Archive for ‘Panrotas’

27/10/2010

Dois museus em Amsterdam


Uma visita rápida a museus de Amsterdam (originalmente publicado em 2009, com comentários atualizados)

Minha estada em Amsterdã – decidi voltar a esta cidade que adorei por causa do show do U2 –  foi muito rápida, mas tive tempo de conhecer dois museus que não tinha visitado: a casa de Rembrandt (meu pintor favorito) e o novíssimo Hermitage, filial holandesa do famoso museu russo. Alem de breves passeios pelos encantadores canais desta incrível cidade.

Atualmente Em agosto de 2009 o Museu da Casa de Rembrandt (Rembrandthuis) está estava exibindo o trabalho de Jan Lievens, um amigo de Rembrandt de sua fase inicial em Leiden, cidade onde ambos nasceram e iniciaram suas carreiras. Se separaram quando Lievens mudou-se para Londres e Rembrandt para Amsterdã, mas continuaram amigos por toda a vida.

Amsterdam: Rembrandthuis

Fachada do Rembrandthuis - o predio da direita Žé a casa original

O que mais me interessava é a propria casa de Rembrandt, decorada exatamente como na época em que ele viveu la (1639-58), antes de “falir” financeiramente. Os móveis são originais, de seu inventário de falência, e cada ambiente foi recriado permitindo que se conheça um pouco mais do ambiente em que ele viveu e trabalhou.

O custo da entrada inclui o áudio-guia que explica todos os ambientes e tambem o contexto das obras expostas, além do trabalho de Jan Lievens. Os principais trabalhos de Rembrandt aqui expostos são os desenhos com a técnica de agua-forte (etching), com poucas pinturas, estas no Rijiksmuseum – atualmente parcialmente fechado para reforma (que durará até 2019).

Amsterdam: Rijiksmuseum Facade

Amsterdam: Rijiksmuseum Facade

O Rijiksmuseum está apenas com a exibição de suas principais obras-primas (Masterpieces), entre elas o imenso (4 m x 3 m, uma parede inteira!) “Ronda Noturna” (Night Watch) de Rembrandt, que por si só já valeu a minha visita do ano passado. Clique aqui para ver uma imagem deste belo quadro.

O novissimo Hermitage, fruto de uma parceria cultural da Rússia com a Holanda, foi a maneira encontrada pelo museu russo de conseguir exibir itens de seu acervo que não são geralmente expostos por falta de espaço na já gigantesca sede de São Petesburgo. O edifício holandês, as margens de um canal, é claro, conta com um lindo jardim interno que pode ser visitado sem necessidade de ingresso, bem como um deck/pier no canal.

Amsterdam: Hermitage Museum

Jardins do Hermitage

A exposição atual de inauguração do museu é era sobre a cultura russa na época dos czares – “Na Corte Russa“, contada por meio de roupas e objetos. E um enorme fashion show! Uma das alas recria uma recepção “real”, com os trajes de gala dos personagens do mais alto escalao da sociedade, além do lindíssimo trono real – com cabeças de águia no lugar dos braços e patas de leão nos pés, inteiro dourado.

A outra ala recria um salão de baile, que ganha vida a cada meia hora, com os manequins “girando” sobre plataformas, música e filmes projetados nas paredes.

Outras exposições complementares mostram objetos da vida cotidiana no palácio: a caça, brinquedos, jogos, teatro, fumo, banquetes, vida íntima, joias e condecorações. Este museu, definitivamente, vale o ingresso.

 

Amsterdam: Tram @ Reguliersbreestraat

Tram @ Reguliersbreestraat

E circular pela cidade em seus agradáveis trams (bondes) – na minha opiniao a melhor maneira de se locomover – ficou mais fácil agora que os anúncios das paradas ganharam também uma versão em inglês após o difícil anúncio em holandês.

Amsterdam: Canal

Passeando pelos canais da cidade

Ainda não tive a oportunidade de passear de bicicleta pela cidade – esta sim a maneira mais típica e tradicional – mas vai ficar para a próxima visita. Aliás, é mais um motivo para voltar a Amsterdã!

Amsterdam: Bike Panning

Andar de bicicleta fica pra próxima!

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 02/08/2009:

Veja mais fotos de Amsterdam, no photo.jkscatena.com, clicando no mosaico abaixo:
Amsterdam Collage

Amsterdam @ photo.jkscatena.com

04/08/2010

Londres: fechando com chave de ouro a jornada ferroviária


Esta é minha terceira viagem a Londres, mas a primeira que chego (convenientemente, diga-se de passagem) de trem, diretamente na estação St. Pancras, renovada para ser a parada na capital inglesa do Eurostar.

Grupo RailEurope na estação londrina de St.Pancras

Grupo RailEurope na estação londrina de St.Pancras

E chegar nesta estação vitoriana, com sua bela cobertura metálica azul foi um fechamento com classe desta nossa jornada ferroviária pela Europa.

St. Pancras, a estação de Londres do Eurostar

St. Pancras, a estação de Londres do Eurostar

Achava que a viagem no Eurostar, de Bruxelas a Londres, por baixo do Canal da Mancha seria algo espetacular, mas não é nada mais do que um grande túnel, até um pouco sem graça, para falar a verdade. A maior diferença está no serviço de bordo, já que neste trecho é servida uma refeição, como aquelas que estamos acostumados nos nossos voos de maior distância. Nada de especial, mas diferente daquilo que estávamos nos acostumando nos diversos trechos que percorremos. Pra ser correto na manhã deste dia recebemos também uma breve refeição no trecho Paris – Bruxelas, com o Thalys.

Também para ser justo, fiquei um pouco desapontado com o percurso do Thalys, já que ao invés de usarmos o trem normal deste trecho – o único com Internet a bordo, diga-se de passagem – a composição foi substituída por um TGV, equivalente em conforto e velocidade, mas sem a cobertura de wi-fi móvel que seria o diferencial desta viagem.

Aliás, continuando com a série de justiça, Bruxelas foi realmente uma parada especial. Maria Corinaldesi, da RailEurope, fazia sempre questão de frisar que esta aparente loucura – acordar em Paris, almoçar em Bruxelas e dormir em Londres – tinha o propósito de mostrar que é possível conectar três grandes cidades européias em um único dia de trem. E foi muito mais que isso!

A bela praça principal de Bruxelas

A bela praça principal de Bruxelas

A capital belga surpreendeu positivamente a todos do grupo com seu charme – a praça principal da cidade é uma beleza -, com o humor do seu povo – a começar pelo nosso guia, mas completando o time com os dois profissionais do turismo belga que nos acompanharam (ambos casados com brasileiras e falando um português genuíno) -, e com o fantástico restaurante do chefe Bruneau – onde adicionamos mais duas estrelas Michelin ao nosso álbum de viagem.

