços, as contorcionistas chinesas, o mágico e assim por diante. Cada uma delas com fogos diferentes, que estouravam sobre o Lac Leman, num efeito visual e sonoro fantástico. Acho que foi um dos espetáculos pirotécnicos mais bonitos que vi na minha vida – e digo isso já tendo visto o reveillon de Copacabana diversas vezes.

Fêtes de Geneve

Fêtes de Geneve: mais dos belos fogos de artifício

Se você estiver programando viajar para a Suíça no ano que vem, faça de tudo para estar na cidade no segundo sábado de agosto, pois esta festa é realmente imperdível.

Mais fotos dos fogos meu website fotográfico, em http://photo.jkscatena.com/tag/fetes-de-geneve/

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14/08/2010

Genebra: compras e mais compras


Nunca fui muito de ficar viajando para fazer compras, mas algumas vezes também sou mordido pelo bichinho do consumismo e acabo gastando minhas economias. Aqui em Genebra nem tentei muito resistir, já que procurava coisas específicas e tradicionais de se comprar por aqui: canivetes (sou um colecionador) e um relógio (já estava na hora de comprar um extra, pra variar um pouco).

Genebra-Victorinox-Poster

Victorinox: a evolução da pedra lascada

Tá bom que acabei comprando mais um monte de coisas, mas aí eu já estava contaminado pela onda compradora e aproveitei também as liquidações, tradicionais nesta época do ano. Vale a pena comentar que os preços, apesar de Genevra ser conhecida como uma das cidades mais caras do mundo, estavam muitíssimo parecidos com aqueles que encontrei em Milão ou mesmo em Londres – sempre considerando o câmbio, já que aqui se usa o Franco Suíço (ChF), e não o Euro (mas que também pode ser retirado nos caixas eletrônicos e é aceito na maioria das lojas, neste caso com um câmbio mais desfavorável).

Minhas dicas aqui são:

Genebra - Compras - Rue Croix d'Or

Rue Croix d'Or, a de lojas de luxo

Manor (6 rue Cornavin, aberta a partir das 9h00): uma imensa (5 andares) loja de departamentos, repleta de opções para os mais diversos tipos e gostos. Uma dica bem legal é comprar comida pronta aqui, logo no piso térreo (onde também estão os chocolates), que não é muito cara, e comer nas praças da cidade. Um monte de gente faz isso. Além dos chocolates, tem também uma área legal, ainda no térreo, de souvenires suíços (canecas, imãs, camisetas, bichos de pelúcia etc.). No sub-solo estão as coisas para casa; subindo se encontra moda masculina, feminina, perfumes, esporte, papelaria, eletrônicos e, no topo um restaurante panorâmico. Nos andares de roupas, não deixe de procurar uma ‘área adicional’, com as coleções mais “modernas” de marcas famosas, cheia de araras e estantes com peças de coleções antigas a preços mais baixos.

Genebra - Compras - Victorinox

Victorinox Flagship Store

Victorinox Flagship Store (2 rue du Marché): esta era realmente meu alvo principal, já que coleciono aqueles pequenos canivetes desta marca tradicional suíça. Seus produtos podem ser encontrados em praticamente todas as lojas da cidade, mas comprar aqui tem um charme adicional. Os canivetes da coleção 2010 são muito charmosos – comprei 3 dos mais baratinhos, mas tinha um, daqueles bem pequenos, que custava a bagatela de ChF 25.000,00 – isso mesmo, vinte e cinco mil francos – aceito presentes de aniversário, agora em novembro, ok? Além disso: malas e mochilas, roupas, perfumes e relógios.

Genebra - Compras - Rue Mont-Blanc

A agradável Rue du Mont-Blanc

Swatch (endereços diversos na cidade, mas recomendo a loja da Rue du Mont-Blanc): esta é para aqueles que querem um bom relógio a preços razoáveis. As coleções são, em geral, as mesmas encontradas nas lojas da marca no Brasil, mas os preços são definitivamente menores. Comparando o preço do relógio que comprei aqui em Genebra no ano passado, a economia chegava a cerca de 30% em relação ao preço brasileiro.