Chefe (estrelado) Bruneau, que foi mestre do nosso brasileiro Alex Atala

Chefe (estrelado) Bruneau, que foi mestre do nosso brasileiro Alex Atala

Manneken Pis é um monumento ideal da cidade que se gaba de ter as melhores cervejas da Europa

Manneken Pis é um monumento ideal da cidade que se gaba de ter as melhores cervejas da Europa

E as breves viagens de trem – menos de duas horas em cada trecho, Paris – Bruxelas e Bruxelas – Londres, não foram nada cansativas e provaram que é realmente muito simples conectar três grandes cidades européias de trem em um único dia. Tenho certeza que fazer a mesma proposta de conexão voando seria muitíssimo mais cansativo.

Para encerrar nossa viagem passamos a noite hospedados em Gloucester Park, uma alternativa muito interessante para hóspedes “long stay” em Londres, já que só aceitam permanências acima de 90 dias. É como ter seu próprio apartamento na cidade, completamente mobiliado e equipado e em localizações verdadeiramente diferenciadas, mas com serviço de hotel, como arrumadeira, lavanderia, academia, recepção/portaria etc..

Uma casa, completamente mobiliada em Londres

Uma casa, completamente mobiliada em Londres

E o apartamento ainda tem uma belíssima vista!

E o apartamento ainda tem uma belíssima vista!

O que ficamos é perto do Hyde Park, mas o Cheval Residences tem empreendimentos semelhantes em outras áreas valorizadas da cidade.

Londres - Tamisa

“Good day, sunshine!”, dos Beatles, na London Eye

“Good day, sunshine!”, dos Beatles, na London Eye

O dia seguinte começou com um passeio na London Eye; demos muita sorte com o céu lindamente azul, foi seguido de um almoço na Regent Street Food Quarter, na Heddon Street – no primeiro restaurante a quilo de Londres, o charmoso e trendy Tibit e terminou com um shopping tour na Regent Street, a primeira rua projetada para ser um centro de compras na cidade, e na Carnaby Street, o centro de compras mais cool de Londres.

Regent Street Food Quarter, uma “praça de alimentação” chiquérrima, uma ótima dica!

Regent Street Food Quarter, uma “praça de alimentação” chiquérrima, uma ótima dica!

Alguns dos companheiros de viagem retornaram ao Brasil, na business class da TAM, no final do dia, mas outros, como eu, aproveitaram para estender a estadia na Europa. Agora estou na Italia, em uma parada pessoal na busca de documentos de meus ancestrais. Depois parto para a Espanha onde vou receber meu prêmio da Comissão Européia de Turismo pelos meus blog posts neste Blog PANROTAS em Viagem – como vocês leitores já devem estar sabendo.

Aliás, encerro mais esta série com um agradecimento a equipe do PANROTAS pela oportunidade de escrever neste nobre espaço e a todos vocês leitores que me acompanharam nestas minhas jornadas durante este ano.

Um grande abraço e até as próximas viagens.

Um grande abraço e até as próximas viagens.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem em 30/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/30/londres-fechando-com-chave-de-ouro-a-jornada-ferroviaria/

Atualizado em 19/04/12.

02/08/2010

Chegando na França: Lyon e as vinicolas de Beaujolais


Chegamos em Genebra, vindos de Montreux no final da tarde de domingo, mas imediatamente pegamos um taxi para a França, onde passamos a noite. Sim, Divonne está a quinze minutos de Genebra e a única noite que passamos neste agradável castelo de origens medievais foi uma verdadeira festa gastronômica.

Na manhã seguinte voltamos a Genebra um pouco mais cedo do que o inicialmente programado para termos algum tempo para conhecer a cidade. E lá fomos nós, com apenas uma hora e meia para conhecer a cidade e fazer algumas compras, como relógios e canivetes legitimamente suíços.

Genebra, vista com bandeira suíça

Genebra, vista do relógio floral

Duas vistas da parte mais moderna de Genebra, junto ao Lac Léman (Lago Genebra)

No meu caso consegui comprar meu Swatch, mas fiquei morrendo de vontade de conhecer melhor esta linda cidade! Pude dar uma volta, bastante corrida pelas ruas da antiga cidade medieval, às margens do Lac Lemán, mas foi o suficiente apenas para dar mais vontade de voltar.

De Genebra chegamos “oficialmente” à parte francesa da viagem na capital gastronômica do país e da região de Rhône-Alpse, a bela Lyon, onde ficamos hospedados no hotel Cours do Lodge, um conjunto de quatro prédios medievais restaurados e transformados em um estabelecimento verdadeiramente diferenciado.

Rue du Bœuf, na Vieux Ville de Lyon

Rue du Bœuf, na Vieux Ville de Lyon, a rua do Cours do Lodge

“Somos um dos pouquíssimos hotéis na Vieux Ville de Lyon, a área original da cidade, com um jardim interno. E temos muito orgulho disso!” diz o Gerente Geral do hotel, Franck Sciessere.

Franck Sciessere, do Cours do Lodge

Franck Sciessere, do Cours do Lodge

Céline Gomes, a francesa filha de portugueses do órgão de turismo da região de Rhones-Alpes ressalta que  o escritório de turismo pode prestar serviços de apoio para grupos, bastando entrar em contato com ela pelo e-mail celine.gomes@rhonealpes-tourisme.com. “Outra coisa que é importante falar é que o Lyon City Card – que inclui a entrada em diversos museus da cidade e o uso de todo o transporte urbano de Lyon durante sua validade, que pode ser de 24, 48 ou 72 horas – oferece comissão de vendas para os agentes e operadores”, completa Céline. Ela diz que o volume de brasileiros visitando a região não é muito grande, mas também porque eles ainda não haviam realizado grandes ações promocionais, intensificadas em 2008, aproveitando a oportunidade do Ano da França no Brasil. “Em 2008 fizemos ações em São Paulo e em Curitiba, até porque Rhone-Alpes e o estado do Paraná são regiões irmãs. E em abril de 2010 faremos um workshop juntamente com a Atout France (ex-Maison de France). Já confirmamos as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro outras duas ou três ainda dependem de confirmação”.

Fizemos um passeio guiado pelo bairro antigo de Lyon, iniciando pela Basilica de Fourvière, no alto do morro de mesmo nome, de onde pudemos ter uma vista panorâmica de toda a cidade.

Uma das praças de Lyon, vista da Basilica de Fourvière

Uma das praças de Lyon, vista da Basilica de Fourvière

“No dia da consagração da estátua dourada da Virgem Maria, 8 de dezembro, todas as casas da cidade colocaram velas nas janelas, o que deu início ao agora permanente Festival das Luzes, 4 dias nos quais diversos eventos “luminosos” enfeitam a cidade trazendo mais de 4 milhões de turistas. Este ano será de 05 a 08/12”, diz o guia Jérome Trevy que nos acompanhou.