As principais lojas de luxo se concentram nas ruas perto da cidade velha – Rue du Rhône, Rue de Rive e Rue Crux D’Or, mas eu não tenho a carteira deste calibre, então só passei rapidinho, a caminho da loja da Victorinox, que fica nesta área.

E pra terminar, tem a Substation X-World (14 rue du Neuchâtel), mas esta, só para maiores, é uma fetish store de 240 m2. Só estou dando a dica porque descobri que gosto deste tipo de produtos na minha temporada londrina.

12/08/2010

Valeu a pena acordar tão cedo? Sim, valeu muito a pena!


Acordar as 5h00 da manhã de uma segunda feira e pegar um ônibus em direção ao centro da cidade só pra ver um show musical… parece coisa de louco, e até é um pouco, mas a experiência foi tão bonita e rendeu fotos tão belas, que posso dizer que sim, valeu a pena.

Genebra - Paquis - Casal

Aubes Musicales

Genebra - Paquis - Dançarina e PlateiaConheci o “Bains des Pâquis” (30, quai du Mont-Blanc) na tarde de domingo e já tinha decidido passar minha última manhã em Genebra por ali, para poder nadar no Lac Leman. Só que, quando deixava o local encontrei este panfleto do “Aubes Musicales”, um programa que traz apresentações musicais no amanhecer, durante o nascer do sol – das 600 as 7h00. São concertos e apresentações musicais gratuitas, todas as manhãs até o dia 5 de setembro. Se você estiver na cidade nestes dias recomendo fortemente.

Quando estive lá se apresentava um grupo de musica e um casal de bailarinos indianos. Genebra - Paquis - DançarinoA música, que é um mantra, os dançarinos, muito expressivos, o sol nascendo, por detrás de uma montanha e se refletindo no lago… tudo isso fez deste início de manhã uma experiência realmente inesquecível.

A programação é bastante variada, desde musica africana (12/Ago), chilena folclórica revisitada (15/Ago), nepalesa (16/Ago), jazz e funk (17 e 23/Ago) a orquestras e clássica (19-22, 24-27 e 30/Ago a 4/Set), passando até por corais (18/Ago). Até artistas brasileiros já se apresentaram por lá.

Genebra - Paquis - Poster

Aubes Musicales - link externo

Pelo menos, depois da apresentação eu pude tomar um belo café no próprio local e ainda tirar um cochilo aproveitando o calor gostoso do sol que se levantava. Sim, antes de ir embora fazer as últimas compras ainda nadei nas cristalinas e frescas águas do Lac Leman.

Fotos adicionais desta bela apresentação estão disponíveis no meu website fotográfico em: photo.jkscatena.com/tag/paquis.

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11/08/2010

Valeu a pena? Sim, já que a alma não é pequena


Estou aqui na Europa há quase cinco meses e sempre digo que não sinto muita falta do Brasil. Sim, sinto falta dos amigos, da minha família, do meu sobrinho – o pequeno Antonio Scatena que só conheço via Skype… Mas não, do país, da bagunça burocrática e política (tá, a Itália não está muito longe), da fraca infra-estrutura urbana, do trânsito caótico de Sampa… disso não sinto falta. Mas descobri aos poucos que sinto falta da comida brasileira!! Ahh, como faz falta! Mas sábado passado, em Genebra, matei a saudade com estilo!

Genebra - Café Pessoa - Fachada

A fachada do Café Literário Pessoa

Tinha planejado fazer umas comprinhas nesta bela cidade suíça que visitei durante o final de semana. Sabia que domingo as lojas estariam fechadas e desta vez (visitei brevemente a cidade no ano passado) não ia deixar de comprar uns canivetes para a minha coleção. Saí do hotel, peguei um ônibus para o centro e, do nada, avistei um café e a vontade (quase vício) de consumir cafeína bateu forte. O Café Literário Pessoa (5, Rue Jean-Dassier – cafepessoa@mac.com – +41 22 340 2285), como descobri ao entrar, é um refúgio português na cidade bancária suíça e, para a minha grata surpresa, serve Picanha à Brasileira todos os sábados! Completíssima, com arroz, feijão preto, farofa, molho vinagrete, banana frita, batatas fritas e até uma fatia de abacaxi grelhado (ChF 25,00).