A Virgem Dourada de Fourvière

A Virgem Dourada de Fourvière

E só mesmo com um guia credenciado para descobrirmos as passagens secretas do bairro velho, as traboules. Criadas para facilitar o trânsito dos trabalhadores da seda da Lyon medieval, existem mais de 500 destas passagens por dentro dos quarteirões, passando por dentro das casas.

Traboule de Lyon

Entrada de uma das traboules mais longas de Lyon

“Algumas delas continuam abertas para o público em geral, principalmente pelo seu valor cultural e histórico, depois de acordos entre os moradores, que tem que deixa-las destrancadas das nove da manhã as sete da noite, e a prefeitura, que passou a arcar com a limpeza e a iluminação delas”, explica Jérome que também nos contou que a área era muito degradada e desagradável até que se tornou área de proteção nacional em 1964. Em 1998 o esforço de restauração foi reconhecido pela Unesco que tornou a parte antiga de Lyon e mais uma área da “península” entre os rios Rhone e Scena patrimônio da humanidade.

Ainda no monte Fouvier, a primeira área real de ocupação cidade estão os dois anfiteatros romanos, resquícios de uma época em que Lyon era a capital romana da Gália. Entre junho e agosto de todos os anos é realizado aqui o festival “Noites de Fouvier” com apresentações musicais, de teatro e cinema.

Nosso grupo

Nosso grupo: Maria, Silvio, Jérome, Veronica, Bruna, Marco, Anita e eu, no Teatro Romano do Fouvier

Nosso jantar foi no restaurante do hotel Villa Fiorentina, uma estrela no Guia Michelin. O hotel está localizado no monte Fouvier, com uma lindíssima vista da cidade, em um prédio histórico que foi restaurado. Parte da cadeia “Relais & Chateaux” o Villa Fiorentina conta quartos de alto luxo, muito usados por turistas de negócios, mas principalmente por casais.

Vista noturna de Lyon, a partir do Villa Florentina

Vista noturna de Lyon, a partir do Villa Florentina

A manhã do dia seguinte foi reservada ao passeio pela região vinícola de Beaujolais, onde são produzidos três tipos de vinhos – Beaujolais, Beaujolais Village e Cru, nesta ordem de qualidade – que estão dentre os mais exportados pela França e são vinhos “D.O.C.” – Denominação de Origem Controlada, ou seja só os realmente produzidos na região de Beaujolais podem receber este nome.

Michèle Callandras

Michèle Callandras nos serve um pouco de Beaujolais para degustação

A visita começou na propriedade de Michèle e Jean Callandras, um típico casal idoso francês que conta com a ajuda de diversos trabalhadores temporários na época da colheita das uvas – início de setembro – mas que toma conta de toda a propriedade praticamente sozinhos.

Jean Callandras

Jean Callandras e um dos cachos da uva Gamay, usada no Beaujolais

Aliás, na época da vindima a região recebe também muitos jovens turistas que se hospedam nas casas dos proprietários só para poderem participar desta grande comemoração que praticamente dá início a temporada francesa de vinhos. Diz-se que o Beaujolais é o primeiro vinho da temporada e que deve ser consumido ainda novo.

Passamos ainda no pequeno vilarejo de Oignt, com suas casas todas construídas com pedras douradas, o que dá um aspecto realmente único à todas as vilas desta região.

Uma das casas de Oignt

Uma das casas de Oignt

Oignt tem uma torre de vigia e uma igreja da época medieval e está virando moradia de diversos artistas que montam seus ateliês por aqui.

O almoço, no também estrelado restaurante do hotel (também Relais & Chateaux) do Chateau de Bagnols, do chef Matthieu Fontaine. O Chateau de Bagnols é um castelo medieval convertido em hotel, com instalações maravilhosas e que tem recebido mais e mais brasileiros a cada ano.

Vista externa do Chateau de Bagnols

Vista externa do Chateau de Bagnols

Um dos salões do Chateau de Bagnols.

Um dos salões do Chateau de Bagnols. Imaginem fazer uma festa de casamento aqui…

Já estamos embarcados o TGV com destino a Paris onde passaremos as próximas duas noites. Demos um pouco de sorte, já que os trabalhadores das ferrovias francesas resolveram fazer uma greve – na verdade uma operação tartaruga – exatamente hoje e o trem originalmente previsto para nossa viagem foi cancelado. Tivemos que pegar  o anterior, mas sem reservas, o que poderia nos trazer – mas não trouxe – alguns problemas. Perguntamos a alguns franceses o porquê desta greve e a resposta foi basicamente a mesma: “na verdade eu nem sei porquê, mas podemos sempre esperar entre duas e três grandes paralisações todos os anos, então não é surpresa alguma!”.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem em 23/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/23/chegando-na-franca-lyon-e-as-vinicolas-de-beaujolais/

30/07/2010

Na Suíça, a 2.000 metros de altura


Depois de vários dias de chuva e frio estávamos realmente merecendo um belo dia de sol e hoje o dia amanheceu perfeito (sim, com frio, mas céu azul e sol). Ao acordar em Montreux nem podia acreditar ao ver pela janela o dia nascendo com o céu completamente limpo, a cidade ainda nas sombras das altas montanhas e os primeiros raios de sol já batendo nos picos nevados do lado oposto do Lac Léman (Lago Genebra).

Amanhecer em Montreux

Amanhecer em Montreux

Saímos cedo de nosso hotel para pegar um outro trem panorâmico da GoldenPass, só que este era um pequeno trem turístico que nos levaria em um parque no alto da montanha “Les Rochers-de-Naye”, a dois mil metros de altura.

Estação de trem de Montreux

Estação de trem de Montreux

GoldenPass Rochers-de-Naye

GoldenPass Rochers-de-Naye

O trem lembra muito aquele do Cristo Redentor carioca: pequenos vagões, sem nenhum luxo, montanha acima com ajuda do terceiro trilho – a cremalheira -, numa estrada com bastante curvas que atravessa florestas e túneis até chegar a um ponto com uma vista maravilhosa dos arredores. A diferença aqui é que a subida é muito maior e que, a partir de certo ponto, chegamos a uma altura onde a neve já não derrete sem bastante sol – as folhas começam a ficar brancas da neve do dia anterior, e as casas, e as árvores até que, já mais perto do topo, está tudo maravilhosamente branco e brilhante, refletindo o sol forte daquele céu impecavelmente azul.

Ok, admito que fiquei um tanto maravilhado, mas para quem estava vendo neve pra valer pela primeira vista é realmente a reação esperada, não é?