Genebra - Café Pessoa - Picanha

Arroz, feijão, picanha, batata frita, banana e molho vinagrete...

Não fiz esforço nenhum para resistir à tentação, me sentei, pedi uma cerveja e, quando as belas e suculentas fatias de picanha me foram servidas, ainda pedi uma pimentinha pra completar. Comi até dizer chega, lambendo os beiços e dedos, maravilhado com aquela iguaria, preparada com capricho e realmente “à brasileira”, apesar de ser em um restaurante português (suspeito que o cozinheiro seja meu conterrâneo!).

Genebra - Café Pessoa - Valeu a Pena?

Valeu a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena

Esqueci de comentar que o café é uma graça, decorado com versos do poeta português escritos pelas paredes, que também estão repletas de mensagens, em português, de clientes. “Ó mar salgado, quanto do teu sal. São lágrimas de Portugal! (…) Valeu a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.

Genebra - Café Pessoa

Fernando Pessoa (Lisboa, 13/06/1888 – 30/11/1935)

Saí mais que satisfeito, pronto para curtir a bela tarde de sol a comprar mercadorias legitimamente suíças – estas dicas, e outras, vem nos posts a seguir.

Fica a dica para quem quiser matar a saudade da comida brasileira em terras de canivetes, relógios e chocolates.

04/08/2010

Londres: fechando com chave de ouro a jornada ferroviária


Esta é minha terceira viagem a Londres, mas a primeira que chego (convenientemente, diga-se de passagem) de trem, diretamente na estação St. Pancras, renovada para ser a parada na capital inglesa do Eurostar.

Grupo RailEurope na estação londrina de St.Pancras

Grupo RailEurope na estação londrina de St.Pancras

E chegar nesta estação vitoriana, com sua bela cobertura metálica azul foi um fechamento com classe desta nossa jornada ferroviária pela Europa.

St. Pancras, a estação de Londres do Eurostar

St. Pancras, a estação de Londres do Eurostar

Achava que a viagem no Eurostar, de Bruxelas a Londres, por baixo do Canal da Mancha seria algo espetacular, mas não é nada mais do que um grande túnel, até um pouco sem graça, para falar a verdade. A maior diferença está no serviço de bordo, já que neste trecho é servida uma refeição, como aquelas que estamos acostumados nos nossos voos de maior distância. Nada de especial, mas diferente daquilo que estávamos nos acostumando nos diversos trechos que percorremos. Pra ser correto na manhã deste dia recebemos também uma breve refeição no trecho Paris – Bruxelas, com o Thalys.

Também para ser justo, fiquei um pouco desapontado com o percurso do Thalys, já que ao invés de usarmos o trem normal deste trecho – o único com Internet a bordo, diga-se de passagem – a composição foi substituída por um TGV, equivalente em conforto e velocidade, mas sem a cobertura de wi-fi móvel que seria o diferencial desta viagem.

Aliás, continuando com a série de justiça, Bruxelas foi realmente uma parada especial. Maria Corinaldesi, da RailEurope, fazia sempre questão de frisar que esta aparente loucura – acordar em Paris, almoçar em Bruxelas e dormir em Londres – tinha o propósito de mostrar que é possível conectar três grandes cidades européias em um único dia de trem. E foi muito mais que isso!

A bela praça principal de Bruxelas

A bela praça principal de Bruxelas

A capital belga surpreendeu positivamente a todos do grupo com seu charme – a praça principal da cidade é uma beleza -, com o humor do seu povo – a começar pelo nosso guia, mas completando o time com os dois profissionais do turismo belga que nos acompanharam (ambos casados com brasileiras e falando um português genuíno) -, e com o fantástico restaurante do chefe Bruneau – onde adicionamos mais duas estrelas Michelin ao nosso álbum de viagem.

Chefe (estrelado) Bruneau, que foi mestre do nosso brasileiro Alex Atala

Chefe (estrelado) Bruneau, que foi mestre do nosso brasileiro Alex Atala

Manneken Pis é um monumento ideal da cidade que se gaba de ter as melhores cervejas da Europa

Manneken Pis é um monumento ideal da cidade que se gaba de ter as melhores cervejas da Europa

E as breves viagens de trem – menos de duas horas em cada trecho, Paris – Bruxelas e Bruxelas – Londres, não foram nada cansativas e provaram que é realmente muito simples conectar três grandes cidades européias de trem em um único dia. Tenho certeza que fazer a mesma proposta de conexão voando seria muitíssimo mais cansativo.

Para encerrar nossa viagem passamos a noite hospedados em Gloucester Park, uma alternativa muito interessante para hóspedes “long stay” em Londres, já que só aceitam permanências acima de 90 dias. É como ter seu próprio apartamento na cidade, completamente mobiliado e equipado e em localizações verdadeiramente diferenciadas, mas com serviço de hotel, como arrumadeira, lavanderia, academia, recepção/portaria etc..

Uma casa, completamente mobiliada em Londres

Uma casa, completamente mobiliada em Londres

E o apartamento ainda tem uma belíssima vista!

E o apartamento ainda tem uma belíssima vista!

O que ficamos é perto do Hyde Park, mas o Cheval Residences tem empreendimentos semelhantes em outras áreas valorizadas da cidade.

Londres - Tamisa

“Good day, sunshine!”, dos Beatles, na London Eye

“Good day, sunshine!”, dos Beatles, na London Eye

O dia seguinte começou com um passeio na London Eye; demos muita sorte com o céu lindamente azul, foi seguido de um almoço na Regent Street Food Quarter, na Heddon Street – no primeiro restaurante a quilo de Londres, o charmoso e trendy Tibit e terminou com um shopping tour na Regent Street, a primeira rua projetada para ser um centro de compras na cidade, e na Carnaby Street, o centro de compras mais cool de Londres.

Regent Street Food Quarter, uma “praça de alimentação” chiquérrima, uma ótima dica!

Regent Street Food Quarter, uma “praça de alimentação” chiquérrima, uma ótima dica!

Alguns dos companheiros de viagem retornaram ao Brasil, na business class da TAM, no final do dia, mas outros, como eu, aproveitaram para estender a estadia na Europa. Agora estou na Italia, em uma parada pessoal na busca de documentos de meus ancestrais. Depois parto para a Espanha onde vou receber meu prêmio da Comissão Européia de Turismo pelos meus blog posts neste Blog PANROTAS em Viagem – como vocês leitores já devem estar sabendo.

Aliás, encerro mais esta série com um agradecimento a equipe do PANROTAS pela oportunidade de escrever neste nobre espaço e a todos vocês leitores que me acompanharam nestas minhas jornadas durante este ano.

Um grande abraço e até as próximas viagens.

Um grande abraço e até as próximas viagens.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem em 30/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/30/londres-fechando-com-chave-de-ouro-a-jornada-ferroviaria/

Atualizado em 19/04/12.

03/08/2010

Paris: infelizmente não foi amor à primeira vista


Acho que foi como tentar se apaixonar por uma mulher aos prantos, de mau humor e com a maquiagem borrada. Cheguei à Cidade Luz cheio de expectativas, afinal a primeira vez em Paris deveria ser memorável, certo? Além de toda a propaganda da cidade, que é a cidade perfeita, que é linda, que é agitada. Sim, é muito bonita. Sim, é bastante agitada. Mas estava chovendo e frio… desculpe Paris, mas fiquei frustrado.

Mesmo com o tempo ruim, as vistas são lindas!