A chegada em Rochers-de-Naye (1)

A chegada em Rochers-de-Naye (2)

A chegada em Rochers-de-Naye

Na estação do topo tem um hotel com dois restaurantes e um parque chamado “Paraíso das Marmotas”. Este pequeno roedor, que só existe no hemisfério norte parece ter encontrado aqui em Rochers-de-Naye seu habitat perfeito, seu verdadeiro paraíso, já que aqui foi construído um parque somente para a criação e pesquisa e seus hábitos. Só que com o frio de hoje elas já estavam em suas tocas, preparando para a hibernação do inverno. E além do hotel é possível também se hospedar em Yourtes, uma reprodução fiel de cabanas mongóis para aqueles que quiserem passar pela experiência de dormir a 2.000 metros de altura. Existem trilhas que podem ser percorridas a pé, com diversos níveis de dificuldade, mas é recomendável sempre experiência prévia, pois aqui a neve e o frio são coisas sérias e ainda assim vimos muitos grupos chegando e saindo da montanha, cheios de equipamentos.

Os Yourtes de Rochers-de-Naye (1)

Os Yourtes de Rochers-de-Naye (2)

Os Yourtes de Rochers-de-Naye

Nas quatro semanas que antecedem o natal Rocher-de-Naye se transforma na casa de Papai Noel e milhares de crianças sobem aqui para visitar o velhinho barbudo. Para aquelas que se hospedam nos Yourtes um pacote especial permite que o Papai Noel em pessoa entregue presentes para as crianças numa visita surpresa (e realmente mágica) durante a noite. Os pais nem precisam se preocupar, pois podem dizer antecipadamente ao Papai Noel o que eles querem que seja falado para as crianças – um pedido especial do Papai Noel em pessoa, para que o menino seja bonzinho no ano seguinte certamente terá mais efeito.

Os panoramas daqui são realmente maravilhosos e nem o frio cortante e a neve que já devia ter seus 10 centímetros me afugentaram de ficar passeando e tirando milhares de fotos. É um passeio realmente imperdível.

Tem que enfrentar o frio para tirar fotos!

Tem que enfrentar o frio para tirar fotos!

Restaurante panorâmico, com vista para Montreux

Restaurante panorâmico, com vista para Montreux

Voltando da montanha almoçamos em Montreux antes de partirmos para a estação rumo a Genebra.

Estação Central de Genebra

Estação Central de Genebra

Mas não dormiremos nesta bela cidade às margens do lago, as em Divonne, já em território francês, mas a apenas quinze minutos de Genebra. Estamos hospedados no belo Château de Divonne, um dos charmosos hotéis da rede  Grandes Etapes Françises, que possui ao todo dez unidades neste conceito por toda a França.

Chateau Divonne, que fica na França, mas a 15 min. de Genebra

Chateau Divonne, que fica na França, mas a 15 min. de Genebra

Amanhã já partimos para Lyon no veloz trem TGV, onde iniciamos verdadeiramente a parte francesa de nossa jornada ferroviária.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem, em 19/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/19/na-suica-a-2000-metros-de-altura/

28/07/2010

Trens panorâmicos da Suíça, uma experiência emocionante


Tenho que admitir que não esperava me emocionar nesta viagem… na verdade não tão cedo. Sim, estou com uma grande expectativa para conhecer Paris, afinal de contas já estive na Europa dois anos seguidos e não conheço a “Cidade Luz” (e ainda tenho fresco na memória o comentário: “Se não for para Paris não pode dizer que foi para a Europa”), mas um dos trechos do GoldenPass que fizemos hoje na Suíça foi de arrancar lágrimas.

 

Niklaus Mani da GoldenPass

Niklaus Mani da GoldenPass

 

O GoldenPass é, na verdade, uma associação de “marketing e vendas” de três ferrovias diferentes, separadas por uma questão técnica: a distância entre trilhos, conhecida como bitola ferroviária. A rota Lucerna (Luzern) – Montreux é bastante conhecida e nem é tão longa, mas por diferença na bitola tem que ser feita por três trens diferentes, com baldeações nas estações de Interlaken e Zweisimmen, o que pode ser um pequeno transtorno para viajantes cheios de bagagens pesadas. Aqui fica a primeira e mais importante dica para viajantes de trem: só carreguem um volume (e mais uma bolsa de colo ou mochila) e mesmo assim, não muito pesada, já que na enorme maioria dos trens você carrega sua própria bagagem. “Testaremos um protótipo de equipamento no ano que vem e esperamos que em 2013 já tenhamos um trem que possa alterar sua distância entre rodas para poder circular em trilhos com diferentes bitolas. Assim, o mesmo equipamento poderá seguir o trajeto inteiro, numa viagem única de três horas”, diz Niklaus Mani, da área de Marketing da GoldenPass Line. “E o Swiss Pass, comercializado pela RailEurope é realmente o melhor jeito de aproveitar toda a malha ferroviária suíça, já que cobre todos os trechos e também o transporte público das cidades. Na GoldenPass só seria necessário pagar uma taxa extra para os assentos VIP do trecho Zweisimmen – Montreux”, completa. E estes assentos VIP são realmente especiais, já que ficam exatamente na frente do trem, sem nada mais entre o para brisas e o trilho. Segundo Niklaus, nenhum outro trem do mundo tem assentos como estes.

 

Nos assentos VIP não há nada à sua frente

Nos assentos VIP não há nada à sua frente

 

Saímos da Basiléia (Basel) pela manhã e logo chegamos a Lucerna para iniciar esta viagem panorâmica.

 

Estação Central da Basiléia – Basel BSB – na noite em que chegamos

Estação Central da Basiléia – Basel BSB – na noite em que chegamos

 

“Como a segunda classe dos trens já é muito boa, poucos pagam o adicional da primeira classe, mas estes vagões oferecem diferenciais interessantes”, comenta María Corinaldesi, da RailEurope. E ela está certa! Tem um vagão com vidros até o teto, oferendo muito mais espaço para visualização das belíssimas paisagens dos alpes suíços.

 

Uma breve parada em Lucerna – menos de meia hora para dar uma olhada na cidade

Uma breve parada em Lucerna – menos de meia hora para dar uma olhada na cidade

 

 

Vagão panorâmico com vidros até o teto: só na 1ª Classe

Vagão panorâmico com vidros até o teto: só na 1ª Classe

 

Em Interlaken fizemos a primeira troca de trens – malas para baixo e para cima – e começamos a subir os alpes. E logo na subida uma bela surpresa para alguns de nós, já que começou a cair uma neve fina.

 

A neve já começa a cobrir as estações

A neve já começa a cobrir as estações

 

A segunda troca em Zweisimmen é de precisão de relógio suíço, já são somente sete minutos entre a chegada do trem que em de Interlaken e a saída do que vai para Montreux – mas dá tempo e funciona tranquilamente! E este último trecho é o mais bonito e emocionante.