Mesmo com o tempo ruim, as vistas são lindas!

Por outro lado o hotel Fouquet’s Barrière onde nos hospedamos superou qualquer expectativa que eu pudesse ter. Aqui, realmente o luxo está nos detalhes. E no serviço. E na localização, é claro – ainda que a Champs Elysées estivesse toda molhada e fria (chorando e com a maquiagem borrada…), sentar no centenário restaurante Fouquet’s para o café da manhã, rodeado de deputados franceses e assistindo ao desfile de pedestres em uma das calçadas mais emblemáticas da cidade (quiçá do mundo) é realmente mágico.

Cama super confortável e frutas, como pedi com antecedência

Cama super confortável e frutas, como pedi com antecedência

Aliás, a história do hotel começa com a compra do restaurante Fouquet pela cadeia Barrière, que posteriormente foi adquirindo outros prédios ao redor – 5 ao todo – que foram reformados/restaurados e interligados, chegando na estrutura atual, com 107 quartos de altíssimo luxo, dois restaurantes (o Fouquet e o Diane) e um bar, Spa com piscina e academia e a imensa suite presidencial onde Nicolas Sarkozy aguardou a confirmação de sua vitória nas eleições presidenciais.

O atendimento diferenciado começou ainda antes da viagem, já que o hotel encaminha ao hóspede um questionário de preferências no qual uma das primeiras perguntas já dá o tom: “Você gostaria que o mordomo (sim, tem um mordomo à sua disposição durante a estada) desfizesse sua mala?”. E segue com outras do tipo: quarto fumante ou não – se sim, charuto ou cigarro? -, tipo de cama e travesseiros, flores da decoração (rosas ou orquídeas? de que cor?) e até o tipo de música e de chocolate preferidos. Ao chegar no quarto o hóspede tem tudo para se sentir em casa.

Impressora à disposição no quarto

Impressora à disposição no quarto

Detalhes como wi-fi em todo o hotel, sem cobrança adicional, uma impressora à disposição no quarto, televisão na banheira – com controle remoto à prova d’água -, cofre com tomada interna, frigobar “free” e um perfume Hermès de “presente” dentre as amenities no banheiro não passam despercebidos pelos hóspedes mais exigentes. E ainda é fácil dizer que é um luxo sem o tipo de imponência que chega a incomodar. É o verdadeiro luxo, da melhor qualidade.

Televisão na banheira, com controle à prova d’água

Televisão na banheira, com controle à prova d’água

Por estas e outras a estadia em Paris – aqui, como em Berlim, passamos duas noites desta jornada ferroviária – será realmente memorável, mas eu ainda tenho que retornar à cidade para tentar me apaixonar por esta nobre dama francesa, podendo vê-la no seu maior esplendor.

Champs Elisées, uma das mais charmosas avenidas do mundo

Champs Elisées, uma das mais charmosas avenidas do mundo

Escrevo este post do trem Thalys que faz a conexão Paris – Bruxelas, Bélgica, onde passaremos o dia para depois embarcar para Londres, nossa última parada.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem, em 27/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/27/paris-infelizmente-nao-foi-amor-a-primeira-vista/

Para ver mais fotos de Paris, visite meu website fotográfico, em Paris << ©JKScatena Photography, ou clique no mosaico abaixo:

Paris: Mosaic

Paris << ©JKScatena Photography

 

02/08/2010

Chegando na França: Lyon e as vinicolas de Beaujolais


Chegamos em Genebra, vindos de Montreux no final da tarde de domingo, mas imediatamente pegamos um taxi para a França, onde passamos a noite. Sim, Divonne está a quinze minutos de Genebra e a única noite que passamos neste agradável castelo de origens medievais foi uma verdadeira festa gastronômica.

Na manhã seguinte voltamos a Genebra um pouco mais cedo do que o inicialmente programado para termos algum tempo para conhecer a cidade. E lá fomos nós, com apenas uma hora e meia para conhecer a cidade e fazer algumas compras, como relógios e canivetes legitimamente suíços.