 

Troca de trens em 7 minutos: só na Suíça…

Troca de trens em 7 minutos: só na Suíça…

 

Chegando próximo a cidade de Gstaad – “uma das estações de esqui mais caras da Suíça”, segundo María – a vista dos Alpes, com montanhas e árvores já cobertas de neve em panoramas cinematográficos que se revelam aos poucos nas curvas da estrada é realmente de tirar o fôlego e de arrancar algumas lágrimas – pelo menos minhas. Fiquei realmente emocionado com a beleza de tudo isso e de poder ter a sorte de apreciar uma maravilha como essa.

 

A emoção é grande com a incrível vista dos panoramas alpinos

A emoção é grande com a incrível vista dos panoramas alpinos

 

O trem começa então sua descida a Montreux, o balneário da Riviera suíça muito famoso pelo seu festival de Jazz. Esta é nossa parada de hoje e conseguimos apreciar um pouco do clima da cidade ao visitar o bar “Harry’s”, filial do original nova iorquino, onde ouvimos uma ótima e eclética cantora que misturou em seu repertório uma versão jazz de “Billie Jean”, sua interpretação de “My Way” e até “Virtual Insanity” do Jamiroquai.

 

Harry’s Bar de Montreux – “Billie Jean” em levada jazz

Harry’s Bar de Montreux – “Billie Jean” em levada jazz

 

Agora vou descansar (escrevo este post às 00h30 no fuso suíço), pois amanhã vamos subir – de trem, claro – uma montanha de 2.000 m de altura, almoçar em Montreux, pegar um trem para Genebra e dormir na França.

Originalmente publicado em 17/10/2009, no Blog PANROTAS em Viagem:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/17/trens-panoramicos-da-suica-uma-experiencia-emocionante/

27/07/2010

Berlim – Uma visita nunca será suficiente


Estar de volta a Berlim foi uma bela surpresa para quem conheceu a (e se apaixonou pela) cidade há pouco mais de 3 meses – estive aqui de férias em julho deste ano, quando escrevi os posts: “Balada, balada, balada – em Berlim”, “Berlim de Bicicleta” e “Muro de Berlim: 20 anos depois, ainda com cicatrizes”. E a maior diferença foi em relação ao tempo – enquanto em julho aproveitei de bicicleta, inclusive, ótimos dias de sol, agora enfrentamos temperaturas sempre abaixo de 10ºC, frequentemente com chuva. Mas ainda assim pude me maravilhar com novas descobertas e rever locais interessantes nesta cidade que é uma das mais agitadas da Europa.

Berlim: Portão de Brandemburgo, a imagem do Euro alemão

Berlim: Portão de Brandemburgo, a imagem do Euro alemão

“Berlim é uma capital cheia de contrastes” diz Christian Tänzler, Relações Públicas da área de Marketing da Berlin Tourismus (www.visitBerlin.de). A cidade é uma terra de imigrantes, devido, principalmente às grandes colônias de russos, franceses e ingleses, resquício da ocupação pós-guerra, que convivem com alemães de diversas regiões do país, além de turcos, chineses e, é claro, brasileiros. “Costumo dizer que a cidade não chega nem a representar bem o que é a Alemanha devido ao grande mix de culturas e a mentalidade super aberta. É realmente uma cidade única”, concorda e completa Thomas Guss, Gerente Geral do hotel Marriot Berlim, estrategicamente localizado bem perto da Potsdamer Platz, onde ficamos hospedados.

Thomas Guss, Gerente Geral do Marriott Berlim

Thomas Guss, Gerente Geral do Marriott Berlim

E o hotel está construído literalmente sobre o muro, que na verdade não era só um, mas dois, com uma zona morta no meio, cheia de arame farpado, guardas e cachorros. “No dia seguinte à queda do muro, em nove de novembro de 1989, grandes empresas compraram os terrenos aqui da Potsdamer Platz e somente no final dos anos noventa as obras de construção destes imensos complexos foram concluídas”, explica Walter Rohr, guia do Turismo de Berlim que acompanhou nosso grupo numa caminhada nesta fria e chuvosa manhã na capital alemã. Walter se refere aos novíssimos prédios cuidadosamente concebidos para atender a todas as demandas de mercado – tem restaurantes, lojas, serviços, cinemas e residências, com uma arquitetura moderna que se tornou uma referência no skyline da cidade.

Árvores e fachada do Ritz Carlton iluminadas para o Festival das Luzes, perto da Potsdamer Platz, com o prédio da DB iluminado em destaque

Árvores e fachada do Ritz Carlton iluminadas para o Festival das Luzes, perto da Potsdamer Platz, com o prédio da DB iluminado em destaque

“Desde 2008 temos recebido crescentes demandas de brasileiros interessados em viajar para Berlim. Para mim a razão principal foi a boa imagem projetada pelas festas que fizemos aqui durante a copa de 2006. Acho que muita gente via aquilo tudo pela TV e começou a pensar ‘acho que visitar Berlim deve ser muito legal’. Espero que tenhamos um voo direto do Brasil quando o novo aeroporto da cidade for inaugurado em 2011”, diz Christian. O BBI – Berlim Brandemburg International está em construção na área sudeste da cidade e quando for inaugurado será o único em funcionamento, já que Tegel e Schonefeld serão fechados. Atualmente os brasileiros podem voar pela TAM para Frankfurt e pegar um trem para Berlim, em uma viagem que pode durar mais de quinze horas – onze voando e mais quatro de trem.

Chegando em Berlim – pegou sua bagagem?

Chegando em Berlim – pegou sua bagagem?

Berlim Hauptbahnhof

Berlim Hauptbahnhof

Christian comenta também que o Muro de Berlim ainda é referenciado como uma das principais atrações da cidade, apesar de apenas pequenos trechos dele estarem ainda de pé. “Temos o desafio de encontrar o equilíbrio entre a memória de algo que dividiu famílias, como a minha, e o futuro da cidade sem o muro. Chego a ficar arrepiado sempre que falo que durante anos eu e minhas irmãs ficamos impedidos de nos ver, já que uma era casada com um membro do exército soviético e outra com um inglês. A queda, há vinte anos, possibilitou nossa reunião após muitos anos separados”, completa.

Christian Tänzler, do Turismo de Berlim

Christian Tänzler, do Turismo de Berlim

Um dos trechos restantes do Muro

Um dos trechos restantes do Muro

Mas agora a cidade está em festa, com exposições e eventos por todos os lugares, da Alexander Platz à novíssima estação principal de trens, a Hauptbahnhof, onde chegamos de Frankfurt e já partimos para a Basiléia (Basel), na Suíça, nossa próxima parada. Na grande festa programada para o dia nove de novembro, crianças simularão a queda do muro com grandes peças como uma cadeia de dominós distribuídas no trajeto do muro, terminando no Portão de Brandemburgo, onde a queda da última peça acionará uma grande queima de fogos.

Nestes dias de outubro (de 14 a 25/10) a cidade está especialmente iluminada pelo “Festival das Luzes”, quando mais de cinquenta locais da cidade recebem iluminação especial e tours noturnos podem ser feitos de ônibus, barcos e até ciclo-táxis. Cerca de sessenta eventos estão previstos e os visitantes poderão votar pela Internet no hotel mais bem iluminado (www.festival-of-lights.de). Uma boa dica para apreciar este festival “de camarote” é o bar e restaurante Solar, perto da estação Anhalter Bahnhof do S-Bahn.

Bar e restaurante Solar, com sua bela vista da cidade iluminada

Bar e restaurante Solar, com sua bela vista da cidade iluminada

A cidade que teve quase dezoito milhões de pernoites registrados em 2008, com turistas alemães e do exterior não para de se recriar, renovar e se firmar como um destino cultural, com museus sendo abertos (o de Dali, perto da Potsdamer Platz, o Neues Museum, na ilha dos museus e o Palácio Schonhauser, um museu-castelo), grandes exposições (Bauhaus, no Martin Gropius e Bicentenário de Charles Darwin no Museu de História Natural), festivais anuais (musikfest e JazzFest) e novas atrações, como uma nova roda gigante, a única da Alemanha, com 185 metros de altura que será inaugurada em 2010 próximo ao Zoologischer Garten.

É, definitivamente, um destino a ser visitado, aproveitado e revisitado.

Hoje chegamos à Suiça, onde passaremos o final de semana visitando cidades em trechos panorâmicos de trem. O próximo post provavelmente será escrito nas “terras neutras” deste montanhoso país, certamente já vendo neve nestes frios dias do outono europeu.

Originalmente publicado no Blog PANROTAS em Viagem em 16/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/16/berlim-uma-visita-nunca-sera-suficiente/

21/07/2010

Frankfurt am Main


Frankfurt am Main

Frankfurt am Main

Um dos principais hubs de transporte da Europa – com seu movimentado aeroporto que tem voos para as principais capitais europeias – e da Alemanha, pelas conexões ferroviárias, Frankfurt já era considerado um entreposto comercial de grande importância desde a época dos romanos, que fundaram esta cidade às margens do rio Main.

Frankfurt Hauptbahnhof

Frankfurt Hauptbahnhof

Um dos destinos europeus da Tam, é aqui que começo esta jornada ferroviária pela Europa, a convite da Rail Europe, da própria Tam e com cobertura da GTA, nesta que é a primeira ação da Rail Europe com jornalistas brasileiros. “Muita gente faz confusão entre a Rail Europe e a Euro Rail, até pela semelhança do nome, mas a Rail Europe vende os passes Euro Rail, que têm uma grande cobertura nos paises europeus, mas tambem outros como o Swiss Pass, que utilizaremos nesta viagem, além de compra on-line dos produtos de trem da Europa, Ásia, América do Sul, África e Oriente Médio, e os serviços de reservas, necessárias em alguns trechos”, diz María Corinaldesi, representante da Rail Europe para a América do Sul, através do escritório da Argentina, em Buenos Aires. “E somos os únicos com site em português para atendimento do passageiro brasileiro”.

O primeiro desafio da Rail Europe, aberta há 10 anos, foi a consolidação do trem como um meio de transporte confiável, prático e que realmente concorre com o avião. “Este passo já foi dado e agora entendo que é importante trabalhar a marca Rail Europe separadamente do Euro Rail, que é apenas um dos produtos que vendemos”, completa María.

Frankfurt Hauptbahnhof - Vista Interna

Frankfurt Hauptbahnhof - Vista Interna

Voamos na Business Class da Tam, num dos novos Boing 777 da companhia, em uma cabine “privativa” que deverá ser transformada na primeira classe desta aeronave, como fez questão de ressaltar a acompanhante do serviço de atendimento especial da Tam em Guarulhos.

A longa viagem de 11 horas de voo não termina em Frankfurt, onde faremos apenas uma conexão ferroviária – do terminal do aeroporto até a estação principal Frankfurt HBF – partindo para Berlim onde passaremos duas noites.

O frio assusta um pouco – chegamos em Frankfurt com 6º C e a previsão para os próximos dias em Berlim apresenta mínimas de 0º C! Nossa jornada ferroviária passará ainda pela Suíça, França, uma escala para almoçar em Bruxelas, na Bélgica e termina em Londres daqui a dez dias.

Aguardem notícias e fotos especiais desta interessante viagem, nos próximos dias aqui no Blog PANROTAS em Viagem.

Business Class TAM: Poltronas

Business Class TAM: Poltronas

Business Class TAM: Jantar

Business Class TAM: Jantar

Business Class TAM: Sobremesa

Business Class TAM: Sobremesa

Jaime K. Scatena, Fotógrafo, especial para o Panrotas

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 14/10/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/10/14/frankfurt-am-main/

09/07/2010

Castelo de Praga


Vista do Castelo e da Ponte Karluv Most

Vista do Castelo e da Ponte Karluv Most

Novamente a dica é começar o passeio, logo pela manhã, pela Ponte Carlos. Digo isso porque durante a manhã o sol favorece as fotos da ponte com o castelo ao fundo e dá para tirar lindas fotos das estátuas de santos que existem em ambos os lados da ponte.

A ponte foi construída por Carlos IV em 1357, depois que a antiga foi destruída por uma enchente do rio Vltava (ou Moldavia, como alguns dizem). Aliás, em diversos prédios de Praga, principalmente perto do rio, existem marcas nas paredes do nível a que o rio chegou na enchente de 2002. Imagina o estrago, já que muitas casas e prédios tem também contam com instalações nos seus porões…

A subida ao castelo é um belo passeio pelas ruas da parte mais antiga de Praga. Recomendo uma caminhada rápida, deixando para conhecer Mala Strana na descida, após visitar o castelo, que é um grande complexo com diversos locais a serem visitados.

Os principais requerem a compra de ingresso, de dois tipos – short tour e long tour – o segundo com acesso a alguns locais a mais. Vale a pena também alugar o audio guide, que além de trazer todas as explicações dos locais visitados, dá isenção da enorme fila para a entrada na linda Catedral de São Vito, a primeira parada da visita (a entrada é gratuita, mas a fila é enorme mesmo!).

Repleta de vitrais magníficos, tumbas de reis, relíquias religiosas e a capela de São Venceslau, que guarda a coroa real da República Checa, a catedral é realmente admirável. Não deixe de ver a tumba de São Vito, toda de prata. Os primeiros sinais de ocupação da área do castelo são do sec. 9, mas ele foi reconstruído e completado pelos diversos monarcas checos ate o sec. 18.

Outros locais a serem visitados (e que também requerem ingresso) são o Palácio Real, com o monumental salão que serviu de mercado e até de palco para disputas de cavaleiros; a basílica e convento de São Jorge (patrono do meu Corinthians!!) e a simpática Golden Lane, um conjunto de pequenas casas do sec. 17, restauradas na década de 1950, e que abriga uma série de lojinhas de artigos como livros, vidros da boemia, armaduras (isso mesmo!) e outros souvenires. Na casa n. 22 Franz Kafka morou por alguns meses entre 1916/17.