Genebra, vista com bandeira suíça

Genebra, vista do relógio floral

Duas vistas da parte mais moderna de Genebra, junto ao Lac Léman (Lago Genebra)

No meu caso consegui comprar meu Swatch, mas fiquei morrendo de vontade de conhecer melhor esta linda cidade! Pude dar uma volta, bastante corrida pelas ruas da antiga cidade medieval, às margens do Lac Lemán, mas foi o suficiente apenas para dar mais vontade de voltar.

De Genebra chegamos “oficialmente” à parte francesa da viagem na capital gastronômica do país e da região de Rhône-Alpse, a bela Lyon, onde ficamos hospedados no hotel Cours do Lodge, um conjunto de quatro prédios medievais restaurados e transformados em um estabelecimento verdadeiramente diferenciado.

Rue du Bœuf, na Vieux Ville de Lyon

Rue du Bœuf, na Vieux Ville de Lyon, a rua do Cours do Lodge

“Somos um dos pouquíssimos hotéis na Vieux Ville de Lyon, a área original da cidade, com um jardim interno. E temos muito orgulho disso!” diz o Gerente Geral do hotel, Franck Sciessere.

Franck Sciessere, do Cours do Lodge

Franck Sciessere, do Cours do Lodge

Céline Gomes, a francesa filha de portugueses do órgão de turismo da região de Rhones-Alpes ressalta que  o escritório de turismo pode prestar serviços de apoio para grupos, bastando entrar em contato com ela pelo e-mail celine.gomes@rhonealpes-tourisme.com. “Outra coisa que é importante falar é que o Lyon City Card – que inclui a entrada em diversos museus da cidade e o uso de todo o transporte urbano de Lyon durante sua validade, que pode ser de 24, 48 ou 72 horas – oferece comissão de vendas para os agentes e operadores”, completa Céline. Ela diz que o volume de brasileiros visitando a região não é muito grande, mas também porque eles ainda não haviam realizado grandes ações promocionais, intensificadas em 2008, aproveitando a oportunidade do Ano da França no Brasil. “Em 2008 fizemos ações em São Paulo e em Curitiba, até porque Rhone-Alpes e o estado do Paraná são regiões irmãs. E em abril de 2010 faremos um workshop juntamente com a Atout France (ex-Maison de France). Já confirmamos as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro outras duas ou três ainda dependem de confirmação”.

Fizemos um passeio guiado pelo bairro antigo de Lyon, iniciando pela Basilica de Fourvière, no alto do morro de mesmo nome, de onde pudemos ter uma vista panorâmica de toda a cidade.

Uma das praças de Lyon, vista da Basilica de Fourvière

Uma das praças de Lyon, vista da Basilica de Fourvière

“No dia da consagração da estátua dourada da Virgem Maria, 8 de dezembro, todas as casas da cidade colocaram velas nas janelas, o que deu início ao agora permanente Festival das Luzes, 4 dias nos quais diversos eventos “luminosos” enfeitam a cidade trazendo mais de 4 milhões de turistas. Este ano será de 05 a 08/12”, diz o guia Jérome Trevy que nos acompanhou.

A Virgem Dourada de Fourvière

A Virgem Dourada de Fourvière

E só mesmo com um guia credenciado para descobrirmos as passagens secretas do bairro velho, as traboules. Criadas para facilitar o trânsito dos trabalhadores da seda da Lyon medieval, existem mais de 500 destas passagens por dentro dos quarteirões, passando por dentro das casas.

Traboule de Lyon

Entrada de uma das traboules mais longas de Lyon

“Algumas delas continuam abertas para o público em geral, principalmente pelo seu valor cultural e histórico, depois de acordos entre os moradores, que tem que deixa-las destrancadas das nove da manhã as sete da noite, e a prefeitura, que passou a arcar com a limpeza e a iluminação delas”, explica Jérome que também nos contou que a área era muito degradada e desagradável até que se tornou área de proteção nacional em 1964. Em 1998 o esforço de restauração foi reconhecido pela Unesco que tornou a parte antiga de Lyon e mais uma área da “península” entre os rios Rhone e Scena patrimônio da humanidade.