Os jardins do castelo, de visitação gratuita, oferecem uma incrível vista da cidade. Reserve entre quatro e seis horas para a visitação, mas não esqueça que, no verão, o pôr do sol é às 20/21h e as igrejas e muitos outros monumentos e museus fecham às 18h, com o sol ainda alto.

Vista a partir do Castelo

Vista a partir do Castelo


Pátio de entrada do Castelo

Pátio de entrada do Castelo

Jaime Scatena

Engenheiro, fotógrafo, especial para o Blog PANROTAS Em Viagem

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 11/07/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/07/11/castelo-de-praga/

08/07/2010

Praga – A encantadora Cidade Velha e suas passagens e galerias


Vale a pena começar o passeio de manha entrando na Cidade Velha pela Rua Karlova, ao lado da ponte de mesmo nome (Karluv Most). A vista da ponte, em uma limpa manhã de verão, com o Castelo de Praga ao fundo é de fazer o riso correr solto. Cuidado para não ficar maravilhado e pedir um café para aproveitar a vista no pequeno restaurante ao lado da ponte, pois seu double espresso sairá por Kc 120, algo como R$ 12 (como referência, o Starbucks da praça central, a poucos quarteirões, cobra Kc 55, muito perto do preço médio da cidade). Mais uma vez paga-se pelo algo a mais (a vista), mas um café pode esperar alguns metros e a vista continuará sendo maravilhosa.

Ponte Carlos (Karluv most) e com o Castelo de Praga ao fundo

Ponte Carlos (Karluv most) e com o Castelo de Praga ao fundo

Lição 1 de Praga: explore as galerias e passagens. Dá a impressão que é a entrada de um prédio comum, mas revelam lojas, restaurantes, jardins, igrejas e pontos turísticos no seu interior! Nem todas estão nos principais mapas… vale a pena dar uma de curioso.

Vista de Praga da Torre Astronomica do Klementinum – Cidade Velha (Stare Mesto)

Vista de Praga da Torre Astronomica do Klementinum – Cidade Velha (Stare Mesto)

Sabendo desta lição, entre na passagem que existe na Karlova e encontre o Klementinum, um grande complexo construído pelos jesuítas. A visita custa Kc 220 e dura aproximadamente 50 minutos e você conhecerá três lindos lugares: a Capela dos Espelhos, dedicada à Virgem Maria e com as passagens da oração (Ave Maria, cheia de graça …) retratadas no seu teto, além de um órgão que foi tocado por Mozart em uma de suas visitas a Praga; a biblioteca, com livros seculares impressos pelos jesuítas e globos também seculares, usados pelos astrônomos que trabalhavam na Torre Astronômica do complexo, que é o terceiro ponto e auge da visita. Do alto dela se tem uma vista 360 graus da cidade, com a possibilidade de fotos simplesmente fantásticas (em uma limpa manhã de verão). Por falar em fotos, o computador do meu Best Western é um tanto lento e ainda não consegui enviar sequer uma. Mas estou tentando e na primeira lan house disponível, enviarei.
Aproveite mesmo as limpas manhas de verão, porque o tempo costuma fechar durante a tarde, cai uma refrescante chuva e o tempo melhora de novo, permitindo um final de tarde – e começo de noite – muito agradável. Agora no verão o sol se põe perto das 21h.

Biblioteca barroca do Klementinum

Biblioteca barroca do Klementinum

Lição 2 de Praga: esta é a cidade dos concertos de música clássica. Praticamente toda igreja, capela, auditório e até sinagoga e museus têm uma intensa programação de concertos durante o verão, com repertório variando de Vivaldi a Mozart e Bach, mas também Gershwin. Geralmente começam às 19h e a compra de bilhetes no dia anterior ou até logo cedo na manhã da apresentação oferece descontos ou “upgrades”. Programe-se e aproveite!

Aliás, lembrando da Lição 1, a entrada da enorme Igreja de Nossa Senhora sobre o Tyn só é encontrada se você explorar galerias. E vale a visita – apesar de ser proibido tirar fotos. O altar e diversas imagens são dourados, o que é ressaltado pelo sol que entra pelas janelas lá no alto da construção. Para mim a visita foi mais interessante, pois ver a representação do Batismo de Cristo por São João, tendo voltado há poucas semanas de Israel, onde visitei exatamente este rio e fiz meu “batismo” em suas águas, é simplesmente mágico. O mesmo vale para as representações da Via Crucis, pois também percorri este caminho e toquei na pedra da Unção (estação 14), onde Cristo foi colocado e preparado para ser enterrado. Atenção, pois a igreja só abre de terça a sábado e fecha “ainda de dia”, as 18h.

Vista da Torre Astronômica: Castelo de Praga

Vista da Torre Astronômica: Castelo de Praga

Jaime Scatena

Engenheiro, fotógrafo, especial para o Blog PANROTAS Em Viagem

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 05/07/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/07/05/praga-a-encantadora-cidade-velha-e-suas-passagens-e-galerias/

07/07/2010

Por que a a gente viaja? Por que tão longe? Aonde quero chegar?


Essa frase é do Zeca Camargo no seu mais recente livro – Isso aqui é seu – e, ok, Praga nem é tão longe assim, mas o Aonde quero Chegar?, essa é uma questão quase existencial, que nenhuma viagem sozinho vai responder, além da nossa Grande Viagem como seres humanos.
Sexta-feira, 3 de julho. São 8h10 em Lisboa e estou aguardando meu voo para Praga, com U2 no meu iPod “One Life, but we are not the same…”.
Lição 1: um upgrade é sempre bem vindo, especialmente em viagens transatlânticas como essa, GRU-LIS.
Recordação 1: A classe executiva da Tap é realmente fantástica. Excelente culinária e vinhos. Atendimento de primeira. E que conforto!
Lição 2: quanto mais carimbos no passaporte, mais fácil passar pela Imigração. E não precisei do dossiê que tinha preparado – nem tive que explicar que estou num momento entre empregos…
Lição 3: essa ainda de São Paulo – mesmo os mais descolados em viagens comentem erros. Sorte que o meu não deu problemas… Mas fiquei um tempão na fila de embarque do T1 de GRU… só que meu voo saía do T2. A lição é: por mais escolado, atenção é primordial.
Constatação 1: Brasileiros estão por toda a parte. Nesta espera descobri um, sentado atrás de mim, tentando explicar para um grupo de portugueses o que significa “arre égua”. Acabei rindo e me entregando como outro brazuca.
Naus modernas, meu A320 se chama Florbela Española. O voo passou por toda a Espanha e, já sobre terras de França um fato inusitado: entre programas em stop motion sobre ovelhas e filmes da época do cinema mudo, uma propaganda do turismo do Brasil (Brasil, Sensacional!) na programação de bordo.
Chego em Praga direto para meu Best Western e fui comprar meu bilhete de trem da próxima escala, Berlim, na segunda-feira.
A GrandiStazioni de Praga, acessível diretamente pelo Metro C, Hlavni nadrazi (estou escrevendo com o ”nosso” alfabeto, porque as letras checas acabam saindo distorcidas… mas é um alfabeto bem esquisito!), abriu em 24 de junho uma nova área para venda de bilhetes, com funcionários habilitados para auxiliar no planejamento de qualquer viagem.

Praga-PANROTAS-EstaçãoTrem

Novo centro de venda de bilhetes de trem

Aqui em Praga se compra um bilhete “aberto” e também a reserva, em compras separadas – mas que se pode pagar junto, é claro. Não se preocupe em comprar antecipadamente pela internet, pois será com certeza mais caro do que comprar na estação. A não ser que você queira garantir um horário específico e queira já sair com o bilhete na mão – paga-se mais pela comodidade. Ponto de atenção: apesar de todas as vendas serem feitas no novo centro de passagens da estação principal, existem quatro estações em Praga. Pergunte ao atendente de onde sai seu trem para não ter surpresas na hora de embarcar.

Todos os bilhetes podem ser pagos em Coroas Checas (Kc), Euros (a Republica Checa ainda não esta na Eurozona, mas a moeda é aceita em quase todos os lugares) e cartões de credito e debito.
Amanha (sábado, 4) vou realmente fazer turismo e tentar descobrir um pouco mais de Praga, uma cidade que já foi mais importante que Londres e Paris e que hoje atrai milhares de turistas, principalmente no verão.

Praga-PANROTAS-EstaçãoTrem2

Estação Central de Praga

Jaime K. Scatena
Engenheiro, fotógrafo, especial para o Blog PANROTAS Em Viagem

Originalmente publicado no Blog Panrotas em Viagem, em 04/07/2009:

http://blog.panrotas.com.br/panrotasemviagem/index.php/2009/07/04/por-que-a-a-gente-viaja-porque-tao-longe-aonde-quero-chegar/

15/09/2009

Surpresa em Salzburg – Hangar 7


Originalmente postado em 05/09/2009 no:

Surpresa em Salzburg – Hangar 7

Esta inusitada – para mim completamente inesperada! – atração é da “parte nova” de Salzburg (pessoal, estou pulando as dicas de Roma, que estão quase prontas, para mandar alguns posts em “real time” aqui da Áustria… mas não se preocupem, que tenho dicas bem legais da Cittá Eterna), se distanciando do padrão cultura-música clássica-Mozart já bastante conhecido (e de que trataremos depois).
Poucos sabem que o dono da marca de bebidas energéticas Red Bull mora aqui em Salzburg e que adora aviões (e tudo mais de radical, mas aviões é uma paixão pessoal), tanto que tem sua própria coleção de aeronaves. E para abrigar seus “mimos” construiu dois hangares, um para manutenção, o Hangar 8, e outro, o Hangar 7, que é um misto de museu aéreo e galeria de arte, com bares e um restaurante, na área do aeroporto de Salzburg, W. A. Mozart.
A estrutura é impressionante, toda de metal e vidro, supermoderna e de ótimo bom gosto, projetada por um arquiteto austríaco, o mesmo que está projetando a nova sede corporativa da Red Bull, nos subúrbios aqui de Salzburg. O Hangar 7 tem no piso térreo a área de exposição de aeronaves, que é rodeada por uma galeria de arte (HangART-7). No alto tem um bar, suspenso bem no topo da estrutura, com piso de vidro, chamado Threesixty (360), mas também conhecido por Sky Bar pelo pessoal daqui, aberto ao público todas as noites.
Na galeria de arte contemporânea HangART-7 as peças ficam suspensas em grande painéis que lembram asas de aviões – três vezes ao ano toda a exposição muda, com a proposta de ser uma plataforma inovadora para artistas “emergentes” de algum país ou cidade do mundo – atualmente são oito italianos.
Outro bar, Carpe Diem Louge Café no térreo, é mais tradicional e serve todos os produtos da marca (além do energético que temos no Brasil, eles têm aqui uma bebida chamada Simply Cola – a versão deles da Coca Cola -, três com sabores exóticos e um tipo de água gasosa também com sabor), além de cafés, drinques e petiscos (finger food).
Já o bar Mayday, no primeiro piso, além da vista privilegiada, é todo high-tech, com garçons e aviões virtuais animados que interagem com os copos e itens colocados sobre o bar. Conta também com um Cigar Louge com confortáveis poltronas de couro, além de uma decoração caprichada para os fumantes.
O restaurante Ikarus tem uma programação com chefs convidados que vêm ao Hangar 7, preparam um menu especial, ensinam a preparação para o chef executivo local e sua equipe e depois vão embora. Durante todo o mês este ménu é servido e no mês seguinte chega um novo chef com outras receitas. Em novembro todos os chefs do ano retornam para um evento especial (para um público seleto, com arrecadação de fundos para causas sociais) num jantar de 13 pratos! O brasileiro Alex Atala participou da seleção de 2006 e a lista de 2010 está sendo guardada a sete chaves!
E, como os aviões participam de shows aéreos por todo o mundo (já passaram pelo Rio de Janeiro) e também passam por manutenções – todos estão em condições de voo, mesmo aqueles das décadas de 1930 e 1940, restaurados e, em alguns casos, reconstruídos – todo o local está sempre em constante mudança. Os aviões mudam, o menu do restaurante e a HangArt também. Faz parte da filosofia da marca de “ser a energia por trás da mudança”. E o público pode voltar várias vezes e ver sempre coisas novas.
Os bares e o restaurante são abertos ao público geral mas, para o restaurante – noites e finais de semana principalmente – é necessário enfrentar uma fila de reserva entre quatro e seis semanas. O local não recebe grupos turísticos, privilegiando os visitantes individuais e famílias e é muito frequentado por viajantes com algum tempo livre antes de seus voos no aeroporto, que é muito pró0ximo. E, é claro, pelo público descolado de Salzburg!
Alias, se quiser chegar com seu jato próprio – o que ocorre com certa regularidade, principalmente durante o anual Festival de Salzburg – é só entrar em contato com a equipe do Hangar 7, que providencia todo o trâmite com a torre de controle do aeroporto, o local de estacionamento em área própria deles, além de eventuais reabastecimentos e manutenções.
O lugar é uma surpresa. E um show.
Jaime Scatena
Fotógrafo e engenheiro
Especial para o Blog PANROTAS Em Viagem
PS Como há restrição para fotógrafos, as fotos aqui usadas são do site do Hangar 7