Ainda no monte Fouvier, a primeira área real de ocupação cidade estão os dois anfiteatros romanos, resquícios de uma época em que Lyon era a capital romana da Gália. Entre junho e agosto de todos os anos é realizado aqui o festival “Noites de Fouvier” com apresentações musicais, de teatro e cinema.

Nosso grupo

Nosso grupo: Maria, Silvio, Jérome, Veronica, Bruna, Marco, Anita e eu, no Teatro Romano do Fouvier

Nosso jantar foi no restaurante do hotel Villa Fiorentina, uma estrela no Guia Michelin. O hotel está localizado no monte Fouvier, com uma lindíssima vista da cidade, em um prédio histórico que foi restaurado. Parte da cadeia “Relais & Chateaux” o Villa Fiorentina conta quartos de alto luxo, muito usados por turistas de negócios, mas principalmente por casais.

Vista noturna de Lyon, a partir do Villa Florentina

Vista noturna de Lyon, a partir do Villa Florentina

A manhã do dia seguinte foi reservada ao passeio pela região vinícola de Beaujolais, onde são produzidos três tipos de vinhos – Beaujolais, Beaujolais Village e Cru, nesta ordem de qualidade – que estão dentre os mais exportados pela França e são vinhos “D.O.C.” – Denominação de Origem Controlada, ou seja só os realmente produzidos na região de Beaujolais podem receber este nome.

Michèle Callandras

Michèle Callandras nos serve um pouco de Beaujolais para degustação

A visita começou na propriedade de Michèle e Jean Callandras, um típico casal idoso francês que conta com a ajuda de diversos trabalhadores temporários na época da colheita das uvas – início de setembro – mas que toma conta de toda a propriedade praticamente sozinhos.

Jean Callandras

Jean Callandras e um dos cachos da uva Gamay, usada no Beaujolais

Aliás, na época da vindima a região recebe também muitos jovens turistas que se hospedam nas casas dos proprietários só para poderem participar desta grande comemoração que praticamente dá início a temporada francesa de vinhos. Diz-se que o Beaujolais é o primeiro vinho da temporada e que deve ser consumido ainda novo.

Passamos ainda no pequeno vilarejo de Oignt, com suas casas todas construídas com pedras douradas, o que dá um aspecto realmente único à todas as vilas desta região.

Uma das casas de Oignt

Uma das casas de Oignt

Oignt tem uma torre de vigia e uma igreja da época medieval e está virando moradia de diversos artistas que montam seus ateliês por aqui.

O almoço, no também estrelado restaurante do hotel (também Relais & Chateaux) do Chateau de Bagnols, do chef Matthieu Fontaine. O Chateau de Bagnols é um castelo medieval convertido em hotel, com instalações maravilhosas e que tem recebido mais e mais brasileiros a cada ano.

Vista externa do Chateau de Bagnols

Vista externa do Chateau de Bagnols

Um dos salões do Chateau de Bagnols.

Um dos salões do Chateau de Bagnols. Imaginem fazer uma festa de casamento aqui…

Já estamos embarcados o TGV com destino a Paris onde passaremos as próximas duas noites. Demos um pouco de sorte, já que os trabalhadores das ferrovias francesas resolveram fazer uma greve – na verdade uma operação tartaruga – exatamente hoje e o trem originalmente previsto para nossa viagem foi cancelado. Tivemos que pegar  o anterior, mas sem reservas, o que poderia nos trazer – mas não trouxe – alguns problemas. Perguntamos a alguns franceses o porquê desta greve e a resposta foi basicamente a mesma: “na verdade eu nem sei porquê, mas podemos sempre esperar entre duas e três grandes paralisações todos os anos, então não é surpresa alguma!”.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem em 23/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/23/chegando-na-franca-lyon-e-as-vinicolas-de-beaujolais